Cinco maneiras de afastar seu filho da Igreja

sábado, 30 de junho de 2012


Provérbios - 22-6:6 - Instrui ao menino no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.

PRIMEIRA:
Diante das menores dificuldades, tais como indisposição, chuva, frio, cansaço, não vá aos cultos nem à Escola Bíblica. Com isso, seu filho vai crescer com a idéia de que participar das atividades da igreja não é assim tão necessário. "E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quando vedes que se vai aproximando aquele dia" (Hb 10.24,25).

SEGUNDA:
Quando estiver à mesa ou em reuniões da família, faça críticas ou comentários negativos sobre as orientações do pastor e de outros líderes da igreja. Assim, seu filho vai crescer não tendo respeito por eles, nem dando crédito aos seus ensinos. "Ora, rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós" (1Ts 5.12,13).

TERCEIRA:
Cuide para que seu filho cresça num lar que não seja diferente de qualquer outro. Afinal, que valor há em aplicar os princípios da palavra de Deus a todos os aspectos da vida familiar? "E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te" (Dt 6.6,7).

QUARTA:
Gaste diante da televisão todo o tempo que passa em casa, em vez de separar parte dele para a leitura da Bíblia e oração. Basta apenas orar na hora das refeições. Com certeza, seu filho aprenderá que oração e estudo da palavra de Deus não são coisas importantes para a vida do crente. "E o terá consigo (o livro da lei), e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, e a guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, a fim de os cumprir" (Dt 17.19).

QUINTA:
Comente à vontade e sem misericórdia a vida dos demais membros da igreja e de outras pessoas. Depois, aos encontrá-los, não deixe cumprimentá-los com um forte abraço e um largo sorriso. Com isso, seu filho terá a impressão de que a vida cristã é pura hipocrisia e desejará seguir o mesmo caminho. "Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas moderados, mostrando toda a mansidão para com todos os homens
" (Tt 3.2).

FAÇA ISTO:
Incentive seu filho a ser um cristão verdadeiro e a ter compromisso com Deus e com a igreja. Seja um exemplo para o seu filho. Transmita a seu filho os valores da palavra de Deus. Se ele ainda não fez uma decisão por Jesus, ajude-o a fazer isso. Faça o possível para que ele seja feliz e cumpridor dos seus deveres como cristão e como cidadão.
" Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele" (Pv 22.6).
Retirado do site: http://www.ministeriomontesinai.com/ESTUDOS_BIBLICOS.htm

O IBGE e o fracasso da teologia da prosperidade

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O IBGE publicou publicou uma informação que desconstrói totalmente o pressuposto neopentecostal de prosperidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística as famílias chefiadas por uma pessoa que segue a religião espírita têm maior rendimento médio mensal (R$ 3.796) do que as mantidas por um evangélico pentecostal (R$ 1.271), segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares. (veja aqui)

O analista socioeconômico do IBGE, José Mauro de Freitas Júnior, diz que a escolaridade entre as religiões influenciou nos resultados. "Os maiores rendimentos são dos espíritas muito provavelmente, porque eles têm um grau de escolaridade maior do que os evangélicos pentecostais, que ficaram com a menor renda. Também temos que levar em consideração que as famílias espíritas têm menor concentração de integrantes, 2%, enquanto que as evangélicas de origem pentecostal representam cerca de 11%", afirmou Freitas. Em relação às despesas, a pesquisa apontou que as famílias com maiores gastos total também foram aquelas chefiadas por espírita (R$ 3.617), enquanto as com menores gastos foram as evangélicas pentecostais (R$ 1.301). A maior proporção de famílias (74%) são da religião católica apostólica romana, e seu rendimento médio é de R$ 1.790. Os evangélicos, em geral, atingiram um rendimento médio familiar de R$ 1.500 e representou 17% do grupo familiar entrevistado.

O estudo também se referiu ao item de gastos com pensões, mesadas e doações para as respectivas religiões. As famílias de origem evangélica pentecostal atingiram 21,4 % de despesas com doações (R$ 23), as pertencentes a evangélica de missão atingiram 21,9% (R$ 58) e as outras evangélicas 34% (R$ 59). Outro destaque da pesquisa foi com o item impostos, cuja referência espírita investiu 44,2% (R$ 236), cerca de três vezes a média do Brasil (R$ 79), brasileiros de outras religiões gastaram 42,9% e os que se declaram sem-religião e não-determinada 42,7%.

A pesquisa em questão serviu para confirmar que a prosperidade não é conquistada mediante a obediência de rituais mágicos e catársicos onde as bênçãos de Deus são trocadas ou vendidas por generosas contribuições financeiras.
Caro leitor, é possível que ao ler esta afirmação você esteja dizendo com seus botões: Ué, por que então os pastores da teologia da prosperidade são tão prósperos? "Elementar meu caro Watson", a prosperidade destes apóstolos se devem exclusivamente a venda de milagres, bençãos e indulgências.

Prezado amigo, do ponto de vista bíblico a prospridade não se dá mediante o toma-lá-dá-cá. Na verdade, as Escrituras nos ensinam que a prosperidade é fruto do trabalho. O reformador francês João Calvino acreditava que o homem possuía a responsabilidade de cumprir a sua vocação através do trabalho. Na visão de Calvino, não existe lugar para ociosidade em nossas agendas. E ao afirmar isto, o reformador francês, não estava a nos dizer de que homem deva ser um ativista, ou até mesmo um tipo de worhaholic. Na verdade, Calvino acreditava que a prosperidade era possível desde que fosse consequência direta do trabalho.

Acredito profundamente que se quisermos que nossas familias experimente prosperidade torna-se ncessário que invistamos em pelo menos dois aspectos:

1- Aumento de escolaridade.
Uma das principais marcas de um povo desenvolvido é educação. Infelizmente por fatores diversos, milhões de pessoas em nosso país vivem a margem da sociedade simplesmente pelo fato de terem abandoram a escola. Tenho plena convicção que ao voltar a sala de aula o crente será abençoado por Deus dando-lhe assim novas ferramentas que o ajudarão a experimentar a tão sonhada prosperidade.
2- Melhor qualificação profissional.

Prosperidade se dá mediante o trabalho. Invista na sua profissão. Faça cursos, participe de simpósios, leia muito e aprenda com quem sabe. Nesta perspectiva, seja o melhor sapateiro, eletricista, pedreiro, médico, dentista, advogado, professor e experimente das bênçãos do Senhor.
Caro leitor, tenho plena convicção que se desejarmos construir um país decente e sério, necessitamos romper com alguns paradigmas que nos cercam. Nações bem sucedidas são aquelas que se empenham na construção de valores e conceitos como honestidade, equidade, ética e retidão.
Infelizmente no país do gospel e do decreto espiritual apóstolico, o trabalho nem sempre é visto com bons olhos, até porque nesta perspectiva neo pentecostal, o trabalho foi feito para gente miserável e desqualificada que precisa sobreviver.
Isto posto, afirmo que o tempo de mudarmos nossos conceitos e valores é esse, além é claro de semear no coração do crente em Jesus , a idéia de que o trabalho é reflexo de uma grande bênção divina, a qual deve ser valorizado e dignificado.

