Naturezas em conflito

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. (Rm. 7.19).

Por que depois da conversão temos a impressão de que a luta espiritual aumenta? Por que pessoas convertidas sentem vontade de praticar o mal? É possível harmonizar o que sabemos que devemos fazer com aquilo que realmente desejamos praticar?
O próprio apóstolo Paulo não conseguia viver à altura dos princípios que conhecia. Por vezes sentia como que se dentro dele, existissem duas pessoas que lutavam entre si para assumir o controle de sua vida.
Em varias ocasiões ele pensou que talvez não estivesse convertido. Ele descreve essa luta na carta que escreveu aos Romanos: Porque o que faço não o aprovo, pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço... Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? (Rm 7:15-24).
Muitas vezes ouvimos a pergunta: pastor, eu acho que não estou convertido. Constantemente sinto vontade de pecar. A minha vida é um permanente conflito. Quero servir a Jesus, mas ao mesmo tempo sinto vontade de fazer coisas erradas. Tem solução para mim?
Por alguma razão, temos a idéia de que no momento da conversão a nossa luta acaba e que a partir desse momento, não pecaremos mais; seremos perfeitos, no sentido de ser exemplo de vida para outros. Mas por que é que a partir do momento que nos entregamos a Cristo a nossa luta se torna maior e o conflito aumenta?
Precisamos entender o que acontece no momento da conversão. Muitos têm a idéia de que na hora da conversão Deus tira de nós a natureza pecaminosa e a joga fora para sempre, colocando em substituição a nova natureza que gosta de obedecer e amar.
Seria maravilhoso se fosse assim, já que nunca mais teríamos vontade de pecar. A fonte da "concupiscência e das paixões deste mundo" não existiria mais. Infelizmente não é assim que sucedem as coisas.
Ao converter-nos, Deus coloca dentro de nós uma nova natureza, a natureza de Cristo. Mas o que acontece com a velha natureza pecaminosa? Ela não sai como muitos imaginam, fica ali, agonizante. Aquela parte que existe dentro de nós que gosta de pecar, foi esmagada e mortalmente ferida.
Depois da conversão passamos a ser pessoas com duas naturezas: a natureza de Cristo, nova, recém-implantada e a velha natureza pecaminosa, "esmagada e mortalmente ferida" que continua dentro de nós.
O ideal seria que a velha natureza permanecesse sempre "mortalmente ferida". Mas essa situação não é definitiva; é circunstancial. Na primeira oportunidade que receber alimento, ela ressuscitará; e se continuar sendo alimentada, ela recuperará completamente as forças e lutará para expulsar de nossa vida a nova natureza.
É por isso que depois da conversão a luta aumenta. O homem sem Cristo tem uma só natureza, a natureza com que nasceu e essa natureza faz as coisas erradas na hora que deseja. Não existe ninguém para se opor. Não existe luta, não há conflito. Mas a partir do momento que você entregou sua vida a Cristo, você experimentou o milagre da conversão, tem agora uma nova natureza e ela se opõe à velha.
Por isso, a vida da pessoa não convertida, pode parecer mais leve. Ele só tem uma natureza e ela assume o controle da vida, não tem oposição. Mas logo depois da conversão, quando o homem pensa que a velha natureza foi embora, descobre que ela continua dentro e o conflito começa. São duas naturezas e as duas estão lutando.
Paulo conseguiu entender este conflito quando escreveu: Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o espírito para as coisas do espírito... Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele (Rm 8:5-9).
As duas naturezas estão em luta, uma delas vencerá, uma delas assumirá o controle completo de sua vida, uma delas sobreviverá e a outra morrerá. Qual delas será a vitoriosa? Isso vai depender de sua decisão. Só uma das naturezas poderá assumir por completo o domínio de sua vida, e sem dúvida será aquela que for melhor alimentada.
Ocorre que os indivíduos, geralmente, alimentam mais a natureza pecaminosa e esta é a causa de nosso fracasso constante, mesmo depois de nossa conversão. Deus realizou em nós o milagre da conversão, implantou em nosso coração a nova natureza, mas não cuidamos dela, não a alimentamos e em conseqüência a velha natureza está sempre tomando o controle de nossa vida.
A nossa vitória e em conseqüência, a nossa felicidade na vida cristã, depende de como alimentamos a natureza de Cristo e matamos de fome a outra. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências(Gl 5:24).
Temos que manter nossa velha natureza pregada na cruz. Enquanto estivermos neste mundo, não há modo de nos livrarmos da natureza velha completamente. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Fl 4:8).
Ele está falando do alimento da nova natureza. Ele tinha descoberto finalmente o segredo da vida vitoriosa. Ele não alimentava mais a velha natureza. A natureza de Cristo tinha assumido agora o controle de sua vida. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus.(Gl 2:20).
Cristo garantiu a sua vitória na cruz. Nos momentos em que você acha que todo mundo o abandonou, que você nunca conseguirá, que você é um fracasso completo, lembre-se de que Ele está aí, amando-o, perdoando-o, sustentando-o.

Voce conhece seu dono?

sexta-feira, 23 de abril de 2010


Escutem as palavras de Isaías:
"O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.(Isaias 1:3)Por que vocês acham que Isaías escolheu o boi e o jumento? A resposta óbvia é: De todos os animais, eles são os mais estúpidos. De entre todas as criaturas do universo eles são os mais obstinados e difíceis de se tratar.
Por isso Isaías tomou o boi e o jumento para estabelecer este ponto. Até o boi e o jumento conhecem seu dono e a manjedoura de seu dono. Apesar de obtusos e estúpidos, como eles são, eles têm um instinto que faz com que reconheçam seu dono. E muito difícil conduzir um boi; um jumento por vezes parece ser irremovível. Vocês podem puxar, empurrar e bater num jumento e ele não se move, mas, quando está com fome e vê seu dono chegar com uma vasilha, ele se apressa imediatamente ao seu encontro! O boi e o jumento obedecem a seu instinto: eles querem a comida, e observam a pessoa que traz a mesma. Eles parecem ser tão obtusos, estúpidos e desatentos, incapazes de reagir a qualquer tipo de persuasão, porém quando se trata de comida e sustento, eles imediatamente obedecem à lei de seu ser e se apressam a consegui-lo. Mas homens e mulheres não fazem assim! Eles são mais tolos que um boi ou um jumento!
Prosseguindo, não é meramente loucura, é verdadeiramente uma questão de perversão; homens e mulheres são anormais. O boi e o jumento são perfeitamente normais. Pode ser que tenham uma natureza estúpida, mas o instinto de auto-preservação, o instinto de ter sua fome saciada, funciona e os põem assim no lugar certo. Eles se lembram, eles sabem, eles observam e agem. Todavia, os seres humanos não fazem isso. Eles, que foram feitos senhores da criação, se comportam de forma pervertida e antinatural, pervertida: eles negam a lei de seu próprio ser.
Como é isso? Bem, todos os homens e as mulheres que já viveram sempre tiveram dentro de si uma senso de Deus e da eternidade. Arqueologistas, que podem até mesmo não ser cristãos, foram capazes de mostrar de forma conclusiva que mesmo as raças mais primitivas têm uma crença num Deus supremo e completo. Achados arqueológicos sustentam esta verdade que a Bíblia sempre ensinou. Naturalmente, sei que muitas pessoas passam a maior parte de suas vidas tentando provar que não existe Deus. Esse é o meio pelo qual tentam silenciar essa percepção, esse sentimento, esse instinto, de que há alguém, algo mais alto e maior do que eles. Os gregos antigos possuíam esse sentimento. Eles construíram seus templos para Zeus, Artemis e Apoio, e entre eles havia um altar "AO DEUS DESCONHECIDO" (Atos 17:23). Eles não podiam lhe dar um nome, mas sabiam que existia - um deus, um poder.
Todo ser humano sente instintivamente que não fomos feitos para este mundo. As palavras de Longfellow "Tu és pó, ao pó tomaras" não se referiam à alma. Deus colocou a eternidade em nossas almas e em nossos corações. Não podemos nos imaginar chegando a um fim.
Você pode dizer: "Ora, não acredito que continuamos após a morte".
Mas eu não estou perguntando o que você crê. Estou perguntando qual é o seu instinto, e seu instinto lhe diz que você irá prosseguir. E um instinto vindo do ser de Deus, e do fato de que esta não é a única vida. Você tem um instinto de eternidade.
Contudo, homens e mulheres, em vez de obedecer a este instinto, como o boi e o jumento obedecem ao seu instinto, deliberadamente lutam contra o mesmo. Eles tentam livrar-se dele, desmenti-lo, e se acham espertos ao fazê-lo. Eles argumentam e raciocinam contra o mesmo. No entanto, o instinto está lá e não conseguem sufocá-lo, e assim eles se encontram num conflito perpétuo. Esse é o motivo pelo qual eles são mais idiotas do que os animais, mais estúpidos do que o boi e o jumento.
Mais do que isso, e ainda mais vergonhoso, homens e mulheres se deliciam e se gloriam no que é oposto a este instinto. Todas as pessoas possuem a compreensão do certo e do errado, mas homens e mulheres modernos se aprazem em sufocar a percepção do certo, e se gloriam no erro e no mal. Não preciso lhes dar evidência disso pois, infelizmente, é dolorido e óbvio, e está constantemente diante de todos nós.
Parece-me, lendo a análise da maioria dos críticos de filme e drama do tempo presente, que se alguma coisa é limpa deve ser rejeitada como primitiva e infantil. Nada é de qualquer interesse exceto o que é corrompido, pervertido e repulsivo. Isso é realismo; isso é que é arte! E se gloriam nisto - "...O deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos" (Filipenses 3:19). Eles são piores que o boi e o jumento. Animais não fazem tais coisas, só os humanos fazem tais coisas. Eles mesmos se fazem de loucos.
Eles se pervertem a si mesmos e mostram esta perversão. Eles violentam a lei de seu próprio ser.
E, finalmente, homens e mulheres rejeitam todo ensino e toda luz que lhes são oferecidos para resgatá-los. O boi e o jumento, mesmo obtusos e estúpidos, vêem o dono chegando com a vasilha e o alimento e correm para ele. Mas, o que fazem os homens e as mulheres quando a luz lhes é oferecida na sua escuridão? O que fazem quando a salvação lhes é oferecida no seu estado de perdição? Eles reagem contra a oferta; eles a rejeitam; eles a contradizem. E se acham espertos ao fazer assim. Nosso Senhor disse: "E a condenação é esta: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" (João 3:19). Tudo o que eles precisavam estava na frente deles, porém argumentaram, resistiram, lutaram, jogaram pedras e O crucificaram. "O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a manjedoura do seu dono, mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende." O pecado perverte os seres humanos e os torna néscios.
Fonte: [ Martyn L. Jones ].

