Porque eu não creio em apóstolos contemporâneos!

quarta-feira, 21 de novembro de 2012



Há quem defenda que nos dias de hoje Deus tem levantado uma geração apostólica, restaurando “ministérios perdidos” durante séculos através de novos apóstolos, supostamente com os mesmos poderes (e até maiores) que os escolhidos por Jesus na igreja primitiva. Muitos deles chegam a declarar novas revelações extrabíblicas, curas e milagres extraordinários, liberando palavras proféticas e unções especiais, vindas diretamente do “trono de Deus” para a Igreja. Seus seguidores constantemente ouvem o termo “decretos apostólicos”, dos quais afirmam que uma vez proclamados por um apóstolo, há de se cumprir fielmente a palavra profética, pois o apóstolo é a autoridade máxima da igreja, constituído diretamente por Deus com uma unção especial diferenciada dos demais membros.

No site de uma "conferência apostólica" ocorrida há alguns anos, narraram à seguinte declaração de um apóstolo contemporâneo: “A segunda noite de mover apostólico invadiu os milhares de corações presentes nesta segunda noite de Conferência Apostólica 2006. Com a ministração especial do Apóstolo Cesar Augusto a respeito do “Ser Apostólico”, todos ficaram impactados com mais esta revelação vinda direto do altar do Senhor para seus corações. Ser Apostólico é valorizar a presença de Deus, é ser fiel, é crer que Deus pode transformar, é ter uma unção especial para conquistar o melhor da terra e, por fim, é crer que Deus age hoje em nossas vidas. [...] Todos saíram do Ginásio impactados por esta revelação, saíram todos apostólicos prontos para conquistar o Brasil e o mundo para Jesus.” [1]

Peter Wagner, um defensor do apostolado contemporâneo, define o dom de apóstolo nos dias de hoje da seguinte forma: "O dom de apóstolo é uma habilidade especial que Deus concede a certos membros do corpo de Cristo, para assumirem e exercerem liderança sobre um certo número de igrejas com uma autoridade extraordinária em assuntos espirituais que é espontaneamente reconhecida e apreciada por estas igrejas. A palavra chave nesta definição é AUTORIDADE, pois isto nos ajuda a evitar um erro muito comum que as pessoas fazem ao confundirem o dom do apóstolo com o dom de missionário." [2]

Com estas declarações, podemos deduzir logicamente duas coisas: Ou o ministério apostólico contemporâneo é uma realidade na Igreja nos últimos dias, ou estamos diante de uma grande distorção bíblica, na qual precisa ser rejeitada e combatida urgentemente. Se a primeira hipótese estiver correta, então obviamente não devemos questioná-los, além de aceitar como verdade de Deus tudo o que vier dos mesmos. Caso contrário, resta-nos rejeitar totalmente as palavras e as reivindicações proféticas destes apóstolos contemporâneos por serem antibíblicas.

Para ter plena certeza do que se trata, não existe alternativa a não ser partir para a análise bíblica, pois a Palavra de Deus é a nossa única regra de fé e conduta, base normativa absoluta para toda e qualquer doutrina. Portanto, da mesma forma que os bereianos de Atos 17:11 fizeram quando receberam as palavras do Apóstolo Paulo, devemos também analisar esta questão sob à luz das escrituras.

A primeira pergunta que devemos fazer é: existem apóstolos nos dias de hoje? Para chegar à resposta, primeiramente precisamos entender quem foi os apóstolos na igreja primitiva. Para tanto, é necessário verificar o fator etimológico da palavra Apóstolo. Biblicamente, esta palavra significa “enviado, mensageiro, alguém enviado com ordens” (grego = apostolos), é utilizada no Novo Testamento em dois sentidos: 1º - Majoritariamente de forma técnica e restrita aos apóstolos escolhidos diretamente por Cristo; 2ª - Em sentido amplo, para casos de pessoas que foram enviadas para uma obra especial. Neste último, a palavra utilizada provém da correlação verbal do substantivo “apóstolo” e o verbo em grego “enviar” (grego = apostello).[3] Das 81 vezes que a palavraapóstolo e suas derivações aparecem no texto grego do Novo Testamento, 73 vezes é utilizada no sentido restrito ao grupo seleto dos 12 apóstolos de Cristo, apenas 7 vezes no sentido amplo (Jo 13:16, 2Co 8:23, Gl 1:19, Fl 2:25, At 14:4 e 14, Rm 16:7) e uma vez para Jesus Cristo em Hb 3:1. [4]

Podemos perceber que, em tese, qualquer pessoa que é “enviada” para um trabalho missionário é um apóstolo. Porém, os problemas aparecem quando alguém propõe para si a utilização do termo no sentido restrito ao ofício de apóstolo.

Biblicamente, havia duas qualificações específicas para o apostolado no sentido restrito: 1ª – Ser testemunha ocular de Jesus ressurreto (Atos 1:2-3, 1:21-22, 4:33 e 9:1-6; 1Co 9:1 e 15:7-9); 2º - Ter recebido sua comissão apostólica diretamente de Jesus (Mt 10:1-7, Mc. 3:14, Lc 6:13-16, At 1:21-26, Gl 1:1 e  1:11-12 ). Este fato leva-nos a questionar: quem comissionou os apóstolos contemporâneos?

Depois da ressurreição, Jesus apareceu para os apóstolos comissionados por ele próprio e também para várias pessoas, sendo Paulo o último a vê-lo: “Depois foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo. Porque eu sou o menor dos apóstolos...” (1Co 15:7-9). No grego, as palavras “depois de todos” éeschaton de pantwn, que significa literalmente “por último de todos”. [5]

Paulo foi o último apóstolo comissionado por Jesus (At 9:1-6). Posteriormente, não encontramos base bíblica para afirmar que exista uma sucessão ou restauração ministerial de apóstolos. Todas as tentativas para justificar uma suposta restauração do ofício apostólico nos dias de hoje, partiram de interpretações alegóricas, isoladas e equivocadas de textos bíblicos.[6] Na história da igreja, não temos nenhum grande líder utilizando para si o título de apóstolo. Papias e Policarpo, que eram discípulos dos apóstolos e viveram logo após o ministério apostólico, não utilizaram esse título. Nem mesmo grandes teólogos e pregadores da história como Agostinho, Calvino, Lutero, Wesley, Whitefield, Spurgeon - entre tantos outros, utilizaram para si o título de apóstolo.

Os apóstolos tiveram um papel fundamental para o estabelecimento da Igreja. Nesta construção, Jesus foi a pedra angular e o fundamento foi posto pelos apóstolos e profetas, conforme descrito em Efésios 2:19-20: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”. Esta passagem é o contexto direto de Efésios 4:11“E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”. Ora, se já temos o alicerce pronto, qual a necessidade de construí-lo novamente? Na verdade não há possibilidade, pois tudo o que vier posteriormente deverá ser estabelecido sobre esta base, conforme alertado pelo apóstolo Paulo: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.” (1Co 3:10-11)

Como fundamento da Igreja, os apóstolos possuíam plena autoridade dada pelo próprio Jesus Cristo para designar suas palavras como Palavra de Deus para a igreja em matéria de fé e prática. Através desta autoridade apostólica mediante o Espírito Santo é que temos hoje o que conhecemos como cânon do Novo Testamento, escritos pelos apóstolos. Além disso, faziam parte das credenciais dos apóstolos: operar milagres e sinais extraordinários como curas de surdos, aleijados, cegos, paralíticos, deformidades físicas, ressurreições de mortos etc. (2Co 12:12). Eu creio que Deus opera curas em resposta à orações conforme a vontade soberana d’Ele, porém não creio que as mesmas aconteçam através do comando verbal de novos apóstolos, da mesma forma que era feito pelos apóstolos na igreja primitiva de forma extraordinária.

Outro grande problema que encontramos no título de apóstolo nos dias de hoje é que, automaticamente as pessoas associam o termo aos 12 apóstolos de Jesus. Quem lê o Novo Testamento, identifica a grande autoridade atribuída ao ofício de apóstolo e consequentemente esta autoridade será ligada aos contemporâneos. Quem reivindica o título de apóstolo, biblicamente está tomando para si os mesmos ofícios dos apóstolos comissionados por Jesus, colocando as próprias palavras proferidas ou escritas em pé de igualdade e autoridade dos autores do Novo Testamento. Afinal, os apóstolos tinham autoridade para receber revelações diretas de Deus e escrevê-las para o uso da Igreja. Se admitirmos que existam “novos apóstolos”, devemos assumir que a Bíblia é insuficiente e que as palavras dos contemporâneos são canônicas, o que é absolutamente impossível e antibíblico!

Não podemos deixar de citar o festival de misticismo antibíblico praticado por muitos apóstolos contemporâneos, tais como: atos proféticos, novas unções, revelações extrabíblicas, maniqueísmo, manipulação e coronelização da fé através do conceito "não toqueis nos ungidos", judaização do evangelho etc. Além disso, o próprio modo de vida deles mostra o oposto dos originais, os apóstolos de Cristo tiveram vida humilde, foram presos, açoitados, humilhados e todos (com exceção de Judas Iscariotes que suicidou-se e João que teve morte natural) morreram martirizados por pregarem o evangelho. Ao contrário disso, os contemporâneos vivem uma vida com patrimônios milionários, conforto e prosperidade financeira. Quando sofrem algum tipo de "perseguição", as mesmas são decorrentes à contravenções penais com a justiça.

Após esta breve análise, concluo que não há apóstolos hoje! O apostolado contemporâneo é uma distorção bíblica gravíssima que reivindica autoridade extrabíblica, da mesma forma que a sucessão apostólica da Igreja católica romana e os Mórmons. Por isso, devemos rejeitar a “restauração” do ofício apostólico, pois os apóstolos contemporâneos não se encaixam nos padrões bíblicos que validam o apostolado, bem como não existe base bíblica que autorize tal restauração.

Sola Scriptura!


Por Ruy Marinho

Notas:
[1] – Conferência apostólica 2006, site oficial.
[2] – Citado no ítem reforma apostólica do site Lagoinha.com
[3] – Dicionário Bíblico Strong - Léxico Hebr., Aram. e Grego - SBB – 2002, pág. 1214, nº649/652.
[4] – Concordância Fiel do Novo Testamento Grego – Português, Ed. Fiel, Vol. I, pág. 84
[5] – Citado no artigo: Carta ao Apóstolo Juvenal, por Rev. Augustus Nicodemus Lopes.
[6] – Para verificar diversas refutações ao apostolado contemporâneo, clique aqui!

Fonte: Bereianos 

Por que não acredito em cura interior!!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012



Por que não acredito em cura interior.
Afirmar que exista esta tal “cura interior”, pressupõe a falsa garantia de que nós como cristãos não teremos mazelas de nenhuma espécie. Como se Deus tivesse a obrigação de nos curar naquilo que queremos. Ou como se ficar doente, sofrer de uma depressão ou outro tipo de problema fosse algo restrito aos que estão “em pecado”.

No livro de Jó vemos exatamente esta proposição por parte dos seus “mui amigos”. Eles afirmavam que se tudo não estava bem, então havia algo que necessitava ser (ou deixado de ser) feito para que as bênçãos de Deus fossem alcançadas. O mais interessante é como Jó, tendo todos os motivos para concordar com os conselhos recebidos, ainda sim cria em algo que transcende qualquer problema: a convicção de que a benção de Deus (incluindo a salvação) não pode ser obtida por méritos humanos; ou seja, Deus dá de sua Graça generosa conforme lhe aprouver. E a subtrai igualmente segundo os mesmos desígnios.

Condicionar ser “bem sucedido” a ter o favor de Deus é uma das maiores heresias que nosso cristianismo absorveu empiricamente. Por que analisando a vida dos cristãos do primeiro século, NENHUM deles teve um bom fim. Foram perseguições, torturas, fome, nudez, prisões, mais crucificações e morte. Os primeiros heróis da fé cristã foram os que mais sofreram dentre todos.

Sem contar Cristo, o filho de Deus que não foi poupado. Teve que sofrer as mesmas dores de barriga que eu e você. As mesmas dores, angústias, tristezas. Passou com classe pela provação de ver sua carne gritando para salvar a si mesma, mas preferiu não passar o cálice para que a vontade do Pai se cumprisse. Sentiu pela primeira vez na eternidade o vazio existencial de ficar longe do Criador, quando na cruz gritou “POR QUE ME DESAMPARASTE???”.

Está doente? Que a imposição de mãos da Igreja, aplicada junto com o remédio (o óleo nos tempos bíblicos do NT era utilizado com fins medicinais) seja a ministração adequada na busca pela cura.

Está deprimido? Que haja entre nós o ambiente seguro para que possamos procurar ajuda. Nos casos mais graves, terapeutas profissionais poderão nos ajudar. Remédios? Claro, se o médico assim julgar oportuno.

Deus não tem compromisso algum com nosso conceito de felicidade. Enquanto em nossas orações desejamos salvar nosso corpo, Ele muitas vezes possui outros interesses. Nossa alma é mais importante. Doente ou não, desesperado ou não, triste ou não… o propósito do Evangelho é libertar o homem da perdição eterna. E apenas o conhecimento da verdade tem este poder.

Se você tem problemas, BEM VINDO AO REINO DE DEUS.

Se está afim de ver todos os problemas acabarem, MORRA de uma vez.


Por Ariovaldo Jr.
Fonte: Gospel+

Kurios e douloi – Deus não é seu colega de debates!

terça-feira, 6 de novembro de 2012



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Após a conversão, quando um homem de fato foi regenerado, a motivação para tudo na vida deve ser o desejo de agradar a Cristo, que, como Kurios (Senhor), tem direitos de propriedade sobre a sua vountade – douloi (Escravo) – “Paulo, escravo de Cristo Jesus...” (Romanos 1.1) - “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” - 2 Coríntios 5:15

Este é o ponto crucial se estamos falando de uma doutrina, casamento, membresia ou frequência à igreja... ou qualquer outra área da vida cristã. Quando respondemos a mandamentos divinos com um “mas” ou uma série de desculpas, nós exibimos a Serpente (questionando com Eva a clara ordem de Deus), e tratamos a Deus como nosso colega de debates. Isso não é pensar como um escravo. E não se engane, se não somos escravos de Deus, então somos escravos do pecado (Romanos 6.15-23). Mas nós somos escravos! Então, o que você faz quando confrontado com um mandamento claro, com o claro ensino das Escrituras.

Sem argumentação bíblica, argumentamos como ímpios. O ensino das Escrituras muitas vezes atravessa a nossa vontade natural, sobre casamento, igreja, trabalho, lazer... mas grande parte das argumentações se opondo a verdade não partem de textos bíblicos. Pessoas dizem: “não faço parte de nenhuma igreja – não congrego... porque há muitos erros...” – Esse não é um raciocínio bíblico. Não flui de nenhum texto e ensino das Escrituras, que na verdade, ensinam o oposto: “"Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns..." - Hebreus 10.25

Deus instituiu o casamento. Você crê nesta instituição? O homem pode argumentar da mesma forma – como se quisesse vencer Deus num debate. Nós precisamos de argumentos bíblicos - mas grande parte dos argumentos nem são lógicos e nem bíblicos -

Por exemplo - Deus criou a instituição do casamento - o casamento de muitas pessoas é um fracasso - Aí alguém dirá - "eu não acredito na instituição do casamento!" - Mas isso o coloca em rota de colisão com Deus que instituiu o casamento - o argumento (muitos casamentos são um fracasso) em nada justifica sua rebeldia contra o claro ensino de Deus sobre o casamento, nem anula o que Deus instituiu.

A mesma coisa se aplica a igreja e a todas as coisas que Deus instituiu - quando argumentamos sem argumentação bíblica, argumentamos como ímpios!! Se não cremos em Cristo no que diz respeito a igreja, casamento...não podemos tê-lo como Senhor e salvador...

Repito, o que você faz quando é confrontado com um claro ensino bíblico? Tomamos um caminhão de desculpas e justificativas e racionalizações (argumentando sem a Bíblia ) em “lógicas” ímpias... para não nos submetermos? Argumentação pífia e que racionaliza qualquer mal – Deus instituiu a família, a maioria das famílias são uma fracasso – eu não acredito na instituição da família – Essa é a ‘lógica’ do diabo! Não pode haver argumentação mais ímpia.

Quando recebemos orientação clara da bíblia, devemos abandonar racionalizações, devemos dizer: “sim, eu vou precisar de ajuda”, e então tomar a nossa cruz, nos contarmos como mortos para nós mesmos e nossas opiniões e “lógicas” ímpias, suplicarmos por graça para que em tudo Deus nos leve a obediência.

Abandonamos assim o “mas” – Muitos insistem: “Deus disse para eu obedecer, mas eu tenho estas desculpas, desafios e dificuldades – eu não consigo aceitar...” – Não! Pare! Se você insiste em argumentos não bíblicos sobre família, casamento, igreja... você coloca o seu juízo sobre Deus. O que quer dizer que não importando o que sua boca professe sobre o evangelho, suas escolhas dizem que você acha o juízo de Deus deficiente e inapropriado, se coloca como seu superior. Você não é escravo, Ele não é Senhor... Significa que você é um tolo, e de fato blasfemo, quer você tenha pretendido ou não ser.
Cristo preparou a igreja local, ministérios, comunhão, disciplina... Diz que você precisa dessa comunhão, crescer com todos os santos... “E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado... até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” - Efésios 4:11-13 – Cristo diz que você é parte do corpo que precisa de ministério, comunhão, disciplina... numa igreja local... congregando... Você diz: não! Você ou Jesus? Você ou Jesus? Kurios (Senhor) ou  douloi (Escravo)?

A confissão de Jesus como Senhor é fundamental para a fé cristã (Romanos 10.9; 1 Coríntios 12.3; Filipenses 2.11). Em fé e verdadeiro arrependimento, nós dobramos os joelhos ao senhorio de Cristo. O problema de nossa geração – os arroubos anti-igreja nada tem do Novo Testamento.  Slogans de panfleto e não a Bíblia tem guiado grande parte das pessoas hoje. Muitos não querem ser simplesmente cristãos - querem se ver como revolucionários - "Ches Guevaras" -Mas a verdade é: O Novo Testamento não conhece nada sobre cristianismo sem igreja. A igreja invisível é para os cristãos invisíveis. A igreja visível é para você e para mim. Tire a camiseta de Che Guevara, pare a "revolução", e se junte ao resto dos discípulos de Cristo: "Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns..." - Hebreus 10.25.

Eu não sou a igreja e você não é a igreja. Você é parte da igreja. A palavra ἐκκλησία ( ekklesia ) significa "assembléia", e não, você não é realmente uma assembléia. Você é um cristão. De todos os 112 casos em o Novo Testamento onde "ekklesia" se refere à instituição fundada por Cristo, em todos, exceto em cinco (por exemplo, se referindo a igreja - "ekklesia" - se referindo a uma assembléia futura Efe. 5:25-32 e Heb. 12:23) - refere-se a uma igreja particular, concreta, local, ou a uma pluralidade de igrejas semelhantes, como "a igreja que estava em Jerusalém" (Atos 8:1); "todas as igrejas dos gentios" (Rom. 16:4); "as igrejas da Macedônia" (2 Cor. 8:1); "a igreja em tua casa" (Filemon 2); e "as igrejas de Deus" (2 Tess. 1:4).

A raiz do problema hoje não é falta de clareza bíblica, a raiz é um problema de autoridade. Não gostar de se sentar e escutar enquanto outra pessoa fala. Não gostar da ideia de liderança. Ânsia por ser um “rebelde revolucionário”. Não gostar do comprometimento, do compromisso, de ser responsável... Não há nada de bíblico nisso, mas exatamente o oposto do ensino bíblico.

Nossa raça foi infectada por um a vírus anti-autoridade quando nossos pais ouviram no Jardim do éden: “Sereis como deuses”. Mas conversão, conversão verdadeira trata e extermina este vírus.

Arrependimento bíblico não é pedir desculpas a Deus e depois tentar "cristianizar" todos os seus gostos, desejos, tribo...

O arrependimento bíblico consiste em uma transformação radical de pensamento, atitude, perspectivas e direção .... Arrependimento bíblico é uma mudança do pecado para Deus e seu serviço, Cristo o Senhor, eu o escravo. É a morte do Eu, do viver para mim - para tomar a cruz e negar a mim mesmo.

