Será que defender a fé é o mesmo que julgar?

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Muitas pessoas têm se perguntado sobre a essência de se defender a fé. Se ao fazê-lo não se estaria julgado a pessoa que traz um ensino não condizente com a Sagrada Escritura.
Em geral, fora da igreja evangélica, ao se lançar questionamentos na área religiosa cria-se uma polêmica acompanhada de debates acirrados, pois têm-se ensinado que devemos respeitar a religiosidade dos povos, e por isso não se deve questionar o estilo e opção religiosa de ninguém, para que assim consiga-se caminhar rumo a um ecumenismo mundial, alicerçado na tolerância e aceitação da pluralidade de religiões.
Em geral, no seio da Igreja Cristã Evangélica, ao se falar sobre os conflitos doutrinários do Russelismo, Mormonismo, Espiritismo, Islamismo, Catolicismo e outras seitas e religiões em comparação com a Bíblia Sagrada, cria-se um debate esclarecedor e geralmente proveitoso na elucidação de dúvidas e no ensino prático da doutrina bíblica.
O fato é que nos últimos tempos muitos denominados integrantes da igreja evangélica têm aderido a filosofia secular, em se tratando do debate religioso, e na defesa de seus pontos de vista particulares têm-se utilizado até a própria Escritura na tentativa de fazer cessar esse abordagem.
Por diversas vezes afirma-se que aqueles que adentram na apologética (arte de defender a fé) tornam-se guerreiros insuportáveis na convivência, exagerados no ensino, extremistas em seus dogmas e exacerbados em seu discurso.
Por diversas vezes afirma-se que “apontar” os erros das demais religiões e “denunciar” aqueles que têm distorcido a Bíblia Sagrada é o mesmo que julgar, e para isso se fazem utilizar de textos bíblicos como “Não julgueis, para que não sejais julgados”. (Mt 7:1)
Entendemos que, talvez, isso se dê pelo fato de colocar-se em uma posição de cuidado para não sofrer o julgamento de Deus. Entretanto, tal atitude também pode ser identificada como omissão, e ainda como conivência.
Ao fazer tal afirmação, “Não julgueis, para que não sejais julgados” Jesus nos traz esclarecimentos valiosos, que são bem convenientes para esse assunto. Vejamos o texto completo:
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”. (Mt 7:1-5)
Em primeiro lugar, se julgar – nesse sentido – é errado, então aqueles que reprovam os que combatem heresias também estão julgando. Estão julgando os apologistas.
Em segundo lugar, o julgamento condenado por Jesus no texto bíblico é o julgamento hipócrita, ou seja, condenar-se a prática errada dos outros sem que antes se corrija a própria vida, pois muitas vezes condena-se os outros sem que se observe a própria prática de coisas piores.
Em terceiro lugar, Jesus não reprova o julgamento em si, propriamente dito, pois Ele mesmo diz, no mesmo texto que se deve tirar “primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”. Observe bem que Jesus diz que após corrigir-se o próprio erro pode-se então auxiliar o outro na correção. O problema é que muitos não desejam a correção, mas anseiam por continuar em suas práticas erradas.
Em quarto lugar, o próprio Jesus nos orienta no correto julgamento, livre da hipocrisia, pois dos versículos 15 a 20 Ele mesmo nos dá orientações sobre como proceder em um julgamento reto e justo, observando os frutos e discernindo falsos profetas vestidos de ovelhas.
O profeta Jeremias nos apresenta um problema, ao afirmar que coisa horrenda estava acontecendo porque o povo estava gostando. Todavia, ele inquire o povo perguntando-lhe o que seria feito a respeito. O povo de Deus deveria fazer algo! Ora, para se tomar uma atitude é necessário se observar com atenção e responsabilidade, e depois se proceder a um julgamento, no qual as medidas cabíveis devem ser tomadas por amor ao Senhor e compromisso com Sua Palavra.
“Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?” (Jr 5:30-31)
O apóstolo João nos diz que não é pecado julgar, desde que se faça sem partidarismo, interesse próprio nem preconceito, mas que se proceda o julgamento através da reta justiça, e nada melhor para guiar tal julgamento do que a Palavra de Deus, que é reta e justa.
“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” (Jo 7:24)
O apóstolo Paulo nos diz que não é pecado julgar, já que um dia haveremos de julgar até mesmo o próprio mundo. Todavia, este julgamento deve ser feito segundo os princípios de Deus, segundo a Sua Sagrada Palavra.
“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes para julgá-los os que são de menos estima na igreja? Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?” (1 Co 6:2-5)
O mesmo apóstolo Paulo, falando aos gálatas, disse que enfrentou o apóstolo Pedro cara a cara, porque este tornou-se repreensível. Ainda, Paulo fez tal repreensão publicamente, porém, de acordo com o que está escrito no Evangelho.
“E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” (Gl 2:11-14)Por diversas vezes encontramos a orientação bíblica sobre o julgamento, principalmente no que se refere a preservação da boa doutrina bíblica.
Primeiro, a BÍBLIA nos diz que devemos averiguar aquilo que é ensinado: "Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo". (1Jo 4:1) .Segundo, a BÍBLIA nos diz que devemos notar, ou seja, destacar publicamente aqueles que têm trazido ensinos errados: "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu... Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe". (2 Ts 3:6,14)Terceiro, a Bíblia nos exorta para que busquemos uma doutrina bíblica sadia: "Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério". (2 Tm 4:1-5)Quarto, o fato de ocorrerem conversões através das pregações de hereges não significa que está se pregando uma palavra genuinamente bíblica: "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade". O fato é que Jesus Cristo disse que essas pessoas (Mt 7:22-23) NUNCA foram ovelhas de Seu rebanho, e mais, disse que o que estavam fazendo era iniqüidade (pecado) pois Ele disse "vós que praticais a iniqüidade".
Com isso, devemos analisar com muita integridade bíblica a qualidade e conteúdo das pregações e ensinos que são passadas para o povo de Deus, observando se estão de acordo com a Escritura Sagrada.
Essa prática é louvada pela própria Bíblia (At 17:11), e deve ser exercida não só pelos denominados apologistas, pastores e professores, mas por todo aquele que deseja ter uma vida de fidelidade e comunhão com o Senhor, segundo os princípios bíblicos.
O apóstolo Paulo disse que poderíamos julgar aquilo que ouvimos, segundo a Escritura Sagrada, e disse mais, que até os seus próprios ensinos poderiam e deveriam ser confrontados com a Escritura Sagrada. "Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo". (1Co 10:15) "...mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema". (Gl 1:7-9)
Com certeza, se fosse nos dias atuais talvez algumas pessoas escrevessem para Paulo dizendo que ele não podia chamar ninguém de maldito. Não é mesmo? Afinal de contas, ele não poderia julgar ninguém.
Ora, o próprio Paulo se coloca a disposição para ser confrontado com Escritura Sagrada e diz mais, se até ele ensinasse algo que fosse além do que está na Escritura Sagrada poderia ser chamado de maldito.
Como estudantes da Bíblia podemos analisar os ensinos e mostrar os erros, a luz da Escritura. Entretanto, nos deparamos com aqueles que afirmam que apresentar a verdadeira face dos hereges e de suas heresias é errado. É julgar o próximo. Com isso, entendemos que tais pessoas têm optado por posicionar-se ao lado daqueles que tais coisas praticam e ensinam, porque o próprio Jesus disse que “ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6:24). Caso contrário, têm optado por outro pecado, o pecado da omissão. A omissão de ver alguém no erro, e permanecer calado, imparcial e neutro. Tudo em nome de uma distorcida adoração. A isso eu denomino de pecado de Pilatos, pois por não desejar se envolver resolve lavar as mãos.
O ato de mostrar o erro e lutar por uma doutrina bíblica e saudável é bíblica e isso em nenhum momento é visto como um julgamento distorcido e sem apoio Escriturístico. Se faz necessário entender que a Igreja de Cristo é a coluna da VERDADE! "Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade" (1Tm 3:15) O crente é exortado a apresentar-se a Deus aprovado, tendo um bom testemunho ("não tem de que se envergonhar") e conhecendo e ensinando bem a Sagrada Escritura ("maneja bem a palavra da verdade"). "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2Tm 2:15) Deus continue te abençoando.
Autor: Robson T. Fernandes
Fonte: [ Blog do autor ]

Você ama a Deus?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Você me perguntou se eu O amava. Sim. Não hesito: amo a Deus com o que me resta de força, intuição e siso. Confesso não compreender o significado real desse verbo. Como soletrar amor? Como posso amar quem nunca vi? O que conheço de Deus para dizer tal coisa? Para piorar, nada sei sobre o amor.

