Deus nos livre de um Brasil evangélico

terça-feira, 22 de março de 2011





Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles, em avenidas, com a mensagem: “São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso”.



Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação, mas hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. A mensagem subliminar da grande placa, para quem conhece a cultura do movimento, era de que os evangélicos sonham com o dia quando a cidade, o estado, o país se converterem em massa e a terra dos tupiniquins virar num país legitimamente evangélico.



Quando afirmo que o sonho é que impere o movimento evangélico, não me refiro ao cristianismo, mas a esse subgrupo do cristianismo e do protestantismo conhecido como Movimento Evangélico. E a esse movimento não interessa que haja um veloz crescimento entre católicos ou que ortodoxos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar "crente", com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).



Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse essa tal levedação radical do Brasil.



Imagino uma Genebra brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo moreno. Mas, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Não gosto de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Será que prevaleceriam as paupérrimas poesias do cancioneiro gospel? As rádios tocariam sem parar “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”?



Uma história minimamente parecida com a dos puritanos provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?



Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse o alucinado Charles Darwin. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos e Derridá nunca teria uma tradução para o português.



Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, pesquisados como desajustados para ganharem o rótulo de loucos, pederastas, hereges.



Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. O futebol morreria. Todos seriam proibidos de ir ao estádio ou de ligar a televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada, de várzea aconteceria quando?



Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu; basta uma espiada no histórico de Suas Excelências nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para saber que isso aconteceria.



Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura do Norte. Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica e viria a criar uma elite religiosa, os ungidos, mais perversa que a dos aiatolás iranianos.



Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro a perguntar: Como seria uma emissora liderada por eles? Adianto a resposta: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.



Prefiro, sem pestanejar, textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado a qualquer livro da série “Deixados para Trás” ou do Max Lucado.



Toda a teocracia se tornará totalitária, toda a tentativa de homogeneizar a cultura, obscurantista e todo o esforço de higienizar os costumes, moralista.





O projeto cristão visa preparar para a vida. Cristo não pretendeu anular os costumes dos povos não-judeus. Daí ele dizer que a fé de um centurião adorador de ídolos era singular; e entre seus criteriosos pares ninguém tinha uma espiritualidade digna de elogio como aquele soldado que cuidou do escravo.



Levar a boa notícia não significa exportar uma cultura, criar um dialeto, forçar uma ética. Evangelizar é anunciar que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, praticar a justiça e criar meios de solidariedade; Deus não é rival da liberdade humana, mas seu maior incentivador.



Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.



Ricardo Gondim

Soli Deo Gloria

7-02-11




Igreja admite apologistas

quinta-feira, 10 de março de 2011



Magno Paganelli

Foram abertas novas vagas para a função de apologista na Igreja brasileira. É desejável conhecimento bíblico mínimo, uma vez que a causa será combater aqueles que nunca leram a Bíblia uma só vez. Aprecia-se conhecimento teológico básico, pelos mesmos motivos.

Parece piada, mas a situação é tal. Cada vez menos a Igreja “evangélica” conhece o evangelho, e como diz o adágio, “em terra de cego, quem tem olho é rei”.

Uma pesquisa recente realizada pela Sociedade Bíblica Ibero-americana no Brasil revelou que 50,68% dos pastores brasileiros nunca leram a Bíblia. Pergunto: o que estão ensinando, então? Respondo: – Nada, quando não o pior: ensinos antibíblicos e, portanto, anticristãos.

Ouvi, pessoalmente, um pastor esbravejando no púlpito que naquela noite ele “ensinaria o segredo para retirar os tesouros do céu para desfrutarmos aqui na terra”. Erro crasso, uma vez que Jesus ensinou exatamente o oposto:

“Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam” (Mt 6.19,20).

Outro pastor disse para a igreja que “naquele ano [2009] eles escreveriam Atos 29”, dando a entender que a Igreja faria evangelismo e missões. Em seguida disse para os irmãos abrirem suas Bíblias em Atos 29. Prontamente os membros e alguns pastores no púlpito puseram-se a procurar tal capítulo. O pastor perguntou: “Quem encontrou Atos 29 diga ‘Glória a Deus’”. O coro se fez ouvir. Achando estranho, ele insistiu: “Quem encontrou Atos 29 levante a mão”. Até alguns pastores levantaram suas mãos.

Na floresta amazônica, ao contrário do original bíblico em Gênesis 12, “deus [com “d” minúsculo mesmo] levantou um patriarca”. Cansado de ser simplesmente progenitor de apóstolos, o aero-profeta autodenominou-se patriarca, em pé de igualdade a Abraão. Será preciso atualizar a canção infantil que diz “Pai Abraão, tem muitos filhos, muitos filhos ele tem...” para “Pai Abraão, tem concorrente, um concorrente ele tem...”.

Aqui em São Paulo, o “pastor zero-cal” cobra R$ 160,00 a inscrição para ordenação ao ministério, mais a taxa de R$ 255 para a credencial (R$ 415,00). Só para a sede foram ordenados mais de 1500 obreiros (faturamento de mais de R$ 622.500,00). Quem ganha salário mínimo não pode mais servir ao Senhor como obreiro. E mais: agora, pastor presidente de campo que não inscrever sua esposa para a arrecadação – digo ordenação – ao pastorado, perde o campo. Não adianta ter 50 anos de bons serviços ao Reino: se a esposa negar-se a consagração, está tudo acabado – e por “justa” causa.

Socorro, alguém defenda a doutrina e o bom senso na instituição, já que a defesa da Igreja é atribuição de Jesus.