PALAVRAS DE VIDA

segunda-feira, 12 de abril de 2010

“Eipen afrôn en kardia autou ouk esti Theos”"Diz o néscio em seu coração: Não há Deus" - Sl. 53 (Septuaginta)
Entre as elucubrações filosóficas acerca da verdade, se absoluta ou relativa, coloca-se uma terceira que é a Verdade Indiscutível. Existe uma verdade indiscutível, porque espiritual. Não a verdade meramente racional, questionável, humana; mas a Verdade que transcende dada à sua origem, o seu berço, a sua dimensão. Na concepção teística a Trindade é onipotente, onipresente e onisciente. Sobre tal premissa repousa a doutrina do Deus cuja morada é altíssima, não entre os homens. Qualquer declaração que esta Trindade fizesse, seria – admitamos – verdadeira. Seria a Verdade Indiscutível, porque sobre-humana, sobrenatural, espiritual e divina. - Jesus é esta Verdade.Os raciocínios humanos são falhos, por melhor elaborados que sejam, porque sujeitos à imperfeição da criatura desfigurada pela transgressão pecaminosa. Filósofos tatearam em busca da definição do que seria a verdade. A sabedoria humana, entretanto - dizem-nos as Sagradas Escrituras – é loucura para Deus. Assim como, em correspondência, a sabedoria divina é loucura para o homem natural e psíquico.Apropriar-se da verdade não significa a aquisição de verdades. Aquela, a Verdade, é o tronco; as demais são apenas galhos. Pôncio Pilatos, procurador romano, não teve sabedoria suficiente para esperar a resposta de sua indagação a Jesus do que seria a verdade. “Todo aquele que é da verdade, ouve a minha voz – dissera o Mestre. - “Perguntou-lhe Pilatos: O que é a Verdade?”. No corredor dos séculos a pergunta ainda persiste: O que é a Verdade? Envolveria ela os segredos do universo, da criação do mundo? Da criação do homem?A sociedade moderna pouco cogita destas indagações. O correr de uma para outra parte, a inquietação com o aqui e o agora afasta o ser humano das principais finalidades de sua existência: conhecer a Deus e conhecer a si mesmo. O conhecimento de Deus - cantou o sábio Salomão - é o princípio da sabedoria. Pregar o Evangelho é pregar a sabedoria de Deus. É pregar a verdade do Deus que disse: “ Eu sou o caminho, a Verdade e a vida”. – Jo. 14.6.Há alguns que são da verdade. Alcançaram a graça da revelação. Ouviram o chamamento do Pai na voz do Seu amado Filho, Jesus, e estão sendo conduzidos na energia do Seu Espírito Santo. Dissera o Senhor: “Se alguém ouvir a minha voz e abrir a sua porta, entrarei em sua casa, com ele cearei e ele ceará comigo”.As pseudas verdades serão sempre atrativas aos homens. Entre o trigo haverá sempre o joio. Mas a Verdade de Deus ressuscitou dentre os mortos, vive e viverá para sempre, no céu e na vida de Seus aprendizes, proclamadores da Sua glória.Só Jesus.
***Serafim Isidoro.

Fabrica de Loucos

quinta-feira, 8 de abril de 2010



Esta semana tomei conhecimento de um dado estatístico assustador: 70% dos pacientes internados em manicômios do Brasil são de origem evangélica. Sinceramente, perdi o chão. Que a religião pode ser um fator que contribui para o desequilíbrio psíquico, ao mesmo tempo que pode constituir um espaço confortável para desequilibrados mentais, eu já sabia, o que não sabia era que a contribuição evangélica para este desastre fosse tão acentuada.
A razão para esse trágico dado passa pela teologia, pela liturgia, e principalmente pelo compromisso do resgate de um Cristianismo mais bíblico, emoldurado pela Verdade escrita e não pela “verdade” sensitiva. Já não é de agora que denominações inteiras cultivam e estimulam um emocionalismo barato, sem o menor temor de rotular suas práticas ao “mover do Espírito Santo”. Com isso, transformam suas reuniões e grandes encontros num autêntico espetáculo do circo dos horrores, com gente caindo pra todo lado, tremendo, correndo, saltando e expressando sua insanidade em gargalhadas descontroladas, tudo isso sob a bandeira de um suposto “avivamento espiritual”. O mais preocupante em todo esse processo é a falta de alguém lúcido e psicologicamente são, que seja capaz de sugerir um exame criterioso das Escrituras.
A espiritualidade cristã jamais será moldada por qualquer geração doente. A chancela do que é saudável e do que é doentio é dada pelo próprio Cristo, por Seu ensino e exemplo. A tentativa de desenvolver uma espiritualidade vinculada à cultura ou às tendência de qualquer desequilibrado que aparece, contando uma visão ou uma revelação, só contribui para aumentar o número dos que dão entrada em clínicas psiquiátricas em meio a verdadeiros surtos psicóticos. O pior de tudo isto é que ninguém fala absolutamente nada.
É bem provável que a causa deste silêncio seja o despreparo teológico da maioria e a construção de certos paradigmas podres. Um deles é relacionar o estudo teológico à falta de unção. Com todo respeito, não há estupidez maior do que esta. Na verdade, é a resistência ao texto que colocou o movimento evangélico no Brasil e no mundo sob suspeita.
Uma rápida leitura dos Evangelhos, deixará em qualquer leitor minimamente atento, a real impressão de que o ministério de Jesus foi reflexivo. Ele nunca tencionou provocar transes e catarses. Suas mensagens e ensinamentos tinham o objetivo de fazer sua audiência pensar. Logo, embarcando na boléia de Jesus, Sua espiritualidade tinha um caráter mais cognitivo do que sensitivo, por isso Ele foi chamado de Mestre.
Já estou antevendo os comentários que chegarão: “O intelectualismo é morte”; “a letra mata”; “a teologia não presta pra nada”… Mas, vou correr o risco e fazer uma colocação final.
Todo cristão precisa estar comprometido com Cristo e o seu ensino. Nenhuma manifestação que escape ao escrutínio bíblico e não faça parte das práticas pessoais de Cristo e dos apóstolos, merece ser considerada, sequer analisada como possivelmente legítima, sob o risco de se abraçar a loucura ao invés da fé. Pense nisto!
Sola Escriptura!
Pr. WeberFonte

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