Mas meu amor por Deus, por algum motivo, se alastra em minha alma. Saí das formulações categóricas a seu respeito. Desdenho das descrições metafísicas de uma filosofia medieval, do rigor dos catecismos beligerantes, das lógicas fundamentalistas. Empolgo-me com Deus porque já não o percebo com objeto de estudo. Ele não está lá, em algum recôndito espiritual, transcendental, paradisíaco, nirvânico, esperando ser adulado, pesquisado, definido. Percebo Deus na vida, com tudo o que ela tem de beleza e de horror. Vejo Deus nos verdes matizados da floresta, no vigor dos mares, na poeira que a bruma espalha, nas mudanças bruscas do tempo. Eu o intuo também nos rostos sofridos, nas festas alegres, nas derrotas desesperadas e nos triunfos espetaculares.

Meu amor por Deus, não sei explicar, enraíza-se em minha alma. Quebrei as réguas legalistas da religião, elas sobrecarregavam meus ombros; eram jugos que me azucrinavam. Eu vivia com paranóia. Não o tenho como o Grande Olho, que tudo vigia e tudo cobra. Despedi o Deus intolerante com as inadequações, iracundo com os tropeços de homens e mulheres que, apesar de tudo, lutam pela vida. Diante de olhos paternos, tabus e interditos abrandaram, culpas infundadas e autocomiseração manipulada enfraqueceram. A religiosidade da sofreguidão empoeirou-se em minha alma. Rasguei as cortinas que só vazavam a luz mortiça de um mundo espiritual cruel. Adornei o tabernáculo da minha espiritualidade com vitrais coloridos. Convidei músicos. Recitei poesia. Quero transformar meu culto em festa.

Meu amor por Deus, com segurança, se intensifica. Aprendi que ele não é um títere. Tardei, mas aceitei que a história não está escrita e selada. Resignifiquei a liberdade como desafio para a responsabilidade. Voltei as costas para a Divindade que atropela, misteriosa, que esconde desígnios, que manipula fatos e que usa as pessoas para satisfazer projetos gloriosos. A linguagem hermética da teleologia, os paradoxos da teodicéia, o anacronismo da doutrina da predestinação sumiram da minha rede de sentidos. Sinto-me livre para relacionar-me com o Dançarino. Ele me convida para ser seu par na valsa do grande baile universal.

Meu amor por Deus, agora sei, tornou-se mais inspirado. Distancio-me de chavões, reluto contra os clichês que já usei para me convencer de convicções que nunca possuí. Ciente de meus sentimentos irregulares, eu me escondia na linguagem piedosa. Ah, como tentava ostentar o que não era. Assumi a fragilidade de minhas certezas. Engatinho na leveza dessa relação com o Amigo mais chegado que um irmão. Reconheço que em determinados momentos meu amor não passa de puro sentimentalismo - que também se mistura com militância e racionalidade. Sou assim, mas eu me sinto sinto liberto e feliz de saber que aprendo a amá-lo do meu jeito, sem despersonalizar-me.

Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim

Crise de Integridade!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente. (Romanos 12.2).Vivemos num mundo de comprometimentos, em uma sociedade que abandonou os padrões morais e os princípios cristãos em troca de oportunismo ou pragmatismo. Esse pragmatismo tem em sua essência a conquista de objetivos por quaisquer meios e sua perspectiva é centrada no indivíduo. “Se funciona para você, vá em frente”. As pessoas aprendem a mentir, enganar, roubar e mascarar a verdade, enfim; fazer qualquer coisa para conseguir o que desejam, não importam os meios. Essa filosofia e a prática do comprometimento já invadiram até mesmo a Igreja. Muitas igrejas estão buscando maneiras de apresentar um “evangelho” isento de qualquer ofensa, mesmo conscientes de que a própria natureza do evangelho é ofensiva por confrontar o pecador com o pecado. Estão oferecendo uma versão debilitada do evangelho, incapaz de transformar vidas e operar mudanças nos indivíduos.
O mundo é sedutor. Procura atrair nossa atenção e devoção. Permanece bem próximo e ao nosso alcance, bem visível e atraente, que ofusca nossa visão do céu. Aquilo que vemos luta para conseguir nossa atenção. Atrai nossos olhos, se não estivermos olhando para uma pátria superior, cujo arquiteto e construtor é Deus. O mundo nos agrada – na maior parte do tempo – e, assim, freqüentemente, vivemos para agradá-lo. E é aqui que ocorrem os conflitos, pois agradar o mundo raramente se harmoniza com agradar a Deus. A vocação divina que recebemos é esta: “não vos conformei com este mundo”, (Rm. 12.2). O mundo, porém, nos quer como seus sócios. Somos instados a participar de sua plenitude. Ele nos pressiona como a última técnica de pressão dos nossos pares. (Wheaton, IL: Tyndale House, 1988, 59).
A igreja de hoje tem falta de homens que adotem padrões que não possam ser comprometidos. Muitos dos chamados cristãos orgulham-se dos seus padrões morais e gloriam-se do seu caráter justo, mas abandonam suas convicções quando comprometer-se é mais fácil e mais lucrativo. Talvez você reconheça um ou mais dos seguintes exemplos: pessoas dizem crer na Bíblia, mas freqüentam igreja em que a Bíblia não é ensinada. Pessoas concordam em que o pecado tem que ser punido, porém, não se esses pecados forem cometidos por crianças. Pessoas opõem-se à desonestidade e à corrupção até que sejam confrontados por seus chefes e corram o risco de perder o emprego. Pessoas sustentam altos valores morais até que sua luxúria seja estimulada por uma relação antibíblica.
Pessoas são honestas até que uma pequena desonestidade lhes renda algum dinheiro. Pessoas manteem uma convicção até serem desafiadas por alguém a quem admiram ou temam. O verdadeiro ponto do comprometimento, é a rejeição da palavra de Deus, que desenvolve uma rebelião contra o Criador e promove o eu como autoridade final.Igrejas há que um dia já foram evangélicas, em que a Bíblia era o padrão divino de fé e prática, mas hoje a palavra de Deus está comprometida. Em muitas dessas igrejas, males que Deus repetidamente condena, não somente são promovidos, como são aceitáveis. O compromisso com a verdade bíblica é desprezado. Onde está o problema? Sem dúvida, a falta reside, primariamente, na liderança, naqueles que teem a responsabilidade de ensinar, guiar e proteger o povo de Deus. Muita vezes, porém, a culpa é também do povo, pois incorrem no erro de seguir cegamente qualquer liderança. Aqueles que são edificados e fortalecidos na palavra de Deus, são aptos para discernir a verdade do erro e, assim, teem o direito de estar certos de que seus líderes preencham os padrões das Escrituras. Cada igreja tem a responsabilidade de guardar firmemente a verdade da palavra de Deus. A igreja não inventa a verdade, e não a pode alterar, sob pena de juízo. Deus confiou à igreja a guarda da escritura, e seu dever é manter e salvaguardar a palavra como o mais precioso bem na terra. As igrejas que lidam impropriamente com a palavra, abandonaram a verdade bíblica e experimentarão o juízo de Deus. A construção de uma vida íntegra e sem comprometimentos pode ser somente conquistada por aqueles que se apegam à Palavra de Deus como única fonte de autoridade e conduta
Araripe Gurgel

Jesus de Jumento e o mundo gospel atolado no arrogante cinismo

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Há algum tempo atrás tivemos a oportunidade de entrar em contato com determinada agência de promoções e eventos para sabermos as condições necessárias para se realizar um evento com certa “cantora” gospel e sua banda.
É necessário obtermos essas informações para que possamos estar a par da real e atual situação no denominado “mundo gospel”, que encontra-se recheado de estrelismos e fanatismos, abusos e concessões, descaracterização do evangelho genuinamente bíblico e aceitação de modismos.
A comentada “cantora” apresenta entre as muitas exigências para se “louvar a Deus” em um evento evangélico, um carro novo com ar condicionado exclusivo para ela e seu marido, com motorista particular. Exige, ainda, passagem aérea para 14 pessoas unicamente pela empresa TAM. Exige, ainda, duas vans: uma com 16 lugares para o transporte de sua equipe e outra para os equipamentos. Exige, ainda, que a hospedagem seja realizada em um hotel com categoria máxima, e um quarto diferenciado para a “cantora” e seu marido. Exige, ainda, que não fará refeições no hotel, mas em um restaurante que disponibilize o seu café da manhã, almoço, jantar e lanche da tarde. Exige, ainda, que sejam utilizados o equipamento de show e mapa de palco de acordo com o que a “cantora” estipular.Como se todas essas exigências não bastassem, a cantora cobra pela “apresentação” o valor de R$ 25.000,00. Isso mesmo, vinte e cinco mil reais por cerca de uma hora a uma hora e meia de “show”. E mais, exige que nenhuma gravação em áudio, vídeo ou qualquer outro meio seja realizado, seja parcial ou integral do seu “show”.
Agora, eu me pego a pensar: onde está Jesus nessa história toda?
Jesus nos dá a salvação como um presente, mas uma cantora cobra R$ 25.000,00 para dar uma hora de música.
Jesus nos dá a salvação como um presente por toda a eternidade, mas uma cantora quer dar apenas uma hora de música por R$ 25.000,00.
Jesus andava de jumento e a pé, mas uma cantora só quer andar de carro novo com ar condicionado e motorista particular.
Jesus não tinha onde reclinar a cabeça, mas uma cantora só quer reclinar a cabeça em um colchão de molas super confortável no melhor hotel que a cidade pode oferecer e na melhor suíte desse hotel.
Jesus sentava à mesa junto com seus discípulos e apóstolos e nas casas dos pobres, mas a cantora só quer comer nos melhores restaurantes, e separada de seus músicos.
Jesus andava pelas ruas no meio da multidão, mas a cantora só quer andar de carro e separada do povo.
Jesus escreveu o ‘nosso nome’, com o Seu próprio sangue, em um livro que Ele mesmo fez para toda a eternidade, mas a cantora escreve o ‘seu próprio nome’ em um papel com uma tinta qualquer.
Jesus é o nosso exemplo, mas tem muita gente que imita a cantora. Afinal de contas, nessa pregação moderna vinda lá do cafundó é preciso saber que Cristo é vencer ou vencer!
Ora, por R$ 25.000,00 e tantas exigências fica até difícil não vencer.
Bem, diante de tudo isso você não foi ungido pra perder, não é?
Vivemos os dias em que as vozes gospel estão ecoando a todo vapor, mas é só esperar uma simples gripe que já não haverá voz.
Vivemos dias em que ser crente é luxo, mas é só esperar o tempo para ver o resultado final.
Vivemos dias em que as estrelas gospel estão brilhando, mas é só esperar o dia do Senhor que essas “estrelas” serão apagadas!
Onde está Jesus nessas vidas?
Ora, a proposta dessas pessoas não era levar o Evangelho até outras pessoas? Mas por R$ 25.000,00 e tantas exigências se torna caro demais para se levar o Evangelho. Na verdade, por R$ 25.000,00 e tais exigências não existe mais nada do Evangelho.
Todavia, olhando por outro lado, o fato de se exigir tantas coisas e se cobrar R$ 25.000,00 é até barato, já que tem muita gente sem o mínimo de caráter cristão e sem compromisso genuíno com o Senhor para cumprir essas exigências. Estou com vontade de escrever para tal cantora sugerindo que ela aumente para R$ 50.000,00. Com certeza tem gente que é capaz de pagar até mais por uma hora de barulho, sapateado, reteté, profetadas, promessas de conversão do Brasil em massa e disseminação da teologia da prosperidade, colocando o homem na posição de um deus.
Bons tempos os de Noé, que tinha que pregar apenas para os descrentes, e de graça, e não precisava de cantores e bandas dentro da Arca pra animar a bicharada. Afinal, como foi nos dias de Noé será nos dias da Vinda do Filho do homem.
Como podemos suportar esse tipo de atitude?
A Bíblia nos diz que devemos imitar o Senhor e não os modismos e astros que surgem na atualidade.
Será que a Igreja evangélica brasileira não vai despertar do sono que vivencia?
Será que apesar desse suposto crescimento que o Brasil experimenta não haverá um aprofundamento no Evangelho?
Isso tudo, porém, tem acontecido para que se cumpram as Escrituras, pois fomos alertados de que nos últimos tempos os dias seriam trabalhosos, e quanto trabalho o povo de Deus tem dado.
A Igreja precisa aprender a viver pela fé, mas a fé em Deus e não no dinheiro ou na boa vida que um suposto ministério pode proporcionar.
Não devemos nos amoldar a este século, ou seja, não podemos começar a agir no seio da igreja da mesma forma que o mundo age, porque não somos desse mundo.
Espero que o Senhor fale poderosamente ao coração da Igreja, convencendo o Seu próprio povo do pecado, da justiça e do juízo, pois quem se diz crente deve ouvir atentamente o Senhor, arrependendo-se dos mal feitos. Por isso, quem tem ouvidos ouça o que o Espírito tem falado à Igreja através de Sua Palavra.
Autor.: Robson T. Fernandes
Comentário Shalom:
Até quando durará esse momento infeliz da igreja em nossa geração???
Por enquanto, só nos resta alertar mesmo que sejam poucos os que ainda param para ouvir! São poucos os que ainda tem na Biblia e não em grandes "pregadores ou cantores", a real Pavavra, louvor, conforto e a verdadeira vontade de Deus.
A esses poucos..... Shalom!!

A VIDA É O TREM QUE PASSA

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A vida é o trem que passa
Os sonhos são vagões
O amor é o maquinista
Somos nós, a estação!

Adquira seu bilhete, faça sua escolha
O trem vai seguindo continuadamente
Em cada vagão, o desejo de sua mente
...há também tristezas, desilusões
Com a passagem na mão, escolha!

A viagem, se longa não sabemos
A bagagem é cada dia vivenciada
Mudar o rumo, podemos
Sem mesmo saber da parada

A estação nunca pode estar vazia
Será sempre um passeio viver
Se sentar na janela, aprecie
Tudo é passagem, algo pode reter

Cada dia que passa é contagem regressiva
Viaje como se cada instante fosse único
Cada olhar como se fosse o último

Respire fundo, o caminho é longo
Encontrará adversidades
...tristezas
...saudades
...abismos
...retas
.curvas
inúmeras serão as vezes
que não veremos o que há além da curva
Mas o percurso seguirá sonhando

A vida é uma viagem
Somos mutantes
Somos passageiros
Somos nuvens
Somos fumaça

Por não saber decifrar o mapa da vida
Algumas vezes nos perderemos no trajeto
Mas, para quem sonha, nada é impossível
nunca se perde, sempre se encontra

Escute, ouça, é o apito de mais uma partida
Poderá estar partindo para novos lugares
sem roteiros
sem destino
sem poente ou nascente
A direção é para a felicidade
Conduzirá e será conduzido
O maquinista sempre atento
na história, na vida

De tudo que viver, uma coisa é certa:
Não se canse da viagem, prossiga
Lute, grite, implore
Mas não desista
...se cansar, acene, sorria
O maquinista não te deixará
Não hesite, não tema
Onde parar, um coração
certamente o acalentará

A viagem prossegue
...e sabendo onde quer ir
Vá seguro, você consegue
Sabendo sempre que vai valente...
sua viagem será eternamente...
no vagão de primeira classe.

Marillena S। Ribeiro

Comentário Shalom!
Em nossas vidas, não sabemos o momento em que entramos no trêm, muito menos quando saimos, mais de uma coisa sabemos: - Somos reponsáveis pelas nossas decições!!
Sabendo e vivendo com esta conciência, vivamos com vontade, determinção, perseverança, façamos a diferênça por onde quer que passemos, façamos o que o Senhor Jesus nos mandou, sejamos "o sal da terra", para que as pessoas que embacarem conosco em cada estação sejam confortadas com a nossa compania, e as que saírem que levem consigo os momentos em que sentamos perto e compartilhamos o que temos dentro do nosso coração!
Que Deus vos abençõe, Shalom!!

Talentos

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua própria capacidade. (Mateus 25:15).

A lição básica que podemos extrair da parábola dos talentos está relacionada a uma vida de serviço para o Reino de Deus. Neste serviço está implícita uma vida vitoriosa, cujo caráter foi transformado, uma vida onde se sobressaem as virtudes cristãs. Mas isso tudo vai depender do tipo de relação que nós, como servos, temos com o nosso Senhor.

A parábola nos adverte, também, que o nosso lugar e serviço no céu dependerão da fidelidade de nossa vida e serviço aqui na terra. Os talentos representam nossas aptidões, tempo, recursos e oportunidades para servir ao Senhor nesta vida.

Essas qualidades Deus considera como um legado seu, que nos foi confiado para que as administremos da maneira mais sábia possível. Cada um de nós tem a responsabilidade de empregar fielmente aquilo que recebeu do Pai. Todo crente recebe de Deus oportunidades, tempo e meios de viver para Cristo.

Os dois primeiros servos da parábola amavam ao seu Senhor, tinham com Ele um relacionamento de confiança. O Senhor acreditava neles, que o respeitavam e admiravam. Procuraram trabalhar com os talentos que Ele lhes deixou.

Quando o Senhor voltou, tinham o dobro, como fruto do trabalho das suas mãos. A produtividade deles estava ligada ao tipo de relacionamento que tinham com o Senhor. Já o terceiro servo, era um poço de amargura e ressentimento. Servia, trabalhava para o Senhor, mas, no fundo, não o amava, não acreditava nEle.

Esta Parábola encerra uma das mensagens mais solenes que o cristão precisa entender: o tipo de relacionamento que Deus quer ter com o ser humano. Às vezes nós nos unimos a uma Igreja pensando estar tornando-nos cristãos; no entanto, nunca descobrimos o que é cristianismo. Passamos a vida toda freqüentando uma igreja chamada cristã, mas nunca experimentamos o gozo da vida cristã.

Deus não quer escravos, quer filhos; seres humanos realizados, valorizados, amados, compreendidos. O que Deus teve com Adão e Eva foi um relacionamento de pai para filho. O medo surgiu quando o homem tentou fazer-se deus de sua própria vida, quando usou mal a liberdade que Deus lhe confiara. Porque parte do amor de Deus era a liberdade.

Se Deus, ao criar o mundo, não tivesse colocado diante do homem a possibilidade do mal, o ser humano não seria livre. Ele seria bom unicamente porque não existia a possibilidade de ser mau. Ele não teria liberdade de escolher. E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. (Gn 3:8).

Então veio a grande pergunta que vemos no verso seguinte: E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: onde estás? (Gn. 3:9). Desde aquele dia a grande pergunta de Deus tem sido: onde está você? E aí vem a resposta do homem, escondido atrás da árvore, seminu, com vergonha, arruinado, quebrado por dentro, culpado, atormentado pela consciência: Senhor, tive medo e me escondi.

Num cristianismo sadio não pode haver lugar para o medo. Deus nunca desejou que no relacionamento que Ele tivesse com Seus filhos, existisse a palavra medo. O medo é fruto do pecado. Nos nossos dias, porém, o que está acontecendo é que em nome de Deus e da Igreja, muitos líderes religiosos, estão criando a religião do medo. Intimidam o rebanho com ameaças apocalípticas e toda sorte de profetadas.

Desde crianças aprendemos este conceito: se eu for bom, Deus me ama, se eu não for bom, Deus não me ama. Crescemos pensando assim. O inimigo é astuto! Ele faz você recordar todas as coisas erradas de seu passado. E você chega a conclusão de que está sofrendo porque Deus o está castigando, e que não adianta orar porque Ele não ouvirá a sua oração.

A religião do medo é a pior coisa que pode acontecer, porque Satanás vai fazer de tudo para levar você à uma vida de pecado e miséria. Você nunca pode se aproximar de Deus pelo medo. Se você se aproximar de Deus por medo, seu cristianismo não tem valor algum.

O terceiro servo da parábola não sabia que tinha medo de Deus. Ele pensava que era mais um servo, mais um membro da Igreja. Ele não estava consciente do conceito que tinha de Deus. Quando chegou o momento do ajuste de contas, ele, que recebera um talento, não tinha nada para devolver.

E foi aí que ele se confrontou com a sua realidade: não amava seu Senhor. Em sua opinião, o Senhor era injusto, colhia o que não havia plantado, cobrava o que não havia semeado. Disse: receoso, escondi na terra o teu talento. (Mt 25:25)

Qual é o tipo de cristianismo que você pratica? Você tem medo de Deus ou é atraído a Ele pelo seu maravilhoso amor? Que tipo de cristianismo lhe ensinaram? Cristianismo é um relacionamento de amor com Jesus. É apaixonar-se por Cristo, entregar-Lhe a vida. É estender sua mão para Ele e dizer: Senhor, guia meus passos pelos caminhos desta vida.

Deixo aqui algumas questões para reflexão: Você tem abrigado um sentimento de compaixão em relação àqueles que não conhecem Jesus? Qual tem sido o seu nível de entrega neste serviço? Quando Deus derrama do seu amor sobre a sua vida, naturalmente você quer retribuir da melhor forma possível.

Será que tem oferecido o melhor de si? Sua vida? Seu tempo? Seu serviço para Deus? Você tem valorizado os dons e talentos que Ele lhe deu? Será que você tem consciência de que é muito privilegiado em servir ao Senhor? O que tem sido prioridade para você nestes dias: as suas atividades, ou o seu serviço para Deus? Você tem renunciado coisas da sua vida para servir a Deus? Você tem servido ao Senhor por amor?

Medite nisso!

*Araripe Gurgel

Indiferença

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. (Romanos 1:21)

Num passado não muito distante, o crente era conhecido pelo seu vocabulário, pela forma de se vestir e pela sua ética. Hoje, o que vemos é um grande número de pessoas dizendo-se cristãs, mas vivendo sem nenhum compromisso com Deus, interessadas apenas em seu bem estar, correndo atrás da prosperidade, não para abençoar outros irmãos, mas porque estão pensando apenas em si mesmas.

Escândalo após escândalo relacionado a dinheiro e sua gestão no ambiente da chamada “fé”, aumenta o buraco da indiferença, do cinismo, da mornidão espiritual, do deboche, do escárnio, da irreverência e muitas vezes traz a morte da esperança.

A igreja atual, está cheia de um povo sem fidelidade a Deus, um povo sem Bíblia, sem compromisso com a verdade. O que muitos levam para a igreja são roupas, fotos e outros "amuletos" para alguém para “benzer”.

Conseqüentemente a igreja formada por este tipo de pessoas torna-se uma instituição sem doutrina, sem raízes, caracterizada pela rotatividade dos membros. A porta dos fundos acaba sendo maior que a da frente.

Vemos pessoas que pregam e vivem um evangelho sem conversão, um evangelho sem cruz, sem transformação de vida, sem santificação, enfim, um evangelho banalizado.

E a responsabilidade é da própria igreja, que baixa o preço da mercadoria. Para encher seus templos, muitos líderes não receiam em baixar o padrão, abrindo mão da ética, da sã doutrina e do compromisso com a verdade.

O resultado, só pode ser um evangelho totalmente insipiente, desmoralizado, desacreditado. Infelizmente o que vemos são pessoas que sequer são religiosas, mas possuem uma ética comportamental melhor que a de muitos cristãos.

O que vemos são empresários cristãos, dignos, evitando contratar seus “irmãos em Cristo”, em razão do mau testemunho que apresentam. Estes funcionários confundem o fato de que seu chefe, antes de ser seu irmão, é autoridade sobre eles e, ao invés de chegar para o trabalho e trabalhar de verdade, passam o dia andando de um lado para o outro, a pretexto de “evangelizar” seus colegas. Ficam “evangelizando”, lendo a Bíblia o dia todo e não produzem nada no trabalho para o qual foram contratados.

Jesus disse que o joio cresceria no meio do trigo. Tem joio demais na igreja de hoje. A liderança precisa tomar uma posição, voltar a refletir o temor de Deus.A liderança precisa voltar a profetizar “assim diz o Senhor” e não o que temos ouvido de muitos — “assim dizem os senhores”, grandes dizimistas ou detentores de algum tipo de poder natural.

A Igreja brasileira precisa resgatar com urgência a importância de sua voz profética. E essa voz começa com a palavra arrependimento. Foi a primeira palavra que saiu das bocas de Jesus, João Batista e Pedro, só para citar alguns exemplos. Também precisa resgatar sua ética. Deixar de se vender em troca de riquezas terrenas.

Ser pastor popular hoje dá ibope. Ele compra rádio, emissoras de TV e jornais e a igreja se transforma em fonte de riqueza. Jesus anteviu que seríamos odiados de todos por nossa atuação irrepreensível num mundo corrupto, mas não é o que vemos hoje. Ser crente hoje é moda.

Nós aprendemos desde cedo que a graça é favor imerecido. É algo que está para além das posses de nossas virtudes. Justamente por essa razão a graça é de graça. No entanto, na nossa idéia do que seja graça, enquadram-se apenas as felizes, fáceis saborosas e carismáticas manifestações das bênçãos de Deus sobre nós.

Nunca pensamos em graça como privilégio de sofrer. Todavia, também esta dimensão está presente na teologia do conceito de graça: “por que vos foi concedida à graça de padecerdes por Cristo, e não somente crerdes nele...” (Fp. 1:29).

Sem dúvida tal conceito não tem nada de convidativo e empolgante em si mesmo. Nosso mundo é a cada dia mais, patrocinador da idéia do não-sofrimento. Somos a sociedade do analgésico. A anestesia psicológica, existencial e social é a nossa maior medicina.

Boa parte da liderança e crentes de hoje, estão trocando seu direito de primogenitura por um prato de lentilha. São os vendilhões do templo, trocam o eterno pelo passageiro. A Igreja está adoecida, em razão de sua própria promiscuidade.

Precisamos devolver o lugar da Bíblia na Igreja. Mas Bíblia pura! Precisamos voltar à Palavra, precisamos de líderes que tenham coragem de dizer: isto é pecado! A igreja precisa ser uma igreja pura, que reflita o amor de Deus. Formada por verdadeiros redimidos, por gente comprometida com Deus, que ama mais a Cristo que a própria vida e não mais a própria vida que Cristo.

Que a indiferença sistêmica em relação ao pecado, seja extirpada do meio do Corpo de Cristo através da busca da santidade, tanto do homem, como da mulher de Deus.

Pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! (Romanos. 1:25).


*Pastor Araripe Gurgel

Eutanásia Espiritual

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios." (1 Tm. 4:1).


Um dos principais sinais que o fim dos tempos está se aproximando é que grande parte das igrejas cristãs começa a se afastar dos fundamentos da fé.

Quando um pastor deixa de ensinar "todos os desígnios de Deus" e começa a incorporar elementos humanos e extrabíblicos no ensino e no serviço, está literal e biblicamente abrindo a porta para o Anticristo.


Para um pastor, esse afastamento dos fundamentos da fé pode ser simplesmente deixar de pregar sobre a pecaminosidade inerente do homem, transformando seus sermões em variações do tema "o amor de Deus" e a síndrome psicológica do "sinta-se bem consigo mesmo".

Ou então, esse afastamento pode ocorrer quando o pastor permite que ensinos extrabíblicos entrem na igreja porque estão na moda e ajudam a aumentar o número de pessoas que vêm à igreja.


Gradualmente, a igreja local foi transformada de um lugar onde se ouvia um homem de Deus expor a Palavra de Deus ao povo, para um local de entretenimento religioso.

A situação se deteriorou tanto que chegamos ao ponto em que a igreja agora precisa recorrer ao marketing profissional para alcançar o mundo e conseguir crescer mais.

O crescimento de igreja tornou-se a ordem do dia, e os programas e esquemas precisam ser colocados em ação para atender aos objetivos estabelecidos para o crescimento. É a igreja voltada para resultados.


A igreja voltada para resultados baseia-se nos princípios. De que o fim justifica os meios. O "fim", na maioria das vezes, é o crescimento da igreja e os padrões das Escrituras são subordinados ou ignorados quando se observa que prejudicam esse crescimento.

Os métodos para o crescimento da igreja também não são especificamente definidos e dependem principalmente dos aspectos demográficos e mercadológicos de uma determinada localidade.


Usar uma diretriz específica, como as Escrituras, é um empecilho a esses esforços de marketing e, portanto, as percepções do pastor e da agência de consultoria precisam ser utilizadas para obter o resultado adequado.

O ensino dogmático das doutrinas e da teologia também pode ser um empecilho ao crescimento da igreja, simplesmente por que a "doutrina divide".


Portanto, a abordagem deve ser mais de um guia prático para tratar os problemas do dia a dia, como as finanças pessoais, relacionamentos, educação de filhos, e outras necessidades sociais daqueles que responderam aos programas de evangelização.

Todos os programas, música e teatro devem ser coreografados com a noção de entreter com uma mensagem religiosa positiva, de modo a atrair mais pessoas aos serviços da igreja e, ao mesmo tempo, sem deixar ninguém de fora.


Com esses objetivos, a igreja evoluiu de uma fortaleza onde aqueles de mesma fé eram convencidos do pecado, repreendidos, nutridos, edificados, instruídos, e enviados ao mundo para alcançar os perdidos, para um palco aberto para que todos os presentes "experimentem Deus".


Para garantir que essa seja uma experiência positiva para todos, as exposições negativas de qualquer grupo ou indivíduo visto como nominalmente "cristão" não podem ser toleradas e uma atitude de "religiosamente correto" deve prevalecer.

A igreja também precisa ter uma equipe de "conselheiros cristãos" formados em "Psicologia Cristã" para atender às necessidades das pessoas que ficaram frustradas na busca de respostas para os "problemas complexos" do mundo de hoje nas páginas daquele documento antigo e simplista que chamamos de Palavra de Deus.

Basicamente, todos os que estão envolvidos no ministério precisam ter em vista os resultados - tudo o mais está subordinado aos resultados.


"E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade." (2 Pedro 2:1-2)


"A cumplicidade com o erro tirará dos melhores homens o poder de entrar em qualquer protesto bem sucedido contra o erro. É nossa convicção solene que não pode haver nenhuma comunhão espiritual real, nenhuma falsa associação. A associação com o erro vital e conhecido é participação no pecado. Assim que vi, ou pensei que vi, que o erro tinha se tornado firmemente estabelecido, não vacilei, mas deixei o corpo imediatamente. Desde então meu conselho é, "Saí do meio deles". Acho que nenhum protesto poderia ser igual à separação distinta do mal conhecido. Para não tornar ridículo meu testemunho, afastei-me daqueles que se desviaram da fé, e até mesmo daqueles que se associam com eles. Custe o que custar, a separação daqueles que se separaram da verdade de Deus não é não apenas nossa liberdade, mas nosso dever."

Charles Spurgeon


A igreja de Jesus Cristo precisa alinhar-se com os princípios da Palavra de Deus. Esse alinhamento exige que a igreja seja santa e separada do mundo.Tornar-se como o mundo de modo a alcançar o mundo não é um princípio bíblico, mas uma filosofia criada pelo homem.

"E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles." (Rm. 16:17).



Tornar a igreja mais aceitável à cultura pós-moderna não é nada mais que um esquema de marketing que tem o propósito de inflar os números no rol de membros da igreja.

A metodologia usada para fazer essa transição não é somente uma afronta aos princípios da Palavra de Deus, mas é também a maior ameaça ao verdadeiro cristianismo atualmente.

* Igreja Cristã da Trindade
* Araripe Gurgel
Fontes.
Uma Vida com Propósito - Rick Warren Pragmatismo na Igreja: Uma Religião Orientada Para Resultados e Que Abre a Porta Para o Anticristo - Uma Apostasia com Propósitos – Mac Dominick Biblical Separation - Ernest Pickering

Adaptação e sobrevivência

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

É possível adaptar-se a dores cruéis, sofrimentos atrozes, decepções frias; aprender a absorver baques, a encaliçar a alma, a envernizar sentimentos. Os humanos também se adequam para sobreviver. Na cruel tarefa de não desaparecerem na evolução, aprendem a acomodar-se aos ambientes hostis; assim, criam anticorpos existenciais, resistências espirituais, imunidades emocionais.

Locusta foi envenenadora profissional em Roma. Ela viveu durante o primeiro século depois de Cristo e ficou conhecida por ingerir pequenas doses de veneno todos os dias para adquirir defesa contra as toxinas que usava. Doses homeopáticas de veneno a protegiam, e ela, por sua vez podia matar sem ser atingida.

A alma humana cria revestimento e os olhos ganham frieza, as palavras, impassibilidade, os atos, automatismo. Entretanto, dessensibilizados, mulheres e homens acabam conspirando contra si mesmos. Seguem como bois no corredor do matadouro, aceitam marchar cabisbaixos rumo ao corte trágico. Anestesiados, consentem com o destino e se entregam à providência.

A noite mal dormida, o almoço requentado, o descaso da burocracia, tudo é absorvido pacificamente. Sem contar com a bestificação da televisiva e a superficialização jornalística que contribuem com a demência generalizada. Pensar passa a ser privilégio e redarguir, virtude rara.

Reina o espírito de manada para que mentes domesticadas repitam clichês. Carreiristas inescrupulosos se aproveitam dos simples. Futriqueiros disseminam boatos. Ímpios manobram detrás dos panos. Banditismo se mistura à benignidade.

A vida só continua porque os processos de assimilação da espécie humana são espantosos. Infelizmente.

Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim

Crentes Periféricos

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir. (Martinho Lutero).


Inicio esta reflexão com uma pergunta: você saberia dizer quais os motivos que justificam o seu ingresso ou permanência em uma igreja "evangélica"?

A igreja deveria estar a serviço do Reino de Deus, mas hoje em dia, com raras exeções, tem servido a outros "senhores", a interesses completamente opostos ao Evangelho. A igreja deveria servir ao próximo, servir para promover vida, porém, é inegável que muitos têm feito da "casa de oração" um "covil de ladrões". Então, quais os motivos pelos quais você continua na igreja?

Em face desse estado de coisas, muitos acham que é possível ser crente em casa, no conforto do lar, sem envolvimento com o Corpo de Cristo. Afirmam que o importante é a sua relação com Deus e não com a igreja.

Dizem que a igreja é uma instituição falida, hipócrita e que preferem não ter compromisso com apenas uma denominação e todos os seus defeitos, mas freqüentar várias igrejas para tirar o que cada uma tem de melhor. Afirmam ainda que são “de Cristo” e isto basta.

Na década 90, houve uma proliferação de congressos e cruzeiros de "pregadores famosos". Cada entidade ou denominação realizava seu evento em hotéis de luxo, balneários e estâncias hidrominerais, fora as viagens em aviões fretados para Israel, batismo no rio Jordão e outras coisas mais. Pouco a pouco, os congressos acabaram ou perderam impacto. Quando passou essa febre, sobrou pouca gente. Eram os "crentes de congresso".

Somos uma geração que detesta compromisso. É muito mais fácil entrar no estádio, ficar na arquibancada falando mal do técnico e depois ir embora para casa, do que estar efetivamente envolvido no processo. É mais fácil falar mal da igreja, apontar erros, mesmo que existentes, e praticar o denuncismo vazio, do que se envolver na obra.

A igreja é uma instituição divina e como tal, não pode estar falida. É como o casamento: embora a sociedade o ridicularize e diga que é uma instituição falida, somos obrigados, como pessoas de fé, a nos levantar e bradar que falidos estamos nós, por causa do nosso orgulho, egoísmo e hedonismo. O problema não é com o casamento, é com os casados.

A igreja não é uma mera instituição religiosa. Não é composta de convenções, sedes, organizações jurídicas ou redes de franquias. A igreja somos nós. Por isso, não adianta falar da igreja como se fosse uma entidade, uma terceira pessoa.

Esse conceito de que posso ser cristão à margem deste processo é falsa. Se sou realmente cristão, estou envolvido diretamente com a coisa toda. Jesus ensinou que quem não quer compromisso na terra, não pode ter compromisso no céu.

Você não precisa ser membro de uma igreja para ser salvo: para isto basta crer no Senhor Jesus. Porém, a regra é clara: se você já é salvo pelo sangue do Cordeiro, precisa estar em comunhão com uma igreja local. Caso contrário, sua comunhão com Deus estará interrompida. Ser ligado na terra é estar em comunhão com o corpo de Cristo. Foi o que ele disse quando afirmou “o que ligardes na terra será ligado no céu e o que desligardes na terra será desligado no céu”. (Mateus 18.18).

Muita gente diz que para se relacionar bem com Deus não é preciso fazer parte de uma igreja, que isso é secundário, que o que importa é a sua devoção pessoal. Não! Segundo este versículo, esta é uma situação impossível.

Quem está em comunhão com Deus necessariamente precisa estar em comunhão com seus irmãos. E a prática comprova a teoria. Quem diz esse tipo de coisa, invariavelmente não está nada bem com Deus. Usa isso como desculpa para justificar sua falta de compromisso.

O que o apóstolo João disse sobre o amor é válido também para a comunhão: se você não ama a seu irmão a quem você vê, como pode amar a Deus a quem você não vê? (I João 4:20).

Apesar da integridade e moral duvidosa de muitas "lideranças", a despeito da zombaria e escárnio que se tem feito usando o nome de Deus, mesmo com todos os erros, mesmo com a perda da identidade de muitas igrejas, Jesus não desistiu delas!

É só prestar atenção ao seu redor. Ainda há conversões genuínas, ainda existe cura para o doente, ainda existe um povo que não retrocede na sua esperança, que sabe que é de Deus, e por ser de Deus não desiste nunca. Aliás, nós não desistimos, porque Ele não desistiu, e prometeu que onde estiverem dois ou três reunidos em Seu Nome, Ele ali estará.

É muito cômoda a posição de “usuário”. Você vai à igreja “a” por causa do louvor, à igreja “b” por causa dos estudos bíblicos, à igreja “c” porque a reunião de oração é muito boa. Só que você se esquece de que a igreja “a” só tem um louvor bom e inspirador porque um grupo de irmãos comprometidos está ensaiando o domingo inteiro enquanto você assiste TV ou está em alguma atividade de lazer.

A igreja “b” tem bons estudos bíblicos porque pastores e mestres gastam horas em cima de um texto, pesquisando ou lendo comentários enquanto você se esparrama no sofá para assistir o seu programa favorito.

Se todo mundo pensar que pode viver uma vida espiritual pulando de galho em galho, ao bel prazer de suas preferências pessoais, não sobrará ninguém para realizar a obra.

Esses são os parasitas que vivem na periferia da fé: são como ciganos ou hippies, que criticam o sistema para não assumir responsabilidades, mas usufruem de todos os benefícios que esse mesmo sistema lhes oferece. Não que o sistema seja perfeito e não tenha suas injustiças. É que eles mesmos não estão dispostos a mover uma palha para ajudar a melhorar as coisas.

Virou moda, agora, criticar a igreja e depois sair para comunidades liberais, descomprometidas com uma caminhada de responsabilidades recíprocas. Em geral, essa atitude é gerada por pessoas que cometem seus deslizes e depois recusam a submeter-se ao devido tratamento.

Assumem a postura hipócrita de “se alguém nunca errou que atire a primeira pedra”, como se isso justificasse seus próprios erros. Erram quando tentam defender uma graça que aceita tudo, perdoa tudo, restaura tudo. Esta não é a graça da Bíblia.

O amor de Deus é incondicional, mas o seu perdão não. Para ser perdoado, o pecador precisa aceitar os termos que Deus estabelece. Não há perdão de pecado sem confissão e arrependimento.

E o que é mais grave: tem muita gente querendo que a igreja alise seus pecados, engula seus podres e passe por cima deles, sem passar pelo processo necessário para sua restauração.

É hora de rever em que tipo de Evangelho cremos e se estamos nele vivendo, já que disso depende a mensagem que pregamos, o que, por sua vez, vai determinar o tipo de “crentes” que vamos ter em nossas igrejas.

Saia da letargia espiritual, da periferia da fé, do comodismo fútil e da religiosidade vazia. Deixe de ser morno em relação às coisas espirituais! Mergulhe no oceano do Espírito, permitindo que o poder de Deus flua através de todo o seu ser, produzindo frutos que saltem para a vida eterna!

* Araripe Gurgel

Apagão Evangélico Brasileiro!

terça-feira, 28 de julho de 2009


O Brasil nos últimos anos foi vitima de alguns apagões, os quais proporcionaram seriíssimos problemas a toda sociedade brasileira. No que tange ao Cristianismo, vivemos hoje um sério apagão teológico, onde os mais variados distúrbios doutrinários são observados. Unção do riso; unção do leão; unção apostólica; crentes de segunda classe; troca de anjo da guarda; arrebatamento ao 3º céu; festa dos sinais; night gospel song; sal grosso pra espantar mal olhado; maldições hereditárias; encostos; óleo ungido pra arrumar namorado; sessões do descarrego; “paiostolos”, monarcas da fé, coronéis apostólicos, música para o diabo, atos proféticos descabidos e burrificados, dentre tantas outras coisas mais, tornaram-se infelizmente marcas negativas dessa geração.

Caro leitor, as praticas litúrgicas por parte da igreja evangélica brasileira fazem-nos por um momento pensar que regressamos aos tenebrosos dias da idade média, até porque, nesses dias, como no século XVI a mercantilização da fé, bem como as manipulações religiosas por parte de pseudo-apóstolos, se mostram presentes. Confesso que não sei aonde vamos parar. Ao ler aberrações como as narradas acima, sinto-me profundamente desanimado com os rumos da igreja brasileira. Até porque, em nome de uma espiritualidade burra, oca e egoísta, centenas de “pastores” movidos pela ganância e o poder, têm corrido desenfreadamente a procura de títulos cada mais aberrativos. Infelizmente a apostolização moderna tem feito de muitos destes, pequenos reis, os quais em cerimônias nababescas são coroados como tais.

A febre do gospel, o mercantilismo podre na vida de muitos, me enojam substancialmente. Há pouco soube por intermédio de um pastor amigo, que uma famosa cantora gospel, tinha no seu staff um travesti. Aonde vamos parar? Chega! Basta! Não suporto mais o misticismo e dualismo promovido pelos gurus da batalha espiritual, não agüento mais ouvir as loucuras dos profetas da mentira, os quais escravizam o rebanho de Deus com heresias das mais hediondas, elaborando mapas, ungindo e urinando nos 04 cantos da cidade. Se não bastasse isso, profetas da modernidade tem ensinado que Caim virou Vampiro, que estão se abrindo “portais dimensionais”, que existem lobisomens, dentre outras lendas e superstições absurdas. Caro leitor e irmão em Cristo, por favor responda sinceramente: você consegue acreditar numa coisa dessas?

Pois é, estamos vivendo um forte e tenebroso apagão teológico. Que Deus tenha misericórdia do seu povo!

Pense Nisso,

POR UMA LIDERANÇA QUE SEJA CRISTÃ

sexta-feira, 17 de julho de 2009

“Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado,
segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam” – Fp. 3:17.


Nesta última década muito tem se escrito sobre liderança, e tais escritos tem sido assimilado acriticamente pela cristandade evangélica. Contudo, seria no mínimo prudente arrazoar sobre uma releitura de tais ensinos que não poucas vezes tem se mostrado maléficos a Eclésia, e que indubitavelmente tem se despontado como danosos a vida cristã.
É axiomático que a Igreja precisa ser ensinada no que tange a liderança, porém e então, que esta seja invariavelmente uma liderança com princípios cristãos. Para tanto, faz-se necessário distinguir entre “liderança secular” e “liderança cristã”. Tal divisão é tão somente ilustrativa, não dualista, pois é notório que há princípios que comungam em ambos, entretanto, há aspectos que se tornam discrepantes demais ao ponto de se tornarem antagônicos entre si.

A liderança secular ensina que a capacitação está automaticamente ligada a melhores salários, ou seja, quanto mais capaz, maior o salário. Não há espaço para altruísmos, os melhores funcionários sempre serão mais caros. Infelizmente, na igreja tal postura tem sido fortemente assimilada, onde os pastores (mesmo os que não são em tempo integral) insistem que é “justo” receberem um alto salário. Daí, os outros líderes também exigem que recebam altos salários sob ameaça de ir congregar em outro ministério em que há uma “gorda” remuneração. É triste perceber que as pessoas estão se vendendo para fazerem algo em prol do (“suposto”) Reino de Deus. Não quer dizer que não possa haver pessoas remuneradas dentro da igreja, contudo, é sábio criticar sobre o porquê se está remunerando.

Na liderança secular é extremamente necessário valer-se do temível artifício denominado “demissão”. O princípio é claro: seja por problemas financeiros, ou por conflitos interpessoais, ou principalmente por incompetência trabalhista lança-se mão das demissões como tentativa de realocar outros que atendam melhor as exigências da empresa. Contudo, deveria ser inadmissível haver demissões de obreiros que atuam no ministério de forma integral. Tristemente, já tem se tornado normal presenciar pastores que exercem a mais de 30 anos o ministério e, agora, simplesmente por serem rotulados de “velhos” estão sendo abandonados (literalmente demitidos). Não se pode demitir um obreiro, pois a igreja é responsável por todos aqueles que intencionalmente se juntam a família cristã. Não há funcionários, mas sim irmãos na fé. A Igreja existe para ser um lugar de restauração, ensino, tolerância e transformação, não um lugar de descarte de vidas.

Nos livros de liderança secular é costumeiramente normal verificar várias páginas abordando a temática da produtividade. Neste tipo de literatura o foco é apresentar técnicas e ferramentas de aumento na produção, sendo assim, a palavra de ordem é crescer. Para estes é inadmissível uma empresa ficar estática quanto ao ritmo de produção. A igreja assimilou tal posição e sendo assim para muitos lideres eclesiástico o que importa é fazer a igreja crescer. Para muitos líderes pouco influi se as pessoas estão tendo a fé fundamentada em Jesus Cristo, pois afinal, o que vale é ter uma multidão no culto de domingo à noite. Daí não fica difícil encontrar “crentes populacionistas”, que são desapercebidamente fracos na fé, raquíticos na esperança e instáveis espiritualmente. Estes líderes eclesiásticos preferem esquecer que na Igreja é mais importante reproduzir (discipulado) que produzir (populismo).

Os artigos de liderança secular têm passado por uma péssima mutação ideológica, pois em sua grande maioria mais tem se parecido com textos de auto-ajuda e sendo assim a filosofia é somente “vencer”. Os ensinos de liderança secular têm sido banhados por palavras de positivismo e carregado de expressões com “energias boas”. Por isto, a palavra fracasso não faz parte do atual dicionário de liderança. Tristemente, a Igreja Brasileira também assimilou isto. Para muitos lideres eclesiástico a palavra “fracasso” tem sido sinônimo de possessão demoníaca, tal termo é quase que impronunciável nos púlpitos.

Entretanto, as grandes lições da vida não são aprendidas no pódio, mas nos acidentes de percurso. Portanto, privar líderes eclesiásticos do temível “fracasso” é fazê-los faltar na principal aula de liderança, aula esta que os tornará maduros e capazes para enfrentar as dificuldades oriundas da arte de liderar. Em termos de liderança eclesiástica vencer é importante, mas ser capaz de permanecer firme em tempos de fracasso é essencial.

Uma liderança cristã se dá quando se faz as releituras anteriores e observam-se cinco requisitos:

1) Caráter;
2) Vida devocional;
3) Vida familiar saudável;
4) Empatia; e
5) Visão de futuro.

O caráter é fundamental na liderança cristã, pois exprime responsabilidade e confiabilidade. Lideres de caráter não se beneficiarão em detrimento de outros, não negociarão a fé pela fama e não comercializarão as ovelhas para os lobos.

Vida devocional é outro princípio indispensável para a liderança cristã, pois representa a espiritualidade da pessoa. A igreja está cansada de encontrar lideres que só são espirituais no domingo à noite, urge a necessidade de lideres que sejam cristãos no dia-a-dia.

A vida familiar é imprescindível para aqueles que almejam liderar na Igreja, pois infelizmente tem sido fácil enganar as massas, contudo, torna-se impossível manter as máscaras em casa, portanto faz-se necessário ser primeiramente cristão em casa.

A empatia é essencial para que líderes cristãos não sejam egoístas e medíocres, mas sim solidários e companheiros.

Por fim, cabe ao líder cristão ter visão de futuro e não somente soltar a igreja como se fosse um barco no oceano sem rumo, precisa-se planejar e organizar intencionalmente as ações da igreja e submetê-la sempre a soberana vontade de Deus.

Que Deus nos ajude!

“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto” – IPe 5.2

Repensando a fé

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Certas coisas perderam ímpeto dentro de mim. Certas afirmações se esvaziam antes que alcancem o meu coração. Certas concepções já não fazem sentido quando organizo o meu dia.
Minha fé deixou de ser uma força dirigida a Deu que o induz a agir. Entendo fé como coragem de enfrentar a existência com os valores do Evangelho. Fé significa uma aposta; a verdade vivida e revelada por Jesus de Nazaré tornou-se suficiente para que eu encare as contingências do mundo sem me desumanizar. Fé não movimenta o Divino, mas serve de pedra de apoio onde me impulsiono para a deslumbrante (e perigosa) aventura de viver.
Já não espero que uma relação com Deus me blinde de percalços. Não acredito, e nem quero, que Deus me revista com uma carcaça impenetrável. Acho um despautério prometer, em meio a tanto sofrimento, que uma vida obediente e pura gere segurança contra doenças, acidentes, violência. Considero leviano afirmar que, quando as mulheres oram, Deus poupa seus filhos de se envolverem com drogas, promiscuidade e outros males. Por que Deus ficaria de mãos atadas ou indiferente diante das opções, muitas vezes atrapalhadas, de rapazes e moças? Quer dizer que, se os pais não vigiarem, Deus permite que os filhos se percam? Como Deus induz alguém a se arrepender; Ele arrasta pela força em resposta ao pedido dos pais? Será se a "salvação" dos filhos não depende tanto de uma intervenção divina, mas do exemplo dos pais?
Tanto no Antigo Testamento como no ministério terreno de Jesus, há relatos de que Deus se recusa a manipular ou coagir para trazer qualquer pessoa para si. Deus é amor e quem ama se torna vulnerável ao abandono. Um exemplo clássico vem do profeta Oséias que encarnou um repudio semelhante ao de Deus.
Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho. Mas, quanto mais eu o chamava mais eles se afastavam de mim (11.1).
No evangelho de Lucas, Jesus lamentou sobre a cidade de Jerusalém que, além de repetir o padrão de perseguir os profetas, o rejeitou:
Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! (13.34).
Não acredito que, para os que cumprem ritos religiosos, a existência se transforme em céu de brigadeiro. Não imagino que, ao obedecer corretamente os mandamentos, o mar da vida deixe de ser arriscado. Orar de olhos fechados, debulhar terços em rezas, pedir ajoelhado, fazer campanhas, interceder ferozmente nas vigílias, clamar aos gritos, nenhuma dessas expressões religiosas significa devoção, se contempla vantagens que outros mortais, que não fizerem o mesmo, não alcançarão. Considero-as puro clientelismo, vãs repetições, murros em ponta de faca, mistura de ilusão com esperança. Assemelham-se ao esforço da tartaruga que sonha com as altitudes, mas se vê obrigada a respirar o pó da estrada.
Acho indigno um cristão pedir que Deus lhe ajude a passar em concurso público. Aliás, considero um horror ético. Da mesma forma, em economias que produzem excluídos, não é lícito rogar que “o Senhor abra uma porta de emprego”. Não faz sentido conceber que o Todo Poderoso consiga recolocar mais pessoas no mercado de trabalho de países emergentes do que nos bolsões miseráveis do mundo, onde bilhões sobrevivem com menos de 1 dólar por dia.
Já me indispus com grandes segmentos do mundo evangélico, mas não consigo calar. Por todos os lados, ouço clichês como se fossem afirmações piedosas de fé. Infelizmente, tais jargões cumprem o papel ideológico de afastar as pessoas da realidade, empurrando-as para o delírio religioso. Religião, nesse caso, não passa de ópio.
Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim

Carta ao apóstolo Paulo !

terça-feira, 7 de julho de 2009

Carta ao apóstolo Paulo,

Charles Phinney

Comitê de Missões

Paulo, o apóstolo

a/c de Áqüila, o fabricante de tendas

Corinto, Grécia


Caro Paulo,

Recentemente recebemos uma cópia de sua carta aos gálatas. O comitê me orientou a informá-lo de várias coisas que nos preocupam profundamente:

Inicialmente, consideramos sua linguagem um tanto desequilibrada. Na carta, após a breve saudação aos gálatas, você imediatamente ataca seus oponentes afirmando que eles “querem perverter o evangelho de Cristo”. Então diz que esses homens deveriam ser considerados “malditos”; e, em outro lugar, você faz referência a “falsos irmãos”. Não seria mais caridoso lhes dar o benefício da dúvida - pelo menos até a Assembléia Geral ter investigado e julgado o assunto? Para piorar a situação, você ainda diz: “Quanto a esses que os perturbam, quem dera que se castrassem!” (5:12, NVI). Essa declaração é apropriada para um ministro cristão? A observação parece muito áspera e desamorosa.

Paulo, temos realmente sentido a necessidade de preveni-lo sobre o tom de suas epístolas. Você confronta as pessoas de maneira áspera. Em algumas cartas você chegou até a mencionar nomes; essa prática tem, sem dúvida, angustiado os amigos de Himeneu, Alexandre e de outros. Afinal, muitas pessoas foram apresentadas à fé cristã pelo ministério desses homens. Embora alguns dos nossos missionários tenham manifestado lamentáveis deficiências, quando você fala desses homens de forma depreciativa só pode provocar sentimentos ruins.

Em outras palavras, Paulo, creio que você deveria se esforçar para ter uma postura mais moderada em seu ministério. Você não deveria tentar ganhar os que estão no erro demonstrando um espírito brando? Neste momento é provável que você tenha alienado os judaizantes a ponto deles não mais o ouvirem.

Por causa de sua sinceridade exagerada no falar, você também diminuiu suas oportunidades de influenciar futuramente a igreja como um todo. Se tivesse atuado de forma menos franca, sua presença poderia ser solicitada para integrar um comitê do presbitério para estudar a questão. Você poderia, então, