@Prlucinho Cheira a bíblia e gera polêmica. #DementesporCristo ?

sexta-feira, 31 de agosto de 2012


.

Pastor Lucinho aparece 'cheirando' Bíblia em convite a culto (Foto: Missão Evangélica Praia da Costa/Divulgação) 
Mais uma bizarrice desse mundo gospel! Dessa vez, patrocinado pelo Pr. Lucinho Barreto que leva o famigerado slogan: "Louco por Jesus"... Mas parece que a loucura está cada dia pior... Para mim esse Lucinho (que me recuso a chamar de pastor) já passou da hora de ir para o hospício.

Sabem de que igreja ele é??? Igreja Batista da Lagoinha.

Por acaso o Pr. Márcio Valadão não tem ciencia de bizarrices e falta de respeito como essa?

O pastor presidente da Missão Evangélica Praia da Costa, Simonton Araújo comenta:  "A ideia da imagem é mostrar que a Bíblia dá mais prazer do que qualquer droga. Nosso objetivo não é alcançar os já cristãos. É alcançar os que estão longe. Tirar as pessoas do lugar onde a maioria está, nas drogas, no vício, para dentro dos princípios de Deus, onde há prazer e alegria de verdade"

Caro pastor, métodos carnais atrai apenas pessoas carnais! Que não querem compromisso com Deus. Imagem como essa tem apenas um resultado: Ridicularizar a sociedade Cristã.

Não que eu esperava algo desse dito "pastor", afinal em um dos seus surtos de loucura quebrou uma guitarra no altar.


Para mim ou ele é Louco mesmo ou anda cheirando outra coisa que posso garantir que não é a bíblia!

Por Wagner Lemos

.

Meu amigo, o herege!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012




O ditado “amigos, amigos, negócios à parte” não tem nada, mas nada a ver com fé e prática cristã. O ditado geralmente explica como pessoas podem deixar de lado sua amizade e serem duras ou práticas, tratando uns aos outros como se nem amigos fossem. Desconto? Crédito? Brinde? Pode esquecer. Ser amigo nesta hora fica em segundo plano. O negócio é o negócio. Amizade se aplica a outras coisas.  Mas… e na teologia? A minha resposta pode parecer dura, mas tenho que dizer um não categórico.

Pois falar “amigos, amigos, doutrinas à parte” não é algo aceitável biblicamente. Podemos deixar as diferenças na porta e simplesmente afirmar amizade? Até certo ponto, creio que sim. Aliás, creio que seja absolutamente fundamental para a Igreja de Jesus Cristo superar as nossas diferenças periféricas (doutrinas de segunda e até terceira ordem) para nos concentrarmos naquilo que nos une.

Num território comum a nós todos, ou seja, sob o Senhorio de Jesus Cristo e com tudo que isso quer dizer, amizade tem que superar até diferenças bem incômodas. Formas de batismo (credobatismo ou pedobatismo; submerso ou aspergido), liturgia (moderno ou tradicional ou até salmodíaco), indumentária, escatologia… sim, até os arminianos e calvinistas precisam se entender e conviver em paz. Amizade que atravessa essas linhas, frequentemente traçadas com rixas profundas, é possível, necessária e cristã.

Mas vamos inverter a frase. Aqui vem o “X” da questão, hoje. “Amigos, amigos, heresia à parte”. Isso funciona? Não. E recorro a muitas evidências e muitos imperativos bíblicos para sustentar minha resposta, que pode parecer antipática para alguns.

Primeiro, entendamos a essência de uma heresia. Ela é uma postura que esvazia o poder da cruz e, consequentemente, desvirtua a fé para algo que não salva, não dá vida e não nos mantém em relacionamento com o Deus vivo. Sério, não? Não tenha dúvida: seriíssimo. E grave.

Se tirarmos a imutabilidade de Deus da equação, descontruímos o Evangelho. Se não afirmamos a exclusividade de Cristo como o único caminho para a salvação, esvaziamos a sua mensagem e o próprio propósito das Escrituras. Se eliminarmos a possibilidade da ressurreição física – no tempo e no espaço, fazemos da esperança cristã uma ficção. Se distorcermos a encarnação de Jesus Cristo, compreendendo-a como menos divino ou menos humano, arrancamos a alma da proclamação do Evangelho.

Esses são apenas poucos exemplos de heresias que já assolaram a Igreja ao longo da nossa História e que, calamitosamente, estão voltando à cena atual por meio de pessoas simpáticas, carismáticas e, em muitos casos, “amigas”. Então, o que diz a Bíblia sobre os nossos “amigos”? Preparado para entrar de cabeça nas Escrituras? Então que diga não mais eu, mas o Senhor:

Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo. Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! (Gl 1.6-9)

O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente enganou Eva com astúcia, a mente de vocês seja corrompida e se desvie da sua sincera e pura devoção a Cristo. Pois, se alguém lhes vem pregando um Jesus que não é aquele que pregamos, ou se vocês acolhem um espírito diferente do que acolheram ou um evangelho diferente do que aceitaram, vocês o suportam facilmente. (2 Co 11.3,4)

Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra da verdade. Evite as conversas inúteis e profanas, pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade. O ensino deles alastra como câncer; entre eles estão Himeneu e Fileto. Estes se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já aconteceu, e assim a alguns pervertem a fé. Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece inabalável e selado com esta inscrição: “O Senhor conhece quem lhe pertence” e “afaste-se da iniqüidade todo aquele que confessa o nome do Senhor”.(2 Tm 2.15-19)

Cuidado com os cães, cuidado com esses que praticam o mal, cuidado com a falsa circuncisão! Irmãos, sigam unidos o meu exemplo e observem os que vivem de acordo com o padrão que lhes apresentamos… Pois, como já lhes disse repetidas vezes, e agora repito com lágrimas, há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo. Quanto a estes, o seu destino é a perdição, o seu deus é o estômago e têm orgulho do que é vergonhoso; eles só pensam nas coisas terrenas. (Fp 3.2,17-19)

Filhinhos, esta é a última hora; e, assim como vocês ouviram que o anticristo está vindo, já agora muitos anticristos têm surgido. Por isso sabemos que esta é a última hora. Eles saíram do nosso meio, mas na realidade não eram dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem saído mostra que nenhum deles era dos nossos. Mas vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês têm conhecimento. Não lhes escrevo porque não conhecem a verdade, mas porque vocês a conhecem e porque nenhuma mentira procede da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho. Todo o que nega o Filho também não tem o Pai; quem confessa publicamente o Filho tem também o Pai. (1 Jo 2.18-23)

Se alguém ensina falsas doutrinas e não concorda com a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade, é orgulhoso e nada entende. Esse tal mostra um interesse doentio por controvérsias e contendas acerca de palavras, que resultam em inveja, brigas, difamações, suspeitas malignas e atritos constantes entre pessoas que têm a mente corrompida e que são privados da verdade, os quais pensam que a piedade é fonte de lucro. De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos. Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão. Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas. Diante de Deus, que a tudo dá vida, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos fez a boa confissão, eu lhe recomendo: Guarde este mandamento imaculado, irrepreensível, até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, a qual Deus fará se cumprir no seu devido tempo. Ele é o bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que é imortal e habita em luz inacessível, a quem ninguém viu nem pode ver. A ele sejam honra e poder para sempre. Amém. (1 Tm 6.3-17)

De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. Contudo, os perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu. Porque desde criança você conhece as sagradas letras, que são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça… (2 Tm 3.12-16)

Podemos tirar aprendizados bem práticos das passagens acima:

1. Piedade e sã doutrina andam de modo inseparável. Não há como ser de Deus e não defender a sua verdade revelada nas Escrituras.

2. Deturpar o Evangelho é uma forma de iniquidade, e é abominável, anátema, condenável à perdição eterna.

3. Quem faz isso (especialmente os que se intitulam líderes na Igreja) constituem-se contra Cristo e, consequentemente, são “anticristos”. Fugir da iniquidade é o mesmo que fugir da heresia. Fugir da heresia compreende desmascarar hereges, uma vez que sejam identificados.

A conclusão é que é impossível amar a Deus e ser “amigo” de quem distorce a importância, o significado e a missão do seu Filho, Jesus Cristo. Não devemos jamais esquecer o amor pelo ser humano que erra, isso é evidente, mas jamais podemos aceitar seus ensinos errados por causa disso.

Historicamente, alguns dos hereges da Igreja foram reputados como pessoas simpáticas e, aparentemente, boníssimas: Ário, Pelágio e até Rudolf Bultmann (um dos pais do liberalismo moderno). Um dos meus antigos professores de seminário estudou com Bultmann na Alemanha e me disse que nunca conheceu uma pessoa mais agradável e gentil. Só que essa gentileza era a fachada de um inimigo da fé.

Não, não posso ser amigo de quem depõe contra tudo que tenho por sagrado. É duro dizer isso, mas “heresia é heresia, amizades à parte”.

Na paz,
+W

Kurios e douloi – Deus não é seu colega de debates!

terça-feira, 28 de agosto de 2012



Este é o ponto crucial se estamos falando de uma doutrina, casamento, membresia ou frequência à igreja... ou qualquer outra área da vida cristã. Quando respondemos a mandamentos divinos com um “mas” ou uma série de desculpas, nós exibimos a Serpente (questionando com Eva a clara ordem de Deus), e tratamos a Deus como nosso colega de debates. Isso não é pensar como um escravo. E não se engane, se não somos escravos de Deus, então somos escravos do pecado (Romanos 6.15-23). Mas nós somos escravos! Então, o que você faz quando confrontado com um mandamento claro, com o claro ensino das Escrituras.

Sem argumentação bíblica, argumentamos como ímpios. O ensino das Escrituras muitas vezes atravessa a nossa vontade natural, sobre casamento, igreja, trabalho, lazer... mas grande parte das argumentações se opondo a verdade não partem de textos bíblicos. Pessoas dizem: “não faço parte de nenhuma igreja – não congrego... porque há muitos erros...”– Esse não é um raciocínio bíblico. Não flui de nenhum texto e ensino das Escrituras, que na verdade, ensinam o oposto: “"Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns..." - Hebreus 10.25

Deus instituiu o casamento. Você crê nesta instituição? O homem pode argumentar da mesma forma – como se quisesse vencer Deus num debate. Nós precisamos de argumentos bíblicos - mas grande parte dos argumentos nem são lógicos e nem bíblicos.

Por exemplo - Deus criou a instituição do casamento - o casamento de muitas pessoas é um fracasso - Aí alguém dirá - "eu não acredito na instituição do casamento!" - Mas isso o coloca em rota de colisão com Deus que instituiu o casamento - o argumento (muitos casamentos são um fracasso) em nada justifica sua rebeldia contra o claro ensino de Deus sobre o casamento, nem anula o que Deus instituiu.

A mesma coisa se aplica a igreja e a todas as coisas que Deus instituiu - quando argumentamos sem argumentação bíblica, argumentamos como ímpios!! Se não cremos em Cristo no que diz respeito a igreja, casamento...não podemos tê-lo como Senhor e salvador...

Repito, o que você faz quando é confrontado com um claro ensino bíblico? Tomamos um caminhão de desculpas e justificativas e racionalizações(argumentando sem a Bíblia ) em “lógicas” ímpias... para não nos submetermos? Argumentação pífia e que racionaliza qualquer mal – Deus instituiu a família, a maioria das famílias são uma fracasso – eu não acredito na instituição da família – Essa é a ‘lógica’ do diabo! Não pode haver argumentação mais ímpia.

Quando recebemos orientação clara da bíblia, devemos abandonar racionalizações, devemos dizer: “sim, eu vou precisar de ajuda”, e então tomar a nossa cruz, nos contarmos como mortos para nós mesmos e nossas opiniões e “lógicas” ímpias, suplicarmos por graça para que em tudo Deus nos leve a obediência.

Abandonamos assim o “mas” – Muitos insistem: “Deus disse para eu obedecer, mas eu tenho estas desculpas, desafios e dificuldades – eu não consigo aceitar...” – Não! Pare! Se você insiste em argumentos não bíblicos sobre família, casamento, igreja... você coloca o seu juízo sobre Deus. O que quer dizer que não importando o que sua boca professe sobre o evangelho, suas escolhas dizem que você acha o juízo de Deus deficiente e inapropriado, se coloca como seu superior. Você não é escravo, Ele não é Senhor... Significa que você é um tolo, e de fato blasfemo, quer você tenha pretendido ou não ser.
 
Cristo preparou a igreja local, ministérios, comunhão, disciplina... Diz que você precisa dessa comunhão, crescer com todos os santos... “E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado... até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.” - Efésios 4:11-13 – Cristo diz que você é parte do corpo que precisa de ministério, comunhão, disciplina... numa igreja local... congregando... Você diz: não! Você ou Jesus? Você ou Jesus? Kurios (Senhor) ou  douloi (Escravo)?

A confissão de Jesus como Senhor é fundamental para a fé cristã (Romanos 10.9; 1 Coríntios 12.3; Filipenses 2.11). Em fé e verdadeiro arrependimento, nós dobramos os joelhos ao senhorio de Cristo. O problema de nossa geração – os arroubos anti-igreja nada tem do Novo Testamento.  Slogans de panfleto e não a Bíblia tem guiado grande parte das pessoas hoje. Muitos não querem ser simplesmente cristãos - querem se ver como revolucionários - "Ches Guevaras" -Mas a verdade é: O Novo Testamento não conhece nada sobre cristianismo sem igreja. A igreja invisível é para os cristãos invisíveis. A igreja visível é para você e para mim. Tire a camiseta de Che Guevara, pare a "revolução", e se junte ao resto dos discípulos de Cristo:"Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns..." - Hebreus 10.25.

Eu não sou a igreja e você não é a igreja. Você é parte da igreja. A palavraκκλησία ( ekklesia ) significa "assembléia", e não, você não é realmente uma assembléia. Você é um cristão. De todos os 112 casos em o Novo Testamento onde "ekklesia" se refere à instituição fundada por Cristo, em todos, exceto em cinco (por exemplo, se referindo a igreja - "ekklesia" - se referindo a uma assembléia futura Efe. 5:25-32 e Heb. 12:23) - refere-se a uma igreja particular, concreta, local, ou a uma pluralidade de igrejas semelhantes, como "a igreja que estava em Jerusalém" (Atos 8:1); "todas as igrejas dos gentios" (Rom. 16:4); "as igrejas da Macedônia" (2 Cor. 8:1); "a igreja em tua casa" (Filemon 2); e "as igrejas de Deus" (2 Tess. 1:4).

A raiz do problema hoje não é falta de clareza bíblica, a raiz é um problema de autoridade. Não gostar de se sentar e escutar enquanto outra pessoa fala. Não gostar da ideia de liderança. Ânsia por ser um “rebelde revolucionário”. Não gostar do comprometimento, do compromisso, de ser responsável... Não há nada de bíblico nisso, mas exatamente o oposto do ensino bíblico.

Nossa raça foi infectada por um a vírus anti-autoridade quando nossos pais ouviram no Jardim do éden: “Sereis como deuses”. Mas conversão, conversão verdadeira trata e extermina este vírus.