Arrependimento é uma revolução no que é mais determinante na personalidade humana e é o reflexo na consciência de a mudança radical operada pelo Espírito Santo na Regeneração.

Mas o homem natural é – Só você, só você... como você quer... exatamente por ser livre disso o homem regenerado se torna um membro do corpo de Cristo que é a igreja – Você prefere ficar em casa, ser cristão virtual, assistindo vídeos, quando quiser, onde quiser... nenhum povo “chato” no qual você tenha que exercer a paciência, longanimidade, amor... sem necessidade de se ajustar... Só você, você, você... Mas Jesus – O Senhor – ordena estar uma igreja local, juntar-se a igreja, participar da igreja, congregar ( em Corinto, Galácia, Éfeso, Colossos, Tessalônica, Laodicéia... Seu bairro, outro bairro...), ter uma liderança humana como ( Timóteo, Tiago, João, Silas, Barnabé... pastores, presbíteros...) – Esse é o problema, Cristo é o Senhor! A igreja lhe pertence, ele determina o que e o como da igreja... Ele é o Senhor em realidade ou teoria? Ele é apenas um colegar de debates? Ele é Senhor quando é conveniente, ou não? É o nosso Ego que controla os limites do Senhorio de Cristo.

Eu posso falar com confiança, Deus não permita que alguém use o meu blog, os textos, os sermões postados em vídeo... como um substituto da ordem de Cristo, como um substituto para não obedecer a Cristo envolvendo-se na comunhão da igreja local de Cristo. 

Fonte: Josemar Bessa
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Dia dos mortos? Estou fora. E você?

sexta-feira, 2 de novembro de 2012




Infelizmente em nosso país, milhões de brasileiros, das classes sociais mais distintas, de todos os estados da federação, cultivam o danoso hábito de visitarem os cemitérios na expectativa de rezar ou interceder pelos seus entes falecidos.

A prática de orar pelos defuntos iniciou-se por volta do 5º século (d.c), quando a igreja passou a dedicar um dia especifico do ano para rezar pelos seus mortos. No entanto, o culto de finados somente seria instituído na França, no século X, através de um abade beneditino de nome Cluny. Um século depois, os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigaram aos fiéis a dedicarem um dia inteiro aos mortos. Já no século XIII o dia de rezar pelos finados finalmente começou a ser celebrado em 2 de novembro. Essa data foi definida por ser um dia depois da comemoração da Festa de Todos os Santos, onde se celebrava a morte de todos que faleceram em estado de graça e que por algum motivo não foram canonizados.

Caro leitor, a Bíblia é absolutamente clara ao afirmar que após a morte só nos resta o juízo. Ensina também, que o fato de toda e qualquer decisão por Cristo só pode ser tomada em vida, o que, por conseguinte, nos leva a entender de que não existe fundamento teológico para interceder a favor dos mortos.

Para os católicos romanos a referência bíblica que fundamenta esta prática encontra-se em 2 Macabeus 12.44. Entretanto, nós protestantes, não reconhecemos a canonicidade deste livro e nem tampouco a legitimidade desta doutrina, uma vez que o Protestantismo não se submete às tradições católicas e sim as doutrinas das Sagradas Escrituras.

Segundo a interpretação protestante, a Bíblia nos diz que a salvação de uma pessoa depende única e exclusivamente da sua fé na graça salvadora que há em Cristo Jesus e que esta fé seja declarada durante sua vida na terra (Hebreus 7.24-27; Atos 4.12; 1 João 1.7-10) e que, após sua morte, a pessoa passa diretamente pelo juízo (Hebreus 9.27) e que vivos e mortos não podem comunicar-se de maneira alguma (Lucas 16.10-31).

Ora, do ponto de vista bíblico é inaceitável acreditar que os mortos estejam no purgatório ou no limbo aguardando uma segunda oportunidade para a salvação. Em hipótese alguma nós como cristãos devemos celebrar ou participar de culto aos mortos, antes pelo contrário, fomos e somos chamados a anunciar aos vivos a vida que somente podemos experimentar em Cristo Jesus.

Por Renato Vargens

Soli Deo gloria

Fonte: Blog do autor

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