Soli Deo Gloria,

Renato Vargens
Fonte: [ Blog do autor ]

Após resposta de Silas Malafaia, blogueiros rebatem afirmações do pastor: “Ilustre desconhecido ou corrupto conhecido?”

quinta-feira, 21 de junho de 2012

 

 
Após resposta de Silas Malafaia, blogueiros rebatem afirmações do pastor: “Ilustre desconhecido ou corrupto conhecido?”
Após a resposta do pastor Silas Malafaia aos blogueiros que criticaram o desafio lançado por ele, de refutar a teologia da prosperidade, novos artigos, rebatendo as palavras do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, foram publicados.
Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica GospelMalafaia afirmou, em um texto assinado por ele e publicado em seu site, que “ilustres desconhecidos” o estavam criticando e difamando.
Em resposta, o pastor Márcio de Souza, colunista do Gospel+, respondeu dizendo que “para algumas pessoas, mais vale o poder de vomitar besteiras boca à fora, prevalecendo através de bens materiais recebidos através de trocas de favor espúrias do que estar no centro da vontade de Deus”.
O colunista afirma ainda que apesar de “não ser famoso, não ter jatinho, nem carro blindado ou relógio de ouro, jamais carregarei sobre as minhas costas o peso de entregar o nosso povo, nem de fazer aliança com quem não tem aliança com Deus”
Leia a íntegra do artigo “Ilustre desconhecido ou corrupto conhecido?”, do pastor Márcio de Souza neste link.
O blogueiro Ruy Marinho publicou no Bereianos o artigo “Resposta de um ‘ilustre desconhecido’ a um famoso corrompido”, em repercussão à mesma afirmação de Malafaia. Segundo ele, a postura do pastor demonstra incapacidade de responder às refutações feitas por blogueiros como ele à teologia da prosperidade.
-Considero a resposta do Pr. Silas como vazia e infundada, além do tom ofensivo e de deboche, com palavras que somente pessoas psicologicamente abaladas podem pronunciar. Posso deduzir que tal atitude partiu do fato de que ele não foi capaz de replicar o que apontamos na própria Bíblia – escreveu Marinho.
Em outra publicação, Marinho afirma que “há alguns anos o tele-pastor desvirtuou-se de sua posição clássica contrária aos modismos e heresias, inclusive que ele mesmo criticava e condenava, para aderir à perniciosa teologia da prosperidade”.
Nessa publicação, Marinho rebate a pregação do pastor Silas Malafaia ponto a ponto, e ressalta que Silas Malafaia “vem promovendo uma série de distorções bíblicas e heresias gravíssimas, além de abrir a porta para pregadores heréticos da tal teologia mercantilista vindos de outros países”.
Confira abaixo a íntegra do artigo “Refutação Bíblica a palavra do Silas Malafaia sobre ‘Uma Vida de Prosperidade’”:
Recentemente, o tele-pastor Silas Malafaia veio a público desafiar os ”blogueiros, críticos de meia-tigela e sites de bandidos travestidos de evangélicos… quem planta notícia em internet, invejosos, caluniadores…” [1], a mostrar biblicamente onde é que se encontram as falhas teológicas de sua pregação sobre a teologia da prosperidade, que “ele prega e crê” [2].
Talvez o título dessa postagem fosse mais conveniente com a frase: Ensinando Silas Malafaia a deixar a colher e comer de garfo! Seria uma resposta a própria afirmação dele de que, quem o critica “come de colher e quer ensiná-lo a comer de garfo”. Porém, não posso deixar de lado o que a Bíblia diz em 1 Pedro 3.14-17:
“Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes zelosos do que é bom? Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem aventurados sois, Não vos amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados, Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pede razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo, porque, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por praticardes o que é bom do que praticando o mal.” (negrito do autor)
É de conhecimento de todos que, há alguns anos o tele-pastor desvirtuou-se de sua posição clássica contrária aos modismos e heresias, inclusive que ele mesmo criticava e condenava [3], para aderir à perniciosa teologia da prosperidade. Com isso, o mesmo vem promovendo uma série de distorções bíblicas e heresias gravíssimas, além de abrir a porta para pregadores heréticos da tal teologia mercantilista vindos de outros países. Basta pesquisar aqui no blog para constatar que existem inúmeros artigos de refutação e denúncias das práticas anti-bíblicas de Silas. Inclusive, destaco um ótimo resumo crítico que foi publicado recentemente no Púlpito Cristão, no qual você pode ver aqui!
Embora Silas Malafaia tenha feito o desafio com um tom ofensivo de deboche e covardia, eu farei a refutação de sua palavra supra-citada não pelo desafio em si, mas pelo dever em defender o evangelho, aja visto ter detectado em sua pregação várias distorções bíblicas e conclusões errôneas feitas pelo tele-pastor, referentes ao que ele defende. Portanto, para ser mais direto e categórico, vou me conter em refutar somente a pregação do Silas Malafaia neste programa específico, onde ele desafia os blogueiros (dos quais incluo-me).
A primeira parte de sua pregação – com base na teologia da prosperidade – denominada “uma vida de prosperidade”, foi ao ar no último sábado, dia 2 de maio de 2012. Veja abaixo:
Em sua pregação, para começar ele cita três pontos que serão abordados: o que é a oferta, características de um ofertante e o resultado na vida do ofertante. Silas utiliza 2Co 9.1-15 de uma maneira desconexa e fragmentada, utilizando somente de alguns versículos desta passagem para fazer a sua defesa da teologia da prosperidade, algo normal de uma pessoa que prega tal conceito, pois não há o costume de utilizar uma pregação expositiva equilibrada. Ele ainda afirma que esta passagem é o “melhor compêndio no Novo Testamento sobre o assunto”.
Porém, ao sair do círculo fechado e fragmentado que Silas arma em torno de 2Co 9.1-15, afirmando a prosperidade financeira como recompensa para todos os crentes que ofertam, não tem como ignorar todo o contexto bíblico que trata de dinheiro, principalmente as passagens que afirmam o contrário do que Silas defende. Como harmonizar, por exemplo, a sementeira e a colheita de 2Co 9 com esta outra passagem que diz “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (I Tm 6.8-10, ARA) ?
O que dizer então das palavras do Mestre: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mt 6.19-24, ARA ) ?
Enquanto uma passagem supostamente afirma (segundo Silas) que podemos ofertar com a promessa de prosperidade financeira plena, outras afirmam exatamente o contrário, que não devemos enfatizar a prosperidade financeira! Tem alguma coisa errada aí! Será que Silas Malafaia está pregando algo correto à luz do contexto bíblico? Será que Deus ficaria preso na condição de obrigação em recompensar financeiramente quem oferta?
2Co 9.1-15 pode ser o “melhor compêndio” sobre o assunto conforme ele afirma, porém não é o único, principalmente no Novo Testamento! Não se pode interpretar uma passagem isolada de outras que tratam do mesmo assunto (regra básica de hermenêutica).
Quando desfragmentamos os versículos isolados que Silas utiliza e analisamos a luz do contexto imediato desta passagem, veremos facilmente que o foco de Paulo não é a prosperidade financeira para os crentes em resposta ao ato de ofertar, mas sim a necessidade de ajudar financeiramente – com alegria e deliberadamente – os irmãos mais pobres. Paulo usa como exemplo aos Coríntios (uma igreja com membros financeiramente estáveis) de como os irmãos macedônios foram generosos nas ofertas enviadas à igreja de Jerusalém. Mesmo com sérias limitações financeiras (profunda pobreza, 2Co 8.2) eles tiveram alegria em ajudar os irmãos pobres. Este exemplo deve ser aplicado a nós nos dias de hoje com total significância. Porém, não com o objetivo de barganhar com Deus, esperando algo em troca.
Uma pergunta que devemos fazer: será que as ofertas e desafios financeiros que, tanto Silas Malafaia, quanto os demais tele-pastores fazem em seus programas são destinados aos pobres da Igreja? Não, pois eles categoricamente afirmam qual é o destino do dinheiro doado em suas coletas: sustentar os programas de TV (valores milionários), viagens nacionais e internacionais, mega-cruzadas caríssimas, jatinho particular etc. Posso estar errado, mas eu nunca vi Silas fazendo um desafio financeiro para ajudar os pobres da Igreja.
Continuando a análise ao vídeo, Silas comete outro erro grave: ao citar 2Co 9.4, ele afirma que “a oferta tem sólida base no mundo espiritual”. Para chegar a esta conclusão, ele utiliza a tradução bíblica Almeida Corrigida Fiel onde diz na parte final “…firme fundamento de glória”[4]. Porém, ao analisar melhor outras traduções da bíblia (inclusive o grego original), bem como o contexto direto (vs 1 a 4), veremos exatamente o que Paulo afirma: “Não tenho necessidade de escrever-lhes a respeito dessa assistência aos santos. Reconheço a sua disposição em ajudar e já mostrei aos macedônios o orgulho que tenho de vocês, dizendo-lhes que, desde o ano passado, vocês da Acaia estavam prontos a contribuir; e a dedicação de vocês motivou a muitos. Contudo, estou enviando os irmãos para que o orgulho que temos de vocês a esse respeito não seja em vão, mas que vocês estejam preparados, como eu disse que estariam, a fim de que, se alguns macedônios forem comigo e os encontrarem despreparados, nós, para não mencionar vocês, não fiquemos envergonhados por tanta confiança que tivemos.”(NVI, grifo meu)
Portanto, concluímos facilmente duas coisas: primeiro, que não se deve fazer uma exegese profunda em um texto bíblico considerando somente uma tradução da bíblia; segundo, que a passagem em si não há, absolutamente, nada de super sobrenatural como Silas afirma, mas a passagem narra a demonstração de confiança e orgulho que Paulo tinha pelos crentes de Corinto, na certeza dos mesmos ajudarem através das ofertas os irmãos pobres da Judéia, conforme fizeram os irmãos da Macedônia.
Mais um erro teológico de Silas: Ele cita, estranhamente de forma fragmentada parte de 2Co 9.5, onde diz “…e preparassem de antemão a vossa bênção” [negrito meu], afirmando que a palavra “benção” nesta passagem significa “um meio de receber favor Divino e meio de felicidade”. Ou seja, segundo Silas, em resposta a oferta haverá uma ação direta de Deus em abençoar os ofertantes! Isto é uma distorção forçada do texto, pois no contexto direto a palavra bençãoestá direcionada a uma ação direta dos ofertantes aos que receberiam as ofertas! Embora reconheça que Deus pode, segundo a vontade Dele, abençoar a vida financeira de quem ajuda, não é o que este versículo em si afirma. Os “abençoados” são os que recebem as ofertas e não os que ofertam!
Veja a mesma passagem em outra tradução: “…concluam os preparativos para a contribuição que vocês prometeram. Então ela estará pronta como oferta generosa, e não como algo dado com avareza.” (NVI, negrito meu) No original grego, a palavra utilizada é eulogia (benção), empregada neste contexto como”generosidade” [5]. Lembrando que o significado da palavra “benção” é variável, no caso desta passagem se enquadra na definição de “expressão ou gesto com que se abençoa. Benefício, favor especial.” [6]
Continuando, Silas cita 2Co 9.10 “Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça”, afirmando que Deus nos dá a semente para ofertar. Está correto! Afinal, Deus é o provedor de tudo, o homem não dá do que é propriamente seu, e sim daquilo que Deus lhe tem dado (veja At 17.25). Mas, para quê serve esta semente que Deus nos dá? Para sustentar ministérios milionários de tele-pastores que cada vez mais ficam ricos para esbanjar “prosperidade”, em troca de uma suposta benção financeira sobrenatural? Não!
A semente que provém de Deus é para ajudar os pobres da igreja para que todos sejam abençoados e Deus seja glorificado! Veja o contexto direto no versículo 9: “Como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre” (ACF, negrito meu), uma citação que Paulo faz de Salmos 112.9 para mostrar que a generosidade à quem precisa é característica de todo Cristão. Deus abençoa a nossa vida para “aumentar os frutos da nossa justiça”(vs9), para “toda a generosidade”(vs11) e para “suprir as necessidades dos santos” (vs10). Ou seja, Deus pode, segundo a vontade Dele, prover em nossas vidas quando ajudamos os pobres da Igreja, principalmente para aumentar a possibilidade desta ajuda continuar cada vez mais: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo 3.16-17, ARA)
Mais um erro de Silas: Ele cita parte do VS 12 “…porque a administração deste serviço”, para afirmar que a oferta é um serviço para Deus. Logo em seguida, ele cita 1Co 15.58 que diz “que o nosso trabalho não é em vão” para afirmar que, se é um trabalho, Deus vai recompensar. Ainda cita Jr 21.14 que diz “o Senhor recompensará a cada um segundo o fruto das tuas ações”. E termina afirmando que: “se a oferta é um serviço para Deus, Ele vai nos recompensar da mesma forma que alguém trabalha e tem que receber salário.”
Errado Pr. Silas! O contexto de 1Co 15.58 em nenhum momento é formalizado um contrato de trabalho entre nós e Deus com promessa de honorários financeiros, muito pelo contrário, fala da esperança que os Coríntios deveriam ter no dia da ressurreição para continuarem perseverando na fé, mesmo sob ensinos falsos e várias tentações, sabendo que os esforços para o serviço à Deus nunca será em vão (veja Is 65:17-25).
Segue o contexto direto da passagem em questão: “Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.” [1Co 15.50-58, ACF, negrito do autor].
E sobre Jeremias 21.14, veja o que diz: “Eu vos castigarei segundo o fruto das vossas ações, diz o SENHOR; e acenderei o fogo no seu bosque, que consumirá a tudo o que está em redor dela.” (ACF) O texto fala de castigo e não de recompensa financeira! Que distorção bíblica grosseira Pastor Silas!
Dando continuidade na análise do vídeo, Silas agora discorre para os resultados na vida de um ofertante. Logo de cara ele afirma que “Deus trabalha com a lei da recompensa”. Para tal afirmativa, ainda divide esta lei em “5 leis que funcionam na vida de um ofertante”. Chamo a atenção para algo gravíssimo: colocar a condição de lei para Deus é neutralizar a onisciência Dele! É afirmar que Deus trabalha somente em troca do nosso dinheiro! Afinal, se temos que cumprir esta lei, Deus também tem o dever de cumpri-la. Estaria Deus amarrado em uma condição humana?
Para a 1ª lei, Silas utiliza 2Co 9.6 afirmando a “lei da semeadura”: “E digo isto: o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará.” Esta passagem está em conexão com todo o contexto direto, no qual já tratamos nesse artigo (veja explicação acima sobre os versos 9 e 10).
Se esta suposta lei da semeadura financeira funcionasse como Silas afirma, porque existem cristãos pobres que precisam de ajuda da própria Igreja? Falta de fé para ofertar o que não tem? Porque então Paulo organizou esta coleta de ofertas aos Pobres da Judeia, ao invés de fazer um desafio financeiro para eles serem abençoados com a lei da semeadura? Inclusive o próprio Paulo passou por muitas necessidades ( Fp 4.10-20, 2Co 11.27). Porque Jesus se fez pobre durante seu ministério na terra (2 Co 8.9) não tendo sequer aonde reclinar a cabeça (Mt 8.20)? Porque Jesus também disse que dificilmente entraria um rico no reino dos Céus (Mt 19.23-24), e ainda disse para não juntar tesouros na terra, mas no Céu (Mt 6.19-24)? Estaria Paulo pregando uma teologia contrária à Bíblia e entrando em contradição consigo próprio? Claro que não! A teologia contrária a Bíblia é a que Silas Malafaia tenta defender sem êxito.
Paulo cita esta metáfora baseada na vida agrícola para mostrar que, aquilo que é doado nunca se perde, é semeado. Embora Deus, às vezes, proveja uma colheita generosa no terreno físico, principalmente para aumentar as possibilidades de ajuda aos pobres da Igreja, esse não é o padrão e nem é a promessa do Novo Testamento, muito pelo contrário, veja: 2 Co 8:9, 11:27, Lc 6:20-21, 24:25, Tg 2:5.
Tentando justificar a demora na “colheita” de muitos, Silas ainda faz uma analogia entre o tempo de cumprimento da “lei da semeadura” com as sementes de frutas naturais. Dentre várias frutas, ele cita tamarindo, uma fruta que demora até 60 anos para começar a dar frutos. Com isso, ele justifica que pode demorar muito para alguém receber o pagamento da tal “lei da semeadura”. Ou seja, o que você ofertar, talvez nem receba de Deus nesta vida. Na verdade, trata-se da famosa “desculpa espiritual” dos adeptos da teologia da prosperidade para os que não receberam a sua colheita, mesmo depois de ofertar. Engraçado que na hora dos desafios televisivos é exaustivamente enfatizado que Deus vai nos abençoar, que vamos colher cem vezes mais, que vamos ter uma vida próspera, que vamos pagar nossas contas e ter prosperidade em abundância etc.
Na 2ª lei, Silas cita 2 Co9.7 onde diz “…porque Deus ama a quem dá com alegria”, o que seria a “lei do amor de Deus sobre o ofertante”. Logo após, solta uma pérola histórica: “você não vê Deus usando essa palavra de amor pra salvação” E ainda pede para avisá-lo se alguém souber de outra passagem bíblica que utiliza esta expressão de amor de Deus, pois ele não sabe de tudo da Bíblia.
Sinceramente, alguém que faz tal afirmação deixa-me mais desconfiado ainda do quanto a pessoa é desprovida de conhecimento Bíblico, veja: Jo 3.16 “PorqueDeus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (negrito meu) Leia também 1Jo 4.9 e Rm 5.8.
A 3ª lei, segundo Silas, consta no versículo 8, onde diz: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra,”(ARA) o que seria a “lei total do favor de Deus, a graça”. Silas afirma – corretamente – que a graça é o favor imerecido, benevolente e amoroso de Deus para o homem. Mas comete um erro gravíssimo afirmando que “a oferta chama a graça de Deus para nós”. Ora, se a graça é um favor imerecido, como pode ser merecido ao mesmo tempo?
Para piorar, segundo este pensamento Silas afirma que através da oferta nós podemos obter soluções de problemas emocionais, curas e soluções de problemas financeiros. Enfim, erros gravíssimos e infantis que nem um aluno novo de Escola Bíblica dominical confunde.
O versículo em questão não dá margem para esta interpretação incorreta. No verso 8 diz que Deus pode nos abençoar para sermos um instrumento de sua graça, fazendo que tenhamos o suficiente para continuar ajudando os pobres. Quando os santos carentes recebem uma generosa doação de outros crentes, eles reconhecem que Deus é a fonte da generosidade, reconhecendo o dom inefável de Deus (vs 15). E assim eles respondem com ações de graças e louvor a Deus por Sua graça em suas vidas (v. 11). E isto acontece segundo a vontade Dele e não por nosso merecimento. Nós não merecemos e nunca vamos merecer a graça Dele, é Ele quem nos ama e nos concede a sua graça, segundo o Seu querer.
A 4ª lei que Silas cita, segundo 2Co 9.9 é a “lei da multiplicação”, que na verdade é o mesmo que a “lei da semeadura”. Ou seja, a refutação para a 1ª lei serve para esta 4ª lei também.
Enfim, a 5ª lei. Silas cita o verso 11 que diz “para que tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus”, para fundamentar a “lei da abundância”. Com isso, Silas afirma que Deus é um Deus de sobra, sem mesquinharia.
Obviamente, ele utiliza este argumento para justificar a suposta abundância da teologia da prosperidade. Mas, ao contrário que ele afirma, o que esta passagem mostra é que, quando Deus nos dá uma provisão financeira, mesmo sendo com sobras, não é para o proveito próprio, e sim para ser usada em generosidade aos necessitados, para a glória de Deus. O versículo é claro quando afirma “…para toda a beneficência”(ACF), “para toda generosidade”(ARA). Veja como viviam os convertidos naquela época: “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.” (At 2.44-45, ARA) Este conceito de abundância financeira é, de fato, o mais claro sinal de avareza na vida de alguém: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Mt 12.15, ARA)
Silas ainda cita exemplos do que aconteceu com Adão e Eva no jardim do Éden e a prosperidade de Abraão para afirmar que Deus fará o mesmo com quem ofertar. Isto é um absurdo! Afinal, estes são casos isolados em que Deus agiu com um propósito específico e exclusivo para cumprir os seus planos! Por exemplo: não é porque Deus sustentou o povo no deserto enviando o maná dos céus (Ex 16:35) que ele fará o mesmo hoje da mesma forma conosco. Vai deixar de trabalhar esperando o maná para ver o que acontece!
Para terminar, mostro na Bíblia a verdadeira prosperidade para o Cristão:
“Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários”. (2Co 8.1-3).
Antigamente, Silas Malafaia concordava que esta passagem nos mostra a verdadeira prosperidade bíblica, veja o que ele disse muitos anos atrás: ”Os pobres da Macedônia dividiram o pouco que tinham com os pobres da Judeia. Isto é prosperidade. Prosperidade é você compartilhar com o outro… é viver bem com aquilo que Deus tem te dado… é mesmo você tendo pouco, você ainda tem forças e capacidade de ajudar alguém que está pior do que você.” [7]
Fico na esperança de que esse artigo sirva de alerta para todos aqueles que ainda acreditam na teologia da prosperidade, onde infelizmente nos últimos anos muita gente se corrompeu, contaminando-se nas heresias importadas da teologia de Mamon.
Espero de coração que Silas Malafaia se arrependa verdadeiramente, voltando ao evangelho puro e verdadeiro. Não existe nada mais nobre para um Cristão do que assumir sua condição de pecador e humildemente reconhecer os seus erros para nunca mais praticá-los.
Soli Deo Gloria!
Ruy Marinho [ Bereianos ]

Não Confunda Conhecimento e Sucesso com Maturidade!

sábado, 16 de junho de 2012


 
Eu não somente cedi à tentação de permitir que o ministério pastoral se tornasse a minha identidade, mas também cai em duas outras tentações.

Deixei a proficiência bíblica e o conhecimento teológico definirem minha maturidade. No ministério, é muito fácil admitir uma redefinição sutil, mas importante, do que é e do que faz a maturidade espiritual. Essa definição tem suas raízes no que pensamos sobre o que é o pecado e o que ele faz. Muitos pastores têm a falsa definição de maturidade que resulta da aculturação acadêmica do seminário.

O seminário tende a academizar a fé, torná-la um mundo de ideias que precisam ser dominadas, por isso os alunos aceitam facilmente a crença de que maturidade bíblica se refere à precisão de conhecimento teológico e à proficiência bíblica. Todavia, maturidade espiritual não é algo que você faz como sua mente (embora isso seja um elemento importante). Maturidade diz respeito ao modo como vivemos. É possível ser teologicamente perspicaz e imaturo. É possível conhecer muito bem a Bíblia e ser necessitado de crescimento espiritual significativo.

Graduei-me com honras no seminário. Ganhei prêmios acadêmicos. Eu imaginava que era maduro e sentia-me mal compreendido e mal interpretado por todos que não compartilhavam de meu discernimento. De fato, vi aqueles momentos de confrontação como perseguição que um indivíduo enfrenta quando se dedica ao ministério do evangelho. Em essência, eu entendia de modo errado o pecado e a graça. O pecado não é, em primeira instância, um problema intelectual. O pecado é, primeiramente, um problema moral. É minha rebelião contra Deus, minha busca para ter, para mim mesmo, a glória de Deus. O pecado não é, principalmente, uma quebra de um conjunto abstrato de regras. É, ante de tudo, a quebra do relacionamento com Deus. Visto que eu quebrei este relacionamento, é natural e fácil que eu me rebele contra Deus.

Portanto, não é apenas a minha mente que precisa ser renovada pelo ensino bíblico correto, meu coração também precisa ser resgatado pela poderosa graça do Senhor Jesus Cristo. O resgate de meu coração é tanto um evento (justificação) como um processo (santificação). O seminário não resolve o meu problema mais profundo – o pecado. Pode contribuir para a solução, mas pode também cegar-me para a verdadeira condição por sua tendência de redefinir maturidade. Maturidade bíblica nunca diz respeito ao que sabemos, mas sempre ao modo como a graça emprega o que chegamos a saber para transformar a nossa maneira de viver.

Pense em Adão e Eva. Eles não desobedeceram a Deus porque eram intelectualmente ignorantes dos mandamentos de Deus. Ultrapassaram conscientemente os limites estabelecidos por Deus, porque buscaram a posição de Deus. A guerra espiritual do Éden foi travada no campo dos desejos do coração. Considere Davi. Ele não tomou Bate-Sabe para si e planejou livrar-se de seu marido porque ignorava as proibições de Deus contra adultério e assassinato. Agiu porque, em algum momento, não se importou com o que Deus queria. Davi teria o que seu coração desejava, não importando o custo.

Ou pense o que significa ser sábio. Há enorme diferença entre conhecimento e sabedoria. Conhecimento é um entendimento exato da verdade. Sabedoria é entender e viver à luz de como a verdade se aplica às situações e aos relacionamentos de nossa vida diária. Conhecimento é o exercício de nosso cérebro. Sabedoria é o compromisso de nosso coração que leva à transformação da vida.

Embora eu não o soubesse, entrei no ministério pastoral com uma ideia não bíblica sobre maturidade bíblica. De uma maneira que agora me assusta, eu pensava que minha posição era certa. Por isso, quando minha esposa, Luella, me confrontava com amor e fidelidade, o fato é que eu não estava apenas sendo defensivo. E me convenci de que ela tinha um problema. Costumava usar meu conhecimento bíblico e teológico para defender a mim mesmo. Eu era um desastre e não tinha ideia disso.

Sucesso não é necessariamente uma aprovação

Confundi sucesso no ministério com aprovação de Deus quanto ao meu viver. O ministério pastoral era estimulante, em muitas maneiras. A igreja estava crescendo numericamente, e as pessoas pareciam crescer em sua vida espiritual. Pareciam cada vez mais comprometidas em ser parte de uma comunidade espiritual vibrante. E vimos pessoas vencerem batalhas do coração com a graça de Deus. Fundamos uma escola cristã que estava crescendo e expandindo sua reputação e influência.

Nem tudo era tranquilidade. Houve momentos dolorosos e árduos, mas eu começava meus dias com o senso de que Deus me chamara para cumprir este ministério. Estava liderando uma comunidade de fé, e Deus estava abençoando nossos esforços. Mas usei essas bênçãos da maneira errada. Sem saber que eu o estava fazendo, tomei a fidelidade de Deus para mim, para seu povo, para a obra de seu reino, para seu plano de redenção e para sua igreja como uma aprovação de mim mesmo. Minha perspectiva dizia: "Eu sou um dos caras bons, e Deus está por trás de mim em tudo isso". De fato, eu diria para Luella (isto é embaraçador, mas preciso admitir): se eu fosse um cara tão mau, por que Deus estaria abençoando tudo em que ponho as mãos?

Deus não estava agindo porque aprovava minha maneira de viver, e sim por causa de seu zelo por sua própria glória e sua fidelidade às promessas de graça para seu povo. Deus tem autoridade e poder para usar qualquer instrumento que ele escolhe, da maneira que escolhe. O sucesso no ministério é sempre mais uma afirmação sobre Deus do que uma afirmação sobre as pessoas que ele usa para cumprir seus propósitos. Entendi tudo errado. Tomei daquilo que eu não podia fazer o crédito que eu não merecia. Fiz tudo girar em torno de mim; por isso, não me via como alguém destinado ao desastre e em profunda necessidade do regate da graça de Deus. Eu era um homem que necessitava de graça resgatadora. Por meio da fidelidade de Luella e das perguntas perscrutadoras de meu irmão, Tedd, Deus fez exatamente isso.

E quanto a você? Como você vê a si mesmo? O que diz com regularidade a respeito de si mesmo? É diferente daqueles aos quais você ministra? Vê a si mesmo como um ministro da graça necessitado da graça? Está acomodado com as desconexões entre o evangelho que você prega e a sua maneira de viver? Há desarmonias entre seu ministério público e os detalhes de sua vida particular? Você encoraja em sua igreja um nível de comunidade ao qual você mesmo não se dedica? Não crer que alguém possa ter uma visão mais exata a seu respeito do que você mesmo? Usa o conhecimento ou a experiência para manter-se longe de confrontação?

Não tenha medo do que você é em seu coração. Não precisa temer ser conhecido; porque não existe nada em você que poderia ser exposto que já não foi coberto pelo precioso sangue de seu Salvador e Rei, Jesus.
Por Paul Tripp 
- Sobre o autor: Paul Tripp é o presidente de Paul Tripp Ministries, organização sem fins lucrativos cujo slogan de missão é "Conectando o poder transformador de Jesus Cristo à vida diária". É também professor de vida e cuidado pastoral no Redeemer Seminary, em Dallas (Texas), e diretor executivo do Center for Pastoral life and Care, em Fort Worth (Texas). É casado há muitos anos com Luella, e têm quatro filhos adultos.

Traduzido por: Wellington Ferreira
Editor: Tiago Santos
Fonte: [ Editora Fiel ]
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Silas Malafaia: um exemplo a não ser seguido!

segunda-feira, 11 de junho de 2012


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No último sábado, tivemos mais um capítulo da série “Silas Malafaia em busca do poder terreno”, uma série já dura há bastante tempo. Tive a oportunidade de ouvir, ao vivo, o sr. Silas pregando nos últimos vinte anos, e infelizmente esse cidadão passou por grandes transformações.

Sua mudança ocorre de forma cronológica, pensada e articulada por seus assessores. Do bigode ao implante de topete, muito dinheiro e muito empreendedorismo de marketing foram necessários.

No último sábado, sinceramente eu tinha uma esperança, pois o desafio de Malafaia era na Bíblia. Sendo assim, eu imaginava que ele, em temor a Deus e Sua Palavra, apresentasse algo verdadeiro.

Porém, estou decepcionado, pois nada novo foi apresentado.

O pior: tudo foi milimetricamente calculado por seus assessores. Seguindo sua própria orientação, vou desenvolver o texto segundo os temas propostos por ele: duvidar, criticar e determinar.

a) Duvidar

O ambiente do culto foi previamente calculado. Silas reúne em um espaço bastante conceituado no mundo dos espetáculos, pois ficaria mais fácil a exposição midiática. Cada imagem, cada foco descreve isso. O povo não percebeu, mas todos estavam ali fazendo parte de um espetáculo com objetivos já calculados.

A multidão, o local são a imagem perfeita para Silas demonstrar seu poder diante de partidos políticos e seus candidatos, dizendo a todos eles: estão vendo? Eu tenho moeda de troca para barganhar com vocês.

Dos milhares que ali estavam, cada um representa votos a serem explorados.

Nisso, o sr. Malafaia se tornou um exímio profissional, pois sua carreira pastoral não seria a mesma sem seus vínculos políticos. Ele sabe as consequências e os lucros de um apadrinhamento político. Isso é facilmente percebível ao vermos que o antigo pastor bigodudo, que dirigia uma velha perua kombi no início do seu ministério, hoje desfila pelas avenidas do Rio com sua Mercedez blindada, doada por um parceiro.

A prova disso é que nessa última semana foi divulgado nos meios de comunicação uma proposta do Governo Dilma que visa proibir o aluguel de horários na TV aberta, e os primeiros a se manifestarem contra essa medida foram os líderes evangélicos, por se sentirem prejudicados. O interessante dessa notícia é que parece óbvio que líderes evangélicos realmente vêm se utilizando dos espaços de mídia para auto-promoção e para a barganha do povo, por votos, diante de partidos e políticos. Isso é notório pelo número de políticos, futuros candidatos e interessados ou representantes dos meios políticos nos púlpitos dos principais cultos e eventos promovidos por ministérios evangélicos. Ou seja: o meio evangélico já provou que pode agrupar multidões e esse é um terreno fértil para o assédio político. Talvez seja esse o verdadeiro meio que muitos líderes evangélicos descobriram para justificar a sua “prosperidade” ou seu “meio de fé”.

Para líderes como Silas e outros mais, “Deus” e “Jesus” são meros produtos a serem negociados dentro do seu enorme panteão de mercadorias, que estão disponíveis para todo aquele que esteja pronto a pagar. Há uma perda considerável da definição do que é Sagrado e Profano.
“Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o santo e o profano, nem discernem o impuro do puro; e de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles”. Ezequiel 22:26

Segundo ponto a analisar: que o sr. Malafaia não abandona a sua postura de arrogância, prepotência, soberba narcisista. Fica evidente, pelo desdém e pela ironia ao citar aqueles que o criticam, o uso de termos como trouxas, idiotas, babacas, panacas, manés, bandidos, e outros mais que só os bastidores podem revelar. Segundo pessoas que o acompanham nisso, dizem ser comum palavras de baixo calão na boca desse homem.

Esse desrespeito o deixa cego, pois hoje no Brasil calcula-se que o número de blogs pode ultrapassar os cem mil, e muitos dos que têm blogs também têm uma formação. São teólogos, filósofos, sociólogos, antropólogos, e seus blogs são uma forma de estender a todos suas fontes de conhecimento. Muitos blogs nascem no período da graduação ou pós-graduação, ou até no mestrado ou doutorado. É preciso saber que as extravagâncias e o modo de ser nada peculiar do sr. Silas é objeto de pesquisas em muitas universidades, em cursos de mestrado e doutorado, pois sua forma espetaculosa de culto já há muito tempo é percebida nos meios acadêmicos.

Então, chamar blogueiros na TV de idiotas, analfabetos e demais adjetivos pejorativos não responde com a verdade. Essa é a forma que o sr. Silas se utiliza para se corresponder com aquilo que ele acha que é inferior e desprezível ao seu modo de ser.

Ainda há a ira com que Malafaia fala dessas pessoas. Tanto sua postura como seu linguajar estão totalmente contrários ao modo de ser de um verdadeiro homem de Deus, pois a Bíblia nos revela que seremos conhecidos pelos frutos, e frutos do Espírito Santo, e ainda destaca esses frutos:
Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. – Gálatas 5.22

Com certeza, quem já teve a oportunidade de assistir aos programas do Silas Malafaia, percebe que ele se esqueceu desse versículo.

Agora, o ponto central no desafio é a pregação. Silas, de forma que eu também acredito pensada e articulada, apresenta suas idéias em versículos fracionados, ou versículos isolados. Isso é típico de quem tem a arte de manipular através das palavras. O sr. Silas descreve, através de suas pregações, que com certeza não tem conhecimento bíblico necessário para expor, através de uma pregação ou um sermão, as bases do discurso fundamentadas em técnicas básicas da exegese e da hermenêutica, palavras essas que já até ouvi ele citar, porém quem ouve sua pregação vê que é impossível acreditar que ele saiba praticar uma boa exegese e uma boa hermenêutica.

Eu perguntaria: o sr. Silas apresentaria suas idéias, suas bases sobre a Teologia da Prosperidade diante de uma banca acadêmica, formada por biblistas renomados, já que defende suas idéias com tamanho afã? Acredito que não.

Silas descreve, através de sua pregação, que nivela seus ouvintes por baixo, com chavões místicos, muita oratória baseada em histórias pessoais e, quando apresenta alguma coisa diferente, demonstra estar plagiando algum texto ou sermão que nunca fornece a referência. Isso é facilmente percebível, pois falta em seus sermões referenciais teológicos, históricos, antropológicos, filosóficos. Ou seja, é difícil classificar o sr. Silas como teólogo, ou perceber que suas idéias partem de uma teologia sistemática, aprofundada pelo pensamento e pelo mergulho num mundo de idéias.

Com certeza, sua justificativa é a de muitos pregadores do meio pentecostal e neopentecostal: eu prego pelo Espírito. Porém, o mesmo apóstolo que ele usou no sábado para apoiar suas idéias, nos diz:
“Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.’ – 1 Coríntios 14:15

Sabemos que todo ser humano tem seu conhecimento. Paulo Freire destaca em sua obra a sabedoria popular como um dos grandes referenciais para o crescimento dos seres humanos. O que acontece é que o contexto pentecostal é direcionado com projetos onde suas lideranças vivem num mundo cercado por uma forte concorrência pessoal e ministerial. Exemplo disso: é só acompanhar nos sábados pelo manhã aos embates que ocorrem por uma mesmo denominação, em um mesmo período de horário.

Fico a pensar: o que um leigo pensa depois de ficar um sábado, das 8 às 12 horas, vendo a programação da Rede TV? Será que ela seria capaz de definir o que a Assembléia de Deus e quem são os seus líderes?

Isso só é possível depois de meses ou anos mergulhado nessas igrejas, que devido à ganância de seus líderes, se perdem diante daquilo que eles pregam e diante de toda a sua história. Muitos desses líderes provaram dos prazeres do mundo, e se perderam em suas essências, não sabendo mais o caminho de volta, ou muitos não querem voltar ao velho discurso de abençoar pobres e viúvas.

A teologia da prosperidade dá frutos “muito melhores”, pois na medida em que o povo é abençoado, seus líderes também são.

Silas e muitos outros líderes, sem perceber, têm saído de uma teologia sistemática consistente e fundamentada para criar, cada um, as suas teodisséias. Ou seja, eles partem do princípio bíblico, porém vão aos poucos manipulando esses princípios, até que o povo não se aperceba que estão praticando e servindo a conceitos adulterados. Por isso, Silas se utiliza, em suas pregações, da palavra “verdade”. No decorrer do seu ministério, destacou-se por sempre buscar a verdade. Porém, quando é interpelado por suas próprias palavras, ele revela sua ira.

É preciso saber que a igreja brasileira tem mudado. Hoje temos acesso a novas literaturas, melhor formação, e a internet possibilita contato com o mundo todo de forma rápida e segura. Hoje já temos aulas dos grandes centros de pesquisa traduzidas para o português e disponíveis para todos os que desejam o conhecimento. Temos, hoje, editoras traduzindo os livros e autores históricos do cristianismo. É preciso urgentemente que o sr. Silas fundamente a sua teologia, que descubra através de estudos sérios que a filosofia não é um besteirol, mas sim uma ciência que muito pode apoiar o teólogo, pois querer ser um deus numa terra de cegos é algo que será bastante trabalhoso, pois os blogueiros estão atentos.

b) Criticar

Bem, aqui exerço o que é peculiar na minha formação, pois sou teólogo formado em uma instituição teológica conceituada e reconhecida. Possuo pós-graduações e sou um assíduo participante de congressos e seminários, sem contar que sou um leitor apaixonado pelo conhecimento.

Tudo isso para dizer que os termos pejorativos podem até se encaixar a mim, mas me esforço para ser um teólogo que caminha nos passos da vida,  pois um teólogo que não se empenha na arte da crítica não entendeu os porquês da sua formação.

O texto apresentado pelo sr. Silas se fundamenta em 2 Co 9. Ele apresenta o texto totalmente fracionado, ou seja, não faz uma exegese do texto. É preciso dizer que citar um texto do Apóstolo Paulo e não fundamentá-lo com a vida do apóstolo é algo terrível para todo biblista. É preciso dizer que o Apóstolo Paulo reflete para nós os passos a ser percorridos de homem pecador a homem transformado e nascido de novo pela ação do poder de Deus.

Então, usar textos referidos ao Apóstolo Paulo sem falar de seu caráter é uma perda de tempo. Paulo é exemplo a ser seguido por teólogos, missionários, pastores, enfim, por homens e mulheres que desejam “VIVER” de forma plena o ministério de Cristo, pois sua mensagem se relaciona com sua vida, pois nele estava o Espírito de liberdade e a teologia da cruz.

A carta aos Coríntios tem sido usada por muitas igrejas para criar teologias não existentes, como por exemplo as doutrinas de usos e costumes, que durante décadas subjugaram as mulheres no seio da igreja. De repente, do nada essas doutrinas desaparecem, e muitos são os pregadores e líderes que até hoje não explicaram ao povo anos e anos de uma doutrina não pertencente à teologia de Paulo.

O sr. Silas apresenta um texto sem antes buscar definições e pressupostos. Isso só seria possível se ele fosse um exímio conhecedor dos textos originais. Ou seja, conhecedor do grego e do hebraico, e das demais línguas antigas. Fazer exegese é um trabalho fascinante, pois é uma forma de interpretar a Bíblia. O grande problema é que muitos pastores de formação pentecostal não se aplicam ao estudo real da Palavra de Deus.

Hoje é possível ter um ”diploma” ou “certificado” teológico de forma tão superficial, que você se matricula, recebe as lições e o diploma, tudo na mesma hora. E muitos são aqueles que acreditam que isso é estudar teologia.

Os efeitos colaterais desses cursos, seminários, institutos e demais formas de dizer que se estuda a Bíblia são as heresias que se multiplicam dia após dia.

O sr. Silas tenta de alguma forma se apresentar como conhecedor da Bíblia, porém ele se aplica dentro do seu contexto, e sabe para quem está falando. Divide o sermão com o intuito de aplicar técnicas de oratória, vindas do seu curso de Psicologia. Ou seja, utiliza-se de pontos de pressão, com informação, palavras responsivas, fazendo com que o público viaje dentro do texto, tendo a impressão de que está totalmente aprofundado no mesmo. Porém, os pontos são batidos à exaustão, e muitos, sem saber, estão dentro de uma teodisséia muito bem pensada.

Ele destaca, em seu texto, palavras como oferta, bênção, glória de Deus, Graça de Deus. Tudo isso como pressupostos para um ato de fé. Em momento algum, ele sai do capítulo referido, pois se partisse para outro capítulo, com certeza seria quebrado o “encantamento” a ser aplicado ao público que o ouvia, pois as cartas aos coríntios não têm como centro a oferta, e não somente a prosperidade. Para Paulo, a mensagem de Cristo é para os que sofrem, para os que buscam um sentido na vida.

Para falar sobre as ofertas, era preciso também dizer do contexto cultural e social da vida em Corinto. Aí, com certeza, entenderia-se o porquê da perícope do capítulo 9 de 2 Coríntios.

Esse é o grande mal de muitos pregadores: utilizar-se do texto bíblico sem conhecer o texto de forma aprofundada. Eu não acredito que o Espírito Santo tenha a capacidade de revelar a um pregador um texto de forma errônea, ou ensinar um texto de forma errada, sabendo que Ele mesmo capacitou a outros para saber aquele texto de forma mais aprofundada.

Temos hoje, no Brasil, teólogos, biblistas que não precisam se utilizar de “americanos” para trazer ensino e conhecimento de qualidade para o seio da igreja brasileira. É preciso dizer que na América há muitas teologias boas. Não sei o porquê o seio pentecostal parece trazer sempre conceitos duvidosos e pouco proveitosos.

Criticar esse texto do sr. Silas fica até fácil, pois o texto apresentado é sua base para justificar sua teologia da prosperidade. Ainda bem que ele mesmo diz, em sua pregação: “eu não sei tudo da Bíblia”. Teologia da prosperidade não se encaixa com nossa realidade cultural e social.

Isso revela o porquê de tantos anos necessários para justificar essa teologia. Somos um continente onde predomina a exploração dos mais fracos. Onde analfabetismo, fome, sede, doenças, falta de saneamento básico, falta de moradia, violência são utilizados como forma de sustento político-social. Onde até mesmo as soluções para todos esses problemas têm o mesmo intuito. Então uma teologia para essa realidade tem que nascer nesse meio, ou seja, tem que ser o reflexo da realidade e da cultura desse povo.

Não adianta ir aos EUA e se deslumbrar com os grandes templos, com a prosperidade de muitas denominações, e colocar tudo isso na mala, e desembarcar no Brasil se sentindo o “inventor da roda”. Essa teologia pode até funcionar nos grandes centros urbanos, porém no interior e nos Estados longínquos, isso não fará efeito algum.

A prova disso é que a fome, a miséria e a morte ainda fazem parte de muitos lugares no Brasil. Teologia da prosperidade precisa ser revista, precisa ser aprimorada por pessoas responsáveis, que tratem a Palavra de Deus com seu verdadeiro sentido. Não basta jogar ao vento, imaginando que ela trará o seu resultado.

c) Determinar

Sei  que, se o sr. Silas ou algum dos seus auxiliares, chegou até aqui nesse artigo, com certeza já levei vários nomes pejorativos, que fazem parte do vocabulário dessa gente. Porém, quero aqui fazer lembrança de que muito do que o sr. Silas sonha e almeja ministerialmente, já foi alcançado por um pastor americano da sua própria denominação. Um homem que conseguiu aos sábados pela manhã unificar os quatro continentes em torno do seu programa televisivo. Algo incrível, em se tratando de quase três décadas atrás.

Isso nos faz pensar no que será possível hoje, com todos os avanços tecnológicos disponíveis. Então, o caminho almejado pelo sr. Malafaia já tem um referencial, e eu acredito que, se utilizando dos conchavos políticos, da sua teodisséia, ele irá alcançar e até ultrapassar muitos pastores pelo mundo. Porém, é preciso lembrar também que este pastor americano referido caiu, da mesma forma que subiu, em um escândalo mundial.

Acredito que o sr. Silas terá um programa de auditório na TV, terá um programa interligado mundialmente, porém é preciso lembrar que a soberba, a vaidade, a ganância precedem a queda. O sr. deveria estudar a biografia de grandes líderes mundiais, e com certeza verá uma relação entre todos: não subestime nem despreze as pessoas.

Talvez o sr. esteja me chamando de “profetinha de meia-tigela”, ou outros nomes. Porém, quero deixar aqui, para terminar, um versículo do Apóstolo Paulo, que você não referiu na sua pregação, mas que pode ser lido ao todo:
 “Ora, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos. nem muitos os nobres que são chamados. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são; para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus”. 1 Coríntios 1:26-29

Certa vez ouvi um provérbio que mudou minha vida, e gostaria de terminar esse artigo com esse provérbio:
“É muito fácil perceber quando alguém fala movido pelo Espírito Santo de Deus: pois com poucas palavras nos toca o coração”.

Precisamos de homens e mulheres capacitados de poucas palavras e que de forma pura e simples nos toque o coração, ao ponto de transformar nosso modo de ser.

Que Deus abençoe a todos.
   
Por Paulo Siqueira
 
- Sobre o autor: Paulo Siqueira (42 anos) Casado com Vera  Siqueira. Pai de Joaquim Lucas. Bacharel em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo. Pós Graduação em Filosofia Contemporânea e História pela Universidade Metodista de São Paulo. Especialização em Didática para o Ensino Superior pela Universidade Anhanguera de São Paulo. Criador dos blogs: PedrasClamam.Wordpress.com, e Estrangeira.wordpress.com Fundador do Movimento pela Ética Evangélica Brasileira. Foi pastor pela Igreja Quadrangular em diversas cidades de SP e PR. Missionario na evangelização de travestis, prostitutas e encarcerados.
Fonte: [ As pedras clamam ]

Divertindo os bodes ou chamando as ovelhas?

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Mas se o nosso evangelho está encoberto, para os que estão perecendo é que está encoberto. (2 Coríntios 4:3)

Em 2 Coríntios, Paulo escreve primeiramente para defender seu próprio apostolado contra determinados homens que ele, mais tarde, chamou de falsos apóstolos (2 Coríntios 11.13). Esses homens estavam ensinando que Paulo não era um apóstolo de verdade e estavam dirigindo muitos ataques contra seu caráter e seu ministério, ao ponto que os Coríntios começaram a duvidar de Paulo e, ainda, duvidar do evangelho que ele pregava.

Por exemplo, esses falsos apóstolos acusaram-no de estar sob o juízo de Deus por causa de seus constantes sofrimentos. O pensamento era que, se Paulo foi realmente mandado por Cristo, ele não enfrentaria tal oposição e confusão, mas, ao contrário, Deus o abençoaria. Assim, em 2 Coríntios 1.3-11, Paulo defende-se dizendo que seus sofrimentos pelo Evangelho são, na verdade, uma marca do favor de Deus. Longe de desacreditá-lo como um apóstolo, sofrimentos são um distintivo de sua autenticidade como um ministro de Cristo. Eles também o acusaram de indeciso, e de “propor um acordo com a carne” (2 Coríntios 1.17) por ele ter mudado seus planos de ir a Corinto. Então, em 2 Coríntios 1.15-22, ele se defende dizendo aos Coríntios que sua palavra não é sim ou não, mas sim, bem como todas as promessas de Deus são sim em Cristo. Outra acusação era que ele não tinha credenciais – uma espécie de apóstolo que chegou tardiamente, não fazia parte dos doze originais. Então, em 2 Coríntios 3.2, ele pergunta aos Coríntios: “Precisamos de carta de recomendação para vocês? Vocês são nossa carta de recomendação. O fato de vocês conhecerem Cristo por causa do evangelho que nós pregamos a vocês é evidência de nossa autenticidade”.

No capítulo 4, descobrimos que outra acusação era que sua mensagem era confusa. E isso era uma acusação substancial, porque a cultura de Corinto louvava a sabedoria humana, a inteligência de discursar e a oratória persuasiva. Eles tinham em alta consideração aqueles que eram hábeis na retórica e oratória, e menosprezavam aqueles que não eram. Assim, esses homens estavam dizendo: “Ei, olhe, Paulo, apenas algumas poucas pessoas estão acreditando em sua mensagem. Se fosse verdade, e você fosse realmente enviado por Cristo, mais pessoas acreditariam!”.

Parece um pouco como os dias de hoje, não é? “Se Deus realmente estivesse te abençoando, você teria mais pessoas em sua igreja! Se você realmente tivesse uma doutrina sólida – e se doutrina fosse realmente importante – mais pessoas acreditariam!”.

O propósito da Igreja definido pelo propósito de Deus

O que há de tão interessante para mim é como a resposta extremamente instrutiva de Paulo a essa acusação é de como a Igreja pode ser testemunha fiel de Cristo em nossas várias esferas da vida. Ele fala aos falsos apóstolos: vocês não entendem a doutrina da eleição. Pode ser que nosso evangelho seja encoberto – isto é, certamente: há muitos que não crêem em nossa mensagem – mas nosso evangelho é encoberto apenas para aqueles que estão perecendo.

Ele diz algo parecido em 2 Coríntios 2.14-16: “porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de morte; para aqueles, fragrância de vida”. Paulo faz uma ligação entre a pregação do evangelho e o exalar de um aroma que encontra seu caminho nas narinas de todas as pessoas. E entre aqueles que escutam o evangelho, há dois tipos de pessoas: (a) aqueles que estão sendo salvos e (b) aqueles que estão perecendo; (a) aqueles que Deus escolheu em Cristo antes da fundação do mundo, e (b) aqueles que Deus não escolheu.

A mensagem da cruz é loucura para “os que estão perecendo”, mas para “aqueles estão sendo salvos” – os chamados (1 Coríntios 1.24) – é o poder de Deus para a salvação (1 Coríntios 1.18). Assim, quando o eleito de Deus tem a fragrância do Evangelho, é para ele um aroma de vida que leva à vida. Mas quando o não eleito a escuta, é um aroma de morte que leva à morte, porque a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo.

O próprio Cristo disse a mesma coisa aos judeus em João 10.26-27. Ele disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e eu dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer. Mas vocês não acreditam porque não são minhas ovelhas”. Entenda isso. Não é: “Vocês não são minhas ovelhas porque não crêem”, mas “vocês não acreditam porque não são das minhas ovelhas. Vocês não são aqueles que o Pai me deu” (cf. João 6.37,39).

Então a defesa de Paulo contra a acusação de que pessoas não, o suficiente, estão crendo em sua mensagem é simples: o propósito da Igreja no evangelismo – e em todas as facetas do ministério do Evangelho – é chamar as ovelhas de Cristo, não os bodes, para o rebanho. Vocês não devem esperar que os bodes creiam no evangelho; apenas as ovelhas escutem a voz do Pastor.

As Implicações

Considere as implicações que essa doutrina tem para nosso ministério do Evangelho – para a forma em que nós “praticamos igreja”. Se continuarmos a levar o Evangelho inalterado, bíblico, ao mundo, e eles continuarem a rejeitá-lo, não é sinal de fraqueza da mensagem. Nem mesmo necessariamente um sinal de fraqueza do mensageiro. Ao contrário, é o desenrolar do propósito de Deus de redimir um povo em particular: aquelas ovelhas que o Pai deu ao Filho.

Assim, se pregamos o Evangelho Bíblico aos nossos vizinhos e aos nossos colegas de trabalho e nossas comunidades com a paciência e compaixão de Jesus, e eles parecerem desinteressados, não devemos concluir que precisamos deixar crescer uma barbicha, começar a tocar rock secular, ter shows de luz, fazer esquetes e passar vídeos na igreja para atraí-los. A igreja não é chamada a entreter os bodes. Nossa tarefa é soar, quão claramente quanto pudermos, a voz do Pastor na mensagem do Evangelho e chamar suas ovelhas que conhecem essa voz para seu rebanho. O chamado da voz do Pastor é o meio pelo qual o rebanho de Cristo é trazido para dentro de seu aprisco. Um estranho elas simplesmente não seguirão, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz de estranhos. Então por que adotaríamos uma metodologia de ministério que não está de acordo com a voz do pastor na pregação de sua palavra? Por que implementaríamos algo mais – algo que a Escritura promete que não atrairá as ovelhas de Cristo, mas os bodes? Talvez seja porque falhamos em entender as implicações de 2 Coríntios 4.3.

Nosso evangelho é, de fato, encoberto para aqueles que estão perecendo.

Assim, um princípio para o ministério do Evangelho fiel que Paulo dá à Igreja de Cristo neste texto é: sucesso no ministério do evangelho é medido não por números, mas por fidelidade à mensagem. Portanto, naquilo que parecer uma temporada de falhas externas, devemos buscar não o que oferece maior apelo, o que irá preencher mais lugares, ou o que terá mais “influência”. Temos que perguntar: “entendemos o evangelho corretamente? Estamos pregando a mensagem que recebemos? Estamos soando a voz do Grande Pastor, ou a voz de um estranho?”.
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Por Mike Riccardi
 
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Traduzido por Carla Ventura | iPródigo.com | Original aqui
Fonte: http://blogdopcamaral.blogspot.com.br/

Pastor morre ao ser picado por cobra durante culto

sábado, 2 de junho de 2012


 
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Mack Wolford, um pastor pentecostal de West Virginia, ficou conhecido por usar serpentes durante seus sermões. Ele foi destaque em novembro passado no jornal The Washington Post.
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Parte de sua mensagem se baseava na promessa de Jesus que os cristãos seriam invulneráveis a picadas de serpentes e escorpiões (Marcos 16:17-18). Durante anos ele fez uso desses animais, que criava em uma sala da igreja. Mas no último domingo o inesperado aconteceu.
O pastor costumava fazer cultos na igreja Church of the Lord Jesus e ao ar livre. Quando ele pregava sobre o poder do Espírito Santo, boa parte da plateia falava em línguas estranhas enquanto ele manipulava cobras e assegurava os presentes que aquilo era um teste de fé para os cristãos, pois eles deviam confiar nas promessas de Deus.
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Contudo, aos 44 anos de idade, ele faleceu, vítima da picada de uma cascavel que ele tinha em casa há anos.
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Curiosamente, a tragédia ocorreu na véspera de um grande evento promovido por ele no parque estadual Panther Wildlife Management Área. Nos dias anteriores, Wolford tinha postado várias mensagens na sua página do Facebook, pedindo às pessoas para comparecerem. “Estou esperando um grande movimento neste domingo”, escreveu. “Vai ser como nos velhos tempos. Teremos crentes cheios do Espírito Santo, línguas e sinais”.
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Ele também convidou sua família, que em grande parte abandonou a prática de manipular serpentes, para irem ao parque.
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“Em um momento ou outro, todos nós já usamos [serpentes], mas tínhamos parado”, explicou sua irmã, Robin Vanover. “Seu aniversário foi sábado, e tudo que ele queria era ver seus irmãos e irmãs na igreja juntos”, lembra.
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Após o período de louvor e adoração, com cerca de 30 minutos, Wolford passou uma cascavel para um membro da igreja e sua mãe. Depois, ele se sentou ao lado da serpente. Foi quando ela o mordeu na coxa.
O culto foi interrompido, e Wolford levado para casa de um parente, na cidade de Bluefield, onde pretendia se recuperar apenas com orações, como sempre fez quando sofreu picadas de cobras anteriores. Ao final da tarde, ficou claro que desta vez era diferente, e as mensagens desesperadas começaram a surgir no seu perfil do Facebook, pedindo oração. Mas ele se recusou a ser levado ao hospital.
Um guarda florestal, que trabalha no parque estadual, disse que os funcionários não tinham conhecimento das atividades de Wolford e nem dado autorização para o culto. “Se tivéssemos conhecimento que ele carregava animais peçonhentos, nunca teríamos permitido isso”, disse.
Tragicamente, o pai de Wolford morreu em 1983, depois de ser mordido por uma cobra.
Foi então que parte da família abandonou a prática. Porém, Mack tentava manter viva essa antiga prática, comum no sul dos Estados Unidos, mas proibida na maioria dos estados.
Traduzido e adaptado de WND e Washington Post
Notícias direto do Gospel Prime.
Via [ Púlpito Cristão ]

Comentário do Blog Bereianos:

Infelizmente mais um caso de heresia mística causada por erros de interpretação bíblica. Não se pode interpretar Marcos 16:17-18 contextualizando literalmente o mesmo para os dias de hoje. Trata-se dos "sinais extraordinários" que acompanharam o ministério dos apóstolos na igreja primitiva. Não é porque Paulo foi mordido por uma víbora (At 28:3) e não morreu que o mesmo acontecerá conosco. Se alguém beber veneno de rato, certamente vai morrer.

Ruy Marinho  
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