Arrependimento bíblico não é pedir desculpas a Deus e depois tentar "cristianizar" todos os seus gostos, desejos, tribo...

O arrependimento bíblico consiste em uma transformação radical de pensamento, atitude, perspectivas e direção .... Arrependimento bíblico é uma mudança do pecado para Deus e seu serviço, Cristo o Senhor, eu o escravo. É a morte do Eu, do viver para mim - para tomar a cruz e negar a mim mesmo.

Arrependimento é uma revolução no que é mais determinante na personalidade humana e é o reflexo na consciência de a mudança radical operada pelo Espírito Santo na Regeneração.

Mas o homem natural é – Só você, só você... como você quer... exatamente por ser livre disso o homem regenerado se torna um membro do corpo de Cristo que é a igreja – Você prefere ficar em casa, ser cristão virtual, assistindo vídeos, quando quiser, onde quiser... nenhum povo “chato” no qual você tenha que exercer a paciência, longanimidade, amor... sem necessidade de se ajustar... Só você, você, você... Mas Jesus – O Senhor – ordena estar uma igreja local, juntar-se a igreja, participar da igreja, congregar ( em Corinto, Galácia, Éfeso, Colossos, Tessalônica, Laodicéia... Seu bairro, outro bairro...), ter uma liderança humana como ( Timóteo, Tiago, João, Silas, Barnabé... pastores, presbíteros...) – Esse é o problema, Cristo é o Senhor! A igreja lhe pertence, ele determina o que e o como da igreja... Ele é o Senhor em realidade ou teoria? Ele é apenas um colegar de debates? Ele é Senhor quando é conveniente, ou não? É o nosso Ego que controla os limites do Senhorio de Cristo.

Eu posso falar com confiança, Deus não permita que alguém use o meu blog, os textos, os sermões postados em vídeo... como um substituto da ordem de Cristo, como um substituto para não obedecer a Cristo envolvendo-se na comunhão da igreja local de Cristo.

Por Josemar Bessa

Fonte: Josemar Bessa

Quem precisa de apologética?

quinta-feira, 23 de agosto de 2012






Plenária com apologeta William Lane Craig gravada em março de 2012, em Águas de Lindóia, durante o 8º Congresso Brasileiro de Teologia Vida Nova 2012 realizado por Edições Vida Nova.

Por William Lane Craig
Fonte: Teologia Brasileira

A Teologia dos Números

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


 
 
Torna-se cada vez mais acirrada a corrida das Igrejas em busca de números que provem sua eficiência como “máquina eclesiástica” e provem também a capacidade do seu líder como facilitador e mobilizador competente. Promover e dinamizar, tudo para alcançar quantidade. Encher a Igreja é a ordem do cristianismo gospel possuidor de uma eficiência que precisa de números para ser provada. Na mundo corporativista impera a desesperada fome dos números: Mais clientes, mais mercado, mais números… A eficiência de uma empresa justifica-se por sua capacidade de conquistar novos mercados… números, números e mais números.

A Igreja bebeu dessa fonte rota. Estamos empenhados na edificação de um cristianismo matemático. As missões querem números, as Igrejas querem números. O pastor tanto quanto o missionário têm que apresentar números, números que impressionem seus mantenedores. As almas, as personalidades que Deus criou, transformam-se em números na prestação de contas dos evangelistas modernos. É sob essa “mó de azenha” que pastores, evangelistas e missionários produzem seus números fantasiosos, forçados pela concorrência que a mídia gospel forjou ao longo desses anos de desvios e apostasias.

Numa empresa números podem significar eficiência. Uma empresa que sobrepuja as outras na qualidade de seus produtos, conquistará, por uma via de conseqüência lógica, uma subida em seu faturamento e isso significa mais lucro. Mas na Igreja a “Teologia dos Números” tem seguido uma trajetória inversa: Baixa-se os padrões de qualidade, compatibiliza-se com o mundo, mundaniza-se para facilitar o ingresso dos pecadores (clientes), que depois de tantas facilidades, terminam concordando com a versão “hollyoodiana” do evangelho e “aceitam” Cristo, transformado em produto de mercado pelos Pitágoras eclesiásticos.

Há muitos pregadores que seriam um sucesso substituindo Noé, logo encheriam a Arca financiando arrependimento em 10 suaves prestações. Esse evangelho enlatado serve bem às pretensões dos escribas religiosos manietados por ambições terrenas, mas é podre, falso e não está sob os auspícios do Espírito Santo. À luz dessa teologia Jesus foi um fracasso, pois os números não justificam seu ministério de três anos sendo Ele quem era.

A porta estreita é alargada para que todos entrem de qualquer jeito, até os que não têm vestes nupciais. Foi essa pregação sintética que produziu esse cristianismo que aí está. Cristianismo do ouro, da prata e da TV, mas cristianismo sem poder. Chegou o tempo em que Cristo dificilmente será encontrado através do “cristianismo”.

Mas aqueles que têm olhos para chorar hão de permanecer como pregoeiros da verdade, ainda que solitários.

Crescimento numérico é bom, mas não com o sacrifício da verdade.

Cleyton Gadelha

Fortaleza-CE-Bra
Via: Blog Fiel

Se Jesus foi rico, eu também quero ser!

terça-feira, 14 de agosto de 2012


Escutar de algum pregador que Jesus era rico e quem segui-lo será próspero financeiramente, soa como uma garantia de ganhar na loteria! Infelizmente, muita gente tem este conceito como premissa para frequentar uma igreja. Afinal: se Jesus foi rico, eu também quero ser – dizem os seguidores da teologia da prosperidade e confissão positiva! Vejam as declarações feitas por alguns famosos precursores deste movimento, desde os EUA até aqui no Brasil:
“João 19 nos diz que Jesus usava roupas de griffe… A túnica era sem costura, tecida de cima até embaixo. Era o tipo de vestimenta que os reis e os mercadores ricos usavam” (John Avanzini, gravado em 20.1.1991, no programa de Kenneth Copeland).
“Jesus tinha uma roupa tão bonita, tão cara, que os soldados disputaram para ver quem ficaria com ela. Outra coisa, Jesus era acompanhado por mulheres ricas que o serviam. Ele tinha seus doze discípulos e mais um grupo de 20 a 30 pessoas para alimentar diariamente. Quanto custa isso? A casa de Lázaro e outras residências onde ele se hospedava eram de classe média na época, ou até mesmo média-alta. Portanto, eu não consigo enxergar na Bíblia Jesus como uma pessoa paupérrima. Ele viveu como um rabi, que era um mestre. Eu não vejo Jesus pobre, mas vejo que ele demonstrava no seu estilo de vida excelência, tinha uma vida abençoada – multiplicou pães, proveu boa pescaria aos seus discípulos. Como Senhor e Deus, ele tinha acesso às riquezas.” (Bispo Robson Rodovalho, Revista Eclésia, edição 109)
“Sabe, Jesus e os discípulos nunca andaram num Cadilac. Não havia Cadilac naquela época. Mas Jesus andou num jumento. Era o “Cadilac” da época — o melhor meio de transporte existente.” (Kenneth Hagin, A Autoridade do Crente, p. 48.)
Declarações como estas são muito comuns nos dias de hoje, por conta da propagação da teologia da prosperidade no Brasil. Trata-se de um conceito que foi importado dos EUA, fixado atualmente como um forte pilar das igrejas neopentecostais brasileiras. Porém, como cristãos não deveríamos absorver ensinamentos sem antes analisar biblicamente para ver se, de fato, procedem ou não das Escrituras, o que no caso apresentado leva-nos ao seguinte questionamento: Será que realmente Jesus foi rico? Será que ser rico financeiramente é promessa de Jesus para nós?
De fato, Jesus ensinou princípios “riquíssimos” sobre prosperidade material, vivenciados inclusive em sua própria vida terrena. Porém, biblicamente veremos que em nada confere com as afirmações dos propagadores da teologia da prosperidade.
Antes de continuar, esclareço que eu não defendo de forma alguma a “teologia da miséria”, creio plenamente que Deus nos sustenta e supre as nossas necessidades, bem como prospera alguns conforme a sua soberana vontade. Porém, entendo que o grande problema é deixar de buscar a Deus pelo que Ele é em troca daquilo que Ele pode nos dar. Portanto, o que vou analisar exclusivamente neste artigo é a afirmação de que supostamente Jesus era rico e que Ele promete riquezas para os seguidores. Vejamos:
Em primeiro lugar, Jesus era e sempre será rico eternamente em sua posição gloriosa no céu, porém abdicou-se de sua glória celestial e veio à terra viver como um homem de maneira humilde, a fim de sofrer e morrer por nós: “pois conhecereis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.” (2Co 8:9) [1] Ao contrário do que afirmam os defensores da teologia da prosperidade, nesta passagem está claríssimo que Jesus não era rico, o propósito d’Ele era exatamente o contrário. Cristo tornou-se pobre no mundo não para trazer riquezas materiais a humanidade, mas sim a salvação que é a verdadeira riqueza, por consequência a transformação de vida em amor para com o próximo. No contexto de 2Co 8, Paulo utiliza o exemplo da posição de glória que Cristo desfrutava com o Pai e que foi sacrificada por Ele a fim de nos auxiliar (Fp 2:5-8) para mostrar que, da mesma forma, os crentes de Corinto deveriam sacrificar algo para ajudar os irmãos da igreja de Jerusalém. Paulo incentiva-os a ofertar aos irmãos necessitados como um ato cristão de amor e cuidado.
Desde o início da vida terrena de Jesus, o propósito d’Ele de fazer-se humildemente pobre foi manifestado, a começar pelo seu nascimento: “E ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lc 2:7) Em tese, seguindo a lógica da teologia da prosperidade, seria bem mais apropriado que Jesus Cristo tivesse nascido em um palácio, num berço de ouro forrado com tecido fino e vários criados para servi-lo. Porém, Jesus nasceu num estábulo e colocado numa humilde mangedoura para demonstrar desde o início o propósito de ir contra a ganância e as riquezas deste mundo.[2] A Bíblia indica que Maria e José eram pobres, pois quando Maria foi apresentar Jesus no templo, a oferta de sacrifício oferecida (segundo a lei mosaica – Lv 12:8) era oferta de pobre: “e para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida lei: Um par de rolas ou dois pombinhos.” (Lc 2:24) Isto prova, pelo menos na época do nascimento de Jesus, que José não era financeiramente estável por conta de sua profissão de carpinteiro.
Quando Jesus começou seu ministério terreno, Ele largou tudo o que tinha (família, lar, conforto etc.) para dedicar-se integralmente ao propósito do evangelho. Tudo o que era necessário para o suprimento natural de Jesus foi providenciado pelos próprios discípulos, prova disso é o fato de que algumas mulheres serviram Jesus com seus bens (Lc 8:1-3).
Jesus, conhecendo o coração do homem ao responder alguém que queria segui-lo, possivelmente para buscar benefício próprio, disse que “As raposas têm seus covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. (Lc 9:58) Note que Cristo aborda exatamente a questão “moradia”, uma resposta clara que refuta a afirmação de alguns pregadores da prosperidade de que Jesus possuía uma enorme mansão em Jerusalém.
Na primeira multiplicação de pães e peixes, os discípulos poderiam muito bem sair para comprar os alimentos para o povo, porém os mesmos questionaram Jesus justamente pelo fato de não terem condições para tal feito. Foi necessário a operação de um milagre para alimentá-los (Mc 6:34-44).
Certa ocasião, quando Jesus chegou em Cafarnaum (Mt 17:24-27), ele não tinha dinheiro para efetuar o pagamento do imposto da cidade, sendo necessário operar um milagre através de Pedro para efetuar o pagamento. Ao perguntarem para Jesus se era lícito pagar tributo a César, Jesus respondeu: “Por que me experimentais? Trazei-me um denário, para que eu o veja” (Mc 12:14-16). Se Jesus fosse rico, com certeza teria uma moeda no bolso para usar, porém foi necessário alguém trazer uma para que Jesus pudesse vê-la.
A afirmação dos pregadores da prosperidade de que o Jumento que Jesus utilizou para entrar em Jerusalém, era como se fosse um Cadilac ou uma BMW da época, chega a ser ridícula e mostra o despreparo bíblico dos defensores da teologia da prosperidade. Ora, basta uma análise no contexto histórico para perceber que a “BMW” da época na verdade eram as carruagens e os cavalos, e não um jumento! Na Bíblia vemos claramente um exemplo disso: “Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que no seu carro, viera adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías.” (At 8:27:28) Além disso, o Jumento não era de Jesus, mas emprestado!
Ao contrário do que Rodovalho e John Avanzini afirmam, as roupas de Jesus no geral não eram de rico, pois os soldados tomaram as vestes e “rasgaram-nas em quarto partes” (Jo 19:23-24), somente a túnica (peça íntima que ficava debaixo das vestes) que era algo realmente nobre naquela época, pois não tinha costura e era tecida de cima abaixo. Por isso que os guardas lançaram sortes para ver quem ficaria com a mesma. Provavelmente tal peça pode ter sido doada por algum discípulo. Afinal, tudo ou quase tudo o que Jesus possuía durante o seu ministério era doado pelos discípulos que o acompanhavam, entre os quais alguns financeiramente prósperos, que era o caso das mulheres descritas em Lucas 8:1-3. O próprio túmulo de Jesus foi emprestado (Lc 23:50-53)!
Os pregadores da teologia da prosperidade, tentando contra-argumentar, ainda colocam que os apóstolos eram prósperos financeiramente. Porém, a Bíblia claramente refuta esta idéia. Dentre vários exemplos bíblicos, podemos listar alguns: Quando Pedro e João chegaram à porta do templo, onde um coxo de nascença pediu-lhes uma esmola. Se os apóstolos fossem ricos, com certeza eles teriam dado dinheiro ao pedinte, porém eles afirmaram: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:1-8), e o homem foi curado. O apóstolo Paulo passou por muitas necessidades financeiras ( Fp 4.10-20, 2Co 11.27), inclusive tendo que trabalhar fabricando tendas para se sustentar (At 18:3). O mesmo também ensinou a respeito da expectativa de buscar riquezas materiais: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (I Tm 6.8-10)
Como podemos ver, não existe base bíblica para afirmar que Jesus e os apóstolos eram ricos. Na verdade, Cristo nunca defendeu a busca por riquezas materiais, pelo contrário, condenou-a mostrando o verdadeiro padrão a ser almejado: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mt 6.19-24). Ele exortou-nos a buscar primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, sendo que o suprimento necessário virá naturalmente de Deus (Mt 6:25-34). Não devemos ter preocupações exageradas pela nossa sobrevivência, nem pelos cuidados materiais gananciosos, pois Jesus afirmou que este conceito é, de fato, o mais claro sinal de avareza na vida de alguém: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Mt 12.15)
Todavia, é importante salientar que devemos também seguir o exemplo dos cristãos da Macedônia, onde mesmo em meio de muita pobreza, manifestaram abundância de generosidade ao preparar ofertas para ajudar os irmãos da igreja de Jerusalém em dificuldades financeiras. (2Co 8:1-4)
Quanto aos cristãos financeiramente prósperos, a Bíblia diz: “Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.” (1Tm 6:17-19) João Calvino interpretou este fundamento com clareza: “aqueles a quem houvermos de ver premidos pelas dificuldades das coisas, compartilhemos-lhes das necessidades e com nossa abundância supramos-lhes a falta de recursos.” [3] (Veja também 2Co 9:1-15)
Enfim, há muito mais passagens bíblicas que tratam sobre o assunto, mas creio que as citadas neste artigo sejam suficientes para esclarecer a questão.

Soli Deo Gloria!

Marcas de uma igreja saudável: Marca 8 - Cuidado em Promover o Discipulado Cristão e o Crescimento

sábado, 11 de agosto de 2012

md010.jpg (12K) - Caminhada

 

Outra marca distintiva de uma igreja saudável é uma preocupação penetrante com o crescimento da igreja - não simplesmente com o crescimento numérico, mas com o crescimento pessoal dos membros. Algumas pessoas pensam que alguém pode ser um "bebê em Cristo" pela vida inteira. O crescimento é visto como um item opcional reservado para discípulos particularmente zelosos. Entretanto, crescimento é um sinal de vida. Árvores que crescem são árvores vivas, e animais que crescem são animais vivos. Crescimento envolve aumento e avanço. Em muitas áreas da nossa experiência do dia a dia, quando algo deixa de crescer, morre.
Paulo esperava que os coríntios crescessem na sua fé Cristã (2 Coríntios 10:15). Os efésios, ele esperava, cresceriam “naquele que é o Cabeça, Cristo" (Efésios 4:15; cf. Colossenses 1:10; 2 Tessalonicenses 1:3). Pedro exortou alguns cristãos primitivos para que desejassem "como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação" (1 Pedro 2:2). É tentador para os pastores reduzirem suas igrejas a estatísticas controláveis de freqüência, batismos, ofertas e membresia, nas quais o crescimento é tangível. Porém tais estatísticas ficam muito aquém do verdadeiro crescimento que Paulo descreve e que Deus deseja.
"Algumas pessoas pensam que alguém pode ser um "bebê em Cristo" pela vida inteira. O crescimento é visto como um item opcional reservado para discípulos particularmente zelosos."
No seu Treatise Concerning Religious Affections (Tratado Relativo ás Afeições Religiosas), Jonathan Edwards sugeriu que o verdadeiro crescimento no discipulado cristão não é, em última instância, mera excitação, uso crescente de linguagem religiosa, ou o conhecimento crescente das Escrituras. Não é nem mesmo um evidente acréscimo em alegria ou em amor ou em interesse pela igreja. Até mesmo o aumento no zelo e no louvor a Deus e a confiança da própria fé não são evidências infalíveis do verdadeiro crescimento cristão. O que é então? De acordo com Edwards, enquanto todas essas coisas podem ser evidências de um verdadeiro crescimento cristão, o único sinal observável certo é uma vida de santidade crescente, arraigada na abnegação cristã. A igreja deveria ser marcada por uma preocupação vital com este tipo de piedade crescente nas vidas de seus membros.
Como vimos na sétima marca, uma das conseqüências não intencionais da negligência da igreja com a disciplina é o aumento da dificuldade em ver discípulos crescendo. Em uma igreja indisciplinada, os exemplos não são claros e os modelos são confusos. Nenhum jardineiro planta intencionalmente ervas daninhas. Ervas daninhas são, por si mesmas, indesejáveis, e elas podem ter efeitos nocivos sobre as plantas ao redor. O plano de Deus para a igreja local não nos permite deixar que as ervas daninhas fujam ao controle.
Boas influências em uma comunidade de crentes podem ser ferramentas nas mãos de Deus para fazer o Seu povo crescer. Conforme o povo de Deus é edificado e cresce unido em santidade e no amor que se doa, deveria também melhorar sua habilidade de administrar a disciplina e encorajar o discipulado. A igreja tem a obrigação de ser um dos meios de Deus para o crescimento das pessoas na graça. Se, em vez disso, ela é um lugar onde só os pensamentos do pastor são ensinados, onde Deus é questionado mais do que adorado, onde o Evangelho é diluído e o evangelismo pervertido, onde a membresia da igreja é tornada sem sentido, e um culto mundano à personalidade é deixado crescer ao redor da pessoa do pastor, então dificilmente as pessoas podem esperar encontrar uma comunidade que é coesa ou edificante. Tal igreja certamente não glorificará a Deus.
"Como vimos na sétima marca, uma das conseqüências não intencionais da negligência da igreja com a disciplina é o aumento da dificuldade em ver discípulos crescendo."
Deus é glorificado por meio de igrejas que estão crescendo. Esse crescimento pode se manifestar de muitas formas diferentes: pelo aumento de pessoas chamadas para missões; por membros mais velhos que começam a sentir um senso renovado da sua responsabilidade no evangelismo; por meio de funerais a que os membros mais jovens da congregação comparecem simplesmente pelo amor que têm aos membros mais velhos; pelo aumento na oração, e pelo desejo por mais pregação; por reuniões da igreja caracterizadas por conversações genuinamente espirituais; pelo aumento nas ofertas, e por membros que ofertam mais sacrificialmente; por mais membros que compartilham o evangelho com outros; por pais que redescobrem a sua responsabilidade em educar seus filhos na fé. Esses são apenas alguns exemplos do tipo de crescimento na igreja pelo qual os cristãos oram e trabalham.
Quando vemos uma igreja que é composta por membros que crescem na semelhança com Cristo quem recebe o crédito ou a glória? "O crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento." (1 Coríntios 3:6b -7; cf. Colossenses 2:19). Portanto a bênção final de Pedro para aqueles cristãos primitivos a quem ele escreveu era uma oração expressa no imperativo: "crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno. (2 Pedro 3:18)." Nós poderíamos pensar que nosso crescimento traria glória para nós mesmos. Mas Pedro sabia que não era assim. “Mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação. (1 Pedro 2:12)." Ele obviamente lembrou-se das palavras de Jesus: Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras” - e certamente aqui nós pensaríamos que seria natural cair na armadilha da auto-admiração, mas Jesus continuou - "e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" (Mateus 5:16). Trabalhar para promover o discipulado cristão e o crescimento é outra marca de uma igreja saudável.

Mark Dever

Manifestantes do Movimento pela Ética Evangélica Brasileira criticam Marcha para Jesus e relatam agressões verbais e físicas. Assista!

quarta-feira, 8 de agosto de 2012


Durante a edição da Marcha para Jesus em São Paulo, no último sábado, 14/07, houveram protestos realizados pelo Movimento pela Ética Evangélica Brasileira (MEEB), com voluntários que se reuniram com faixas e cartazes com frases contra o atual estágio da igreja.

Os protestos baseiam-se, segundo os idealizadores, em conscientizar as pessoas e convencer líderes a mudarem sua postura na condução da igreja evangélica como um todo.
A blogueira Vera Siqueira, esposa do pastor Paulo Siqueira, líder do MEEB, publicou artigo relatando a experiência do protesto e as “agressões verbais, físicas” por parte dos evangélicos que faziam parte da Marcha.
Segundo Vera, é necessário que o conceito atual da Marcha para Jesus seja modificado, pois da forma como está, acaba se tornando idolatria: “Para uma Marcha efetivamente para Jesus, é necessário nos desprendermos da veneração dos artistas gospel, pois em Cristo eles são exatamente iguaizinhos a nós: pessoas falhas, dependentes de Deus, e que carecem de Cristo, sem O qual perecerão eternamente. Para acabar com a ‘deusificação’ dos artistas gospel, numa Marcha realmente de Jesus eles não estariam inalcançáveis num palco, mas disponíveis a todos, como qualquer um ali, de modo que a aura de intocáveis se dissipe e as pessoas passem a vê-los como realmente são: indivíduos que Deus dotou de um talento musical, e que usam esse talento para dirigir o louvor a Ele”, pontua.
A crítica de Vera Siqueira aborda os princípios da igreja primitiva, em que os cristãos serviam a comunidade. Vera afirma que a Marcha deveria ocorrer “num local onde possa ser útil à comunidade; onde os líderes e os cantores se confundem com a multidão, pois todos são, em Cristo, filhos de Deus e ao mesmo tempo servos uns dos outros; onde as músicas remetem à adoração, com amor e temor ao Deus Santíssimo; onde alguns não se aproveitam para ganhar dinheiro, vendendo apetrechos gospel; onde o espaço de adoração não é dividido com politicagem ou com a idolatria a líderes e artistas gospel”, frisa, citando as propagandas de candidatos que foram observadas durante o evento.
O colunista do Gospel+, teólogo Ruy Marinho, critica enfaticamente a organização da Marcha para Jesus: “Este evento vem sendo questionado por muita gente, em decorrência de ser organizado por uma única denominação com pessoas duvidosas à frente, bem como pelas práticas e resultados negativos de tais manifestações públicas”.
Em seu artigo “A Marcha que nunca foi para Jesus”, Marinho destaca que a origem do evento é questionável: “Começou na Inglaterra em meados de 1987, através de uma ação ecumênica entre protestantes e católicos de Londres. A organização foi iniciativa dos líderes carismáticos Britânicos Gerald Coates, Roger Forster, Lynn Green e Graham Kendrick [...]O que muitos não sabem é que estes líderes britânicos são adeptos de práticas neopentecostais controvérsias e de conceitos anti-bíblicos. Para se ter uma idéia, um dos idealizadores da Marcha é Gerald Coates, famoso carismático liberal Britânico, que tem como referência nada menos que Rodney Howard-Browne, Benny Hinn e Kenneth Copeland”, afirma.
Marinho diz ainda que a Marcha para Jesus é um evento onde práticas em desacordo com a Bíblia são postas em prática: “O que falar do misticismo, dos atos proféticos, do triunfalismo apostólico exclusivista e das profetadas que nunca se cumprem, dentre outros absurdos que testemunhamos todos os anos nesses eventos?”, questiona.
O blogueiro e ativista do MEEB, Wagner Lemos, também colunista do Gospel+, critica abertamente a Marcha, onde, segundo ele, reúnem-se “milhares de pessoas em um propósito que nem mesmo eles sabem”, e considera essas pessoas como “analfabetos bíblicos que colocam as palavras de um pastor ou apostolo como sendo lei determinada por Deus”.
Lemos também reprova o que classifica como “idolatria evangélica”, configurada segundo seu artigo através de “faixas na cabeça e camisetas dos cantores gospel favoritos” e cita a intolerância dos evangélicos participantes da Marcha para Jesus: “Atitudes como agredir os protestantes, tentar queimar nossas faixas e coisas do tipo não remete nem de longe atitudes de Cristãos verdadeiros compromissados com a palavra de Deus”, observa.
A distorção da mensagem cristã é ressaltada por Wagner Lemos, que cita as variações teológicas das mensagens pregadas no evento: “Vejo muitas heresias nessas Marchas! Determinam promessas para a Cidade… Exigem que Deus faça isso e aquilo em prol dos que marcham… Atos proféticos… Danças ao som de axé ou funk ditos evangélicos. No final das contas prega-se uma mistura de Teologia da Prosperidade com técnicas de Batalha Espiritual”.
Confira no vídeo abaixo, as imagens da manifestação do Movimento pela Ética Evangélica Brasileira, divulgados no blog de Vera Siqueira:


Confira abaixo a íntegra do artigo “Marcha para Jesus em São Paulo 2012 – O que foi e o que poderia ter sido” de Vera Siqueira:
Este é o quarto ano em que o Movimento pela Ética Evangélica Brasileira participa da Marcha para Jesus em São Paulo. Nesses anos, vimos as mesmas coisas e sofremos agressões verbais, físicas e até tivemos material roubado, e esses relatos estão nos arquivos deste blog.
Desta vez, como sempre, nada mudou. Os mesmos líderes, as mesmas promessas vãs, o mesmo triunfalismo, a mesma alienação espiritual por parte de muitos ali presentes. O mesmo carnaval gospel.
Quem quiser saber como foi nossa participação na Marcha, é só assistir ao vídeo no final deste texto. Por ora, gostaria de refletir sobre como poderia ser a Marcha para Jesus.
Para começo de conversa, por que precisa ser uma Marcha, uma procissão gospel? Qual o sentido de levar uma multidão para caminhar pela Av. Tiradentes, em São Paulo? Quem conhece a região e quem participou da Marcha sabe que, nesse dia, não há uma viva alma andando por ali, que possa assistir ao evento. O trânsito é fechado, o comércio da região também. Não se vê pessoas nas janelas dos prédios, até por falta deles. Enfim, só quem vê que está acontecendo uma Marcha são os que efetivamente estão participando dela. Se a intenção da Marcha, segundo seus organizadores e participantes, é a de evangelizar, esqueceram de pensar num lugar onde efetivamente haja pessoas a serem evangelizadas ou ajudadas. Sugiro, numa próxima edição, que a Marcha em São Paulo ocorra na região da Cracolândia, na Baixada do Glicério, ou pelas ruas de algum bairro da periferia, com o fim de que pessoas possam ser realmente alcançadas.
A não ser que a intenção da Marcha não seja encontrar pessoas a serem evangelizadas e ajudadas, mas apenas demonstrar o poder dos evangélicos pela quantidade de participantes. Nesse caso, esqueçam o que sugeri, pois dará menos “ibope”.
Outra questão a ser repensada é a definição de louvor, presente na Marcha. Os que lá estão querem louvar a quem? A Jesus? Aos seus líderes eclesiásticos? Aos artistas gospel presentes? Isso é muito importante, pois impactará na forma de adoração.
Se a intenção, como se diz, é a de louvar a Deus, devemos ter em mente que as músicas devem nos levar ao Sagrado e à reflexão de nossa conduta em relação a Ele. Devemos enaltecê-Lo por quem Ele é, não buscar nas canções conforto para nossa situação. Devemos nos colocar em posição de arrependimento e respeito. Porém, como buscar tudo isso, em meio a letras que nos enaltecem como filhos-do-rei-que-tudo-venceram-e-tudo-podem-nessa-vida? Como matar a carne, se os ritmos nos remetem a danças sensuais? Tente “descer até o chão” com uma valsa, por exemplo. Não haverá vontade para isso. Agora, coloque um funk ou um axé que automaticamente o corpo fará os movimentos apropriados, pois o corpo tem uma memória que nos leva a repetir os movimentos que estão associados a cada ritmo.
Usar de Davi para justificar danças extravagantes é tirar uma passagem do seu contexto. Na igreja primitiva não havia danças, e nem havia clima para isso, já que aqueles cristãos estavam bastante ocupados servindo uns aos outros, adorando a Deus e orando por conta da perseguição que sofriam. O “mundo” persegue os que lhe fazem oposição. Se o “mundo” não está perseguindo a igreja brasileira, isso também é algo a se pensar, e nossa associação com o “mundo” (inclusive adotando seus ritmos e danças, fama e sucesso, entre outras coisas) se reflete no que transformamos a Marcha dita para Jesus: num verdadeiro carnaval fora de época, onde tudo é possível, contanto que as letras da música remetam a Deus ou aos crentes, e onde muitos fazem carreira e dinheiro como “levitas”,sendo na verdade astros ou estrelas da música gospel, inclusive tendo direito a fãs e a todo o glamour que o “mundo” reserva aos artistas seculares. Alguns astros gospel, inclusive, hoje já trabalham em gravadoras e na mídia do “mundo”, e acham isso bom.
Minha sugestão: se a intenção é louvar a Deus, que sejam abolidas, na Marcha, as canções com foco no crente, em sua provisão, em sua vitória. No lugar, canções que remetam ao conhecimento de Deus e à nossa gratidão por Ele ter nos amado primeiro. E nada de ritmos que remetam à carnalidade, afinal não estamos na Marcha para agradar aos desejos do nosso corpo. Como cristãos, nosso corpo está morto e somos novas criaturas em Cristo. A alegria do cristão não se manifesta na catarse musical e rítmica, como ocorre com quem não conhece a Jesus. A alegria do cristão se manifesta a todo o momento, em todo o lugar, inclusive nas celas das prisões e nos instantes de martírios terríveis. Essa é a verdadeira alegria, não a aparente, fabricada pela ingestão de drogas ou de músicas que nos levam ao delírio coletivo, como ocorre nas micaretas e raves do mundo secular.
Se a Marcha é para Jesus, deve seguir Seus ensinos. Um deles, e dos mais importantes (pois repetido em várias passagens, em algumas através de exemplos bem práticos) é que devemos servir uns aos outros, e que o maior deve servir ao menor. Assim, não há cabimento em ter autoridades eclesiásticas em cima de trios-elétricos, enquanto as multidões estão no chão. Pior ainda se pensarmos que, na multidão, há pessoas com deficiências físicas, idosos e pessoas com crianças de colo.
Como alguém acha que Jesus andaria nessa Marcha? E por que os líderes gospel não andam como Ele? A não ser que a Marcha não seja para Jesus, mas para alimentar egos humanos, é preciso que os líderes deixem seus pedestais e se mostrem iguais ao povo que arrebanham. O pastor tem cheiro de ovelha não por comprar tal aroma na perfumaria, mas por viver rodeado pelo rebanho.
Outra coisa altamente incômoda na Marcha é o comércio ali presente, onde se vende os nomes “Jesus”, “Deus é fiel”, “Eyshila”, “Fernanda Brum”, “Thalles”, “Cassiane”, “Mariana Valadão”, ao gosto do freguês. Ora, qual a necessidade de tudo isso?
É bastante desagradável ver um jovem com uma faixa ou bandana com o nome do artista gospel de sua preferência, pois isso remete ao fanatismo (por isso a palavra fã) dos que, no “mundo”, seguem seus ídolos humanos famosos. Por isso, para uma Marcha efetivamente para Jesus, é necessário nos desprendermos da veneração dos artistas gospel, pois em Cristo eles são exatamente iguaizinhos a nós: pessoas falhas, dependentes de Deus, e que carecem de Cristo, sem O qual perecerão eternamente. Para acabar com a “deusificação” dos artistas gospel, numa Marcha realmente de Jesus eles não estariam inalcançáveis num palco, mas disponíveis a todos, como qualquer um ali, de modo que a aura de intocáveis se dissipe e as pessoas passem a vê-los como realmente são: indivíduos que Deus dotou de um talento musical, e que usam esse talento para dirigir o louvor a Ele. Simples assim.
Além disso, há a questão da politicagem na Marcha dita para Jesus. Tal evento é palco para todo o tipo de candidato, contanto que tenha acordado com as lideranças eclesiásticas alguma forma de ajuda aos evangélicos. Assim, são distribuídos “santinhos”, políticos falam no palco principal ou nos trios-elétricos, e os fiéis têm seus votos negociados por suas lideranças, que “democraticamente” indicam qual o candidato a ser votado.
Numa verdadeira Marcha para Jesus, os políticos estariam bem longe, pois se o objetivo é demonstrar o amor a Deus, não é possível se aproveitar desse evento para exaltações humanas. Em Cristo somos livres, e livres até para, por nós mesmos, refletirmos sobre o que é melhor para nossa nação. Com certeza, o melhor não é aquele que beneficia apenas uma parte da população, mesmo que essa seja a nossa. O melhor é o que busca beneficiar à maior quantidade possível de pessoas, usando de justiça e não de conchavos do tipo toma-lá-dá-cá.
Vamos somar o que foi dito:
Uma Marcha num local onde possa ser útil à comunidade; onde os líderes e os cantores se confundem com a multidão, pois todos são, em Cristo, filhos de Deus e ao mesmo tempo servos uns dos outros; onde as músicas remetem à adoração, com amor e temor ao Deus Santíssimo; onde alguns não se aproveitam para ganhar dinheiro, vendendo apetrechos gospel; onde o espaço de adoração não é dividido com politicagem ou com a idolatria a líderes e artistas gospel.
Numa Marcha assim, onde os que estão no “mundo” verão os evangélicos servindo e adorando, creio que haveria campo para que muitos verdadeiramente se convertessem a Cristo. Na Marcha como ela hoje é, o resultado final é apenas a sujeira deixada nas ruas, que continuam vazias até o próximo dia útil, quando enfim haverá ali algum movimento.
Em outras palavras, hoje temos uma Marcha para a mídia ver, para demonstrar poder de barganha com o “mundo” (realize os desejos da liderança, e em troca temos toda essa multidão para lhe servir). Enquanto isso, esses líderes inescrupulosos se comprazem com o “mundo”, que se compraz em agradar aos evangélicos para, deles, conseguir o que quiser. Inclusive suas almas.
Será que essa Marcha exclusivamente para Jesus, conforme muitos sonham, um dia será possível?
,

Amarrar demônios é bíblico?

terça-feira, 7 de agosto de 2012


.
Tá amarrado, em nome de Jesus!
Esta frase tem grande peso doutrinário em muitas igrejas, principalmente as adeptas da teologia da prosperidade e confissão positiva. Também é muito utilizada pelos tão famosos e procurados ministérios de batalha espiritual e libertação. Inclusive, tal frase virou até jargão para situações difíceis do cotidiano dos crentes.

Trata-se de um ato místico, no qual o cristão supostamente exerce um poder sobrenatural para “amarrar” demônios e até mesmo a Satanás. Em muitos cultos nessas igrejas, os demônios são amarrados antes, durante e depois, para que o mover de Deus possa fluir sem interferência. Nos cultos específicos de libertação acontece um festival de amarrações, até mesmo entrevistas com demônios são feitas, nas quais é difícil de acreditar que alguém dê créditos ao "pai da mentira" (Jo 8:44). O nível místico é tão alto que alguns chegam até a amarrar supostos demônios do vício, da prostituição, da glutonaria, do egoísmo etc., afirmando que tais comportamentos são causados por demônios, tirando completamente a responsabilidade humana atribuída aos desejos pecaminosos da carne (Gl 5:19-21 ).

A frase "tá amarrado" é tão presente no meio eclesiástico que, se alguém ousar questionar tal “autoridade” é automaticamente considerado como blasfemador e herege.

Com todo o respeito àqueles que pensam assim, informo que podemos (e devemos) analisar se tal frase tem respaldo bíblico. Seguindo o exemplo dos bereianos de Atos 17:11, é o que eu pretendo fazer através desse artigo. Antes que me ataquem pedras, deixo claro que eu creio na realidade sobrenatural de anjos e demônios. Porém, o foco do meu artigo não é abordar este assunto, mas sim analisar biblicamente o ato de “amarrar demônios”.

Os defensores da amarração de demônios utilizam Mateus 12:29 e/ou Marcos 3:27 para defender tal prática. Vejamos as passagens:

Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa.” (Mt 12:29, ARA)

Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa”. (Mc 3:27, ARA)

Para compreender o que Jesus estava falando, precisamos verificar o contexto das passagens supracitadas. Neste caso, vou concentrar a análise em Mateus 12:29 para facilitar o entendimento.

Jesus tinha acabado de curar um endemoninhado cego e mudo (vs 22). Os fariseus blasfemaram, acusando Jesus de ter expulsado os demônios “pelo poder de Belzebu, maioral dos demônios” (vs 24). A resposta repreensiva de Cristo foi categórica e admirável: “Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino?” (vs 25-26)

Logo depois no verso 29, Cristo faz uso de uma analogia, colocando o caso de um ladrão que invade uma casa e amarra o dono para poder roubar. Ele utiliza esta analogia para demonstrar que não fazia sentido expulsar demônios sendo um deles, da mesma forma que invadir tal casa para roubar os bens sem amordaçar (amarrar) o dono não teria sentido.

O mundo estava, de certa forma, dominado pelo maligno (1Jo 5.19), quando Jesus veio ao mundo, ele mostrou a sua superioridade sobre Satanás (Mt 4:1-10), estabelecendo o seu reino para libertar os oprimidos (Mt 12:28) e destruir as obras do Diabo (1Jo 3.8). Entrar na casa do “valente” e amarrá-lo para saquear seus bens é, metaforicamente, entrar no mundo, anular a atuação maligna e salvar as vidas dominadas por Satanás. Quem fez isso foi exclusivamente Jesus, sendo mais forte que o inimigo, definitivamente o venceu! Portanto, não há nenhuma margem exegética para afirmar a necessidade de "amarrar" espíritos malignos.

Como complemento de apoio à prática de amarrar demônios, os defensores deste conceito usam Mateus 16:19 e/ou Mateus 18:18 para afirmar que as próprias pessoas dão ou tiram o poder para os demônios agirem, ou seja, ligam e desligam nos céus as ações demoníacas, quando e como bem quiserem. Esta passagem também é muito utilizada pelos adeptos da confissão positiva, dos quais reivindicam de Deus exigindo as bençãos que eles verbalizam como "ligadas nos céus". Esta refutação também serve para este caso. Porém, não abordarei este assunto a fundo, pois não é o foco desse artigo. Vejamos as passagens bíblicas:

Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.” (Mt 16:19, ARA)

Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus” (Mt 18:18, ARA)

Analisando com atenção, notamos que na verdade não é nós que ligamos algo na terra para então depois ser ligado nos céus. O que acontece é exatamente o contrário! Exegeticamente, os termos “terá sido ligado” e “terá sido desligado” (grego = éstai dedeménon e éstai lelyménon) está no tempo futuro perfeito passivo perifrásico, o que indica uma ação ocorrida anteriormente, com reflexos no presente.[1] Ou seja, implica que primeiro foi ligado no céu, para só depois ser ligado na terra, a ação de Deus precede a do homem e não o contrário!

Este é o grande problema que vemos neste conceito “amarratório”, pois além de distorcer o verdadeiro significado do texto, torna-se uma afronta a soberania de Deus, colocando-o em condição de mero observador, totalmente passivo às atitudes humanas. Contrário a isto, vemos o exemplo bíblico de quanto Satanás pediu permissão diretamente à Deus para tocar na vida de Jó, mostrando assim que os espíritos malignos são limitados pelo controle absoluto de Deus (Jó 1.12, 2.6).

O que Cristo “ligou” e sancionou nos céus foi à autoridade dada aos discípulos, pra que eles pudessem, em Seu nome, abrir o reino dos céus para os crentes e fechar para os descrentes através do evangelho. O desenvolvimento desta verdade está claramente demonstrada em Atos 2:14-40, quando Pedro abriu a “porta do reino” através do evangelho, pregando e anunciando a vontade de Deus com a autoridade que o Mestre tinha outorgado. Pedro e os apóstolos foram os agentes humanos através de quem a entrada no reino de Deus seria negada ou permitida.

Sobre Mateus 18:18, o mesmo se aplica, porém no contexto específico de disciplina eclesiástica. Quando alguém é expulso da Igreja de forma justa, a liderança estará cumprindo o padrão que Deus já estabeleceu no céu (veja 1 Co 5.1-13, Tito 2.15-3.11, Rm 16.17-20, 1 Tm 5.19-22, 2 Ts 3.6-15, 2 Tm 2.22-26 ).

Sendo assim, concluo que estas passagens também não dão nenhuma margem exegética para afirmar que devemos "amarrar demônios".

Para finalizar, o padrão bíblico para repreender e expulsar espíritos malignos é outro, bem diferente de amarrá-los e entrevistá-los. Wayne Grudem, em sua teologia sistemática, explica com clareza a maneira bíblica correta de proceder:

Se como crentes achamos apropriado falar uma palavra de repreensão ao demônio, é importante que nos lembremos de que não precisamos temer os demônios. Embora Satanás e os demônios tenham muito menos poder que o Espírito Santo que opera dentro de nós, uma das táticas de Satanás é tentar causar medo em nós. Em vez de ceder a tal temor, os cristãos devem lembrar as verdades da Escritura, que nos dizem: ”Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo” (lJo 4.4); e: “Pois Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio” (2Tm 1.7). Paulo diz aos efésios que em sua batalha espiritual eles devem usar o “escudo da fé”, para que possam “apagar todas as setas inflamadas do Maligno” (Ef 6.16). Isso é muito importante, visto que o oposto do temor é a fé em Deus. Ele também lhes diz para serem intrépidos em sua luta espiritual, de forma que, tendo tomado toda a armadura de Deus, pudessem “resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois deterem feito tudo” (Ef 6.13). Paulo diz que os cristãos, em seu conflito contra as forças espirituais hostis, não devem bater em retirada ou se encolher de medo, mas permanecer intrepidamente no seu lugar, sabendo que suas armas e sua armadura “não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas” (2Co 10.4; cf. lJo 5.18).

Na realidade, essa autoridade de repreender demônios pode resultar em uma breve ordem ao espírito maligno para ir embora quando suspeitamos da presença de influência demoníaca em nossa vida pessoal ou na vida dos que nos cercam. Devemos resistir ao Diabo (Tg 4.7), e ele fugirá de nós. Há ocasiões em que uma breve ordem no nome de Jesus será suficiente. Outras vezes será de grande utilidade citar as Escrituras no processo de ordenar ao espírito para que abandone aquela situação. Paulo fala da “espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17) . E Jesus, quando foi tentado por Satanás no deserto, repetidamente citou as Escrituras em resposta às tentações do Diabo (Mt 4.1-11). Entre os textos apropriados da Escritura podem ser incluídas afirmações gerais do triunfo de Jesus sobre Satanás (Mt 12.28,29; Lc 10.17-19; 2Co 10.3,4; Cl 2.15; Hb 2.14; Tg 4.7; lPe 5.8,9; lJo 3.8; 4.4; 5.18), mas também versículos relacionados diretamente à tentação particular ou dificuldade iminente. É importante lembrar que o poder de expulsar demônios não vem da nossa força ou do poder de nossa própria voz, mas do Espírito Santo (Mt 12.28; Lc 11.20).[2]
Por Ruy Marinho
Soli Deo Gloria!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Comunidade Evangelica Shalom RS

Tempo!!