Texto tirado do site: http://www.genizahvirtual.com/

O Hedonismo e Suas Consequências!

quinta-feira, 3 de março de 2011


Hedonismo é a “filosofia do prazer”. Seu principal representante na Grécia antiga foi Epicuro. Por isso os hedonistas são também chamados epicureus.



Essa filosofia é referida rapidamente nas Escrituras, em Rm 16.17 e 18 - “E rogo-vos, irmãos,que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas só ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos símplices”.



E em Fp 3.19: “Porque muitos há dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre; e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas”.



É a mesma filosofia do prazer denunciada por Paulo em Rm 1.22-27: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória de Deus incorruptível em semelhança da imagem do homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Pelo que também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais à criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no contrário à natureza. E semelhantemente. também, os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.”



É a busca insaciável do prazer carnal, desde o comer e beber, até o prazer do sexo anti-natural. “Pecam contra si mesmos”.



O comer e beber pelo prazer leva à obesidade mórbida e à embriaguez; a libertinagem sexual leva à destruição do caráter, do amor próprio, à gravidez indesejada e suas consequências; leva às doenças venéreas, inclusive à sífilis e à Aids.



Entretanto, o hedonismo é a filosofia mais difundida e estimulada nos dias de hoje. Basta chegar a uma banca de jornais e observar as capas de dezenas de revistas – a pornografia é evidente; os filmes, as novelas em geral, são um estímulo constante à libertinagem sexual. Oferecem o que agrada “a carne”, o ventre.



As consequências maiores são trágicas: violências sexuais, estupros, prostituição infantil, concubinato substituindo o casamento sério, honesto, e responsável; incesto, prostituição e adultério.



Tudo isso destrói não só os corpos e a saúde física, mas também o caráter das pessoas, a começar pela baixa auto-estima. No íntimo as pessoas viciadas em sexo sabem que são desprezíveis, pois a consciência moral – característica do ser humano – as acusa (Rm 2.14-15: “Quando os gentios, que não têm Lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da Lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os.”).



As consequências sociais são terríveis: as crianças abandonadas pelos pais e mães que não as desejavam, são presas fáceis dos corruptores de toda espécie. Homens e mulheres que se entregam aos vícios e a toda espécie de corrupção. Então nos surpreendemos quando ficamos sabendo do tráfico de toneladas de tóxicos, do tráfico internacional de mulheres, da pedofilia praticada até por “religiosos”, de quadrilhas formadas por políticos de todos os níveis, da sociedade consumista que esbanja imensas quantias em frivolidades, desde as modas até o luxo com cachorros, consomem fortunas enquanto crianças e jovens vivem e morrem em extrema miséria.



A inversão de valores é o pecado generalizado. Poucos são os que pensam nos valores morais e espirituais. E sem esses valores reconhecidos e colocados no topo de todos os valores, a sociedade humana se amesquinha, se animaliza e se destrói. O progresso das ciências, como a surpreendente tecnologia de hoje, não está voltada para o bem comum – de todos – mas só para o conforto e diversão de uma elite.



E uma realidade assusta hoje: nosso planeta está em perigo de destruição pelo próprio ser humano.



Tudo isso por que?



O homem – a humanidade – é cada vez mais materialista, e apesar de toda sua religiosidade, ignora a realidade de Deus com a Lei que Ele nos deu, resumida nos “Dez Mandamentos” que são de uma incomparável profundidade moral, espiritual e filosófica.



De modo geral, hoje, quando as pessoas nos ouvem falar de Deus e Seus mandamentos, rejeitam tudo como algo antiquado, sem sentido, e até como burrice.



Entretanto, Deus nos deu a Sua Lei assim como o inventor ou o fabricante de uma máquina preciosa e delicada, como o elevador ou o avião: ensina os cuidados a tomar, excessos a evitar, o uso correto, para o bem e a segurança dos próprios usuários.



Em Dt 6.1-7, diz: “Estes,pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o Senhor vosso Deus para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir: para que temas ao Senhor teu Deus, e guardes todos os Seus estatutos e mandamentos, que Eu te ordeno, tu e teu filho e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados. Ouve, pois, ó Israel, e atenta que os guardes para que bem te suceda e muito te multipliques. Como te disse o Senhor Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel. Ouve, Israel, o Senhor teu Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todo o teu poder. E estas palavras estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.”



Em Dt 10.12-13 diz: “...que é o que o Senhor teu Deus pede de ti, que temas o Senhor teu Deus, que andes em todos os Seus caminhos, e O ames, e sirva ao Senhor teu Deus, com todo o teu coração... para guardardes os mandamentos do Senhor, e os Seus estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem?”



Você quer que tudo melhore em sua vida? Comece pensando sobre tudo isto, e a obedecer a “Lei do Senhor” escrita em seu coração, isto é, em sua consciência. É o que diz Rm 2.14-15: “Os que ouvem a Lei não são justos, mas os que praticam a Lei hão de ser justificados. Porque, quando os gentios, que não têm Lei , fazem naturalmente as coisas que são da Lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei. Os quais mostram a obra da Lei escrita em seus corações”.



Você é um cristão? Então responda com sinceridade para você mesmo: é um cristão de fato e de verdade? Ou é um “cristão nominal”, que “faz média” com o mundo?



Nesse caso, não deixe para depois, tome a decisão: seja um cristão fiel, de fato e de verdade, conforme Rm 12.1-2: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. E diga como o salmista no Salmo 119.97: “Oh! Quanto amo a Tua Lei”.





Fonte: [ Blog do Pr. Rubens Osório ]



Via: [ Igreja Presbiteriana Fundamentalista Betel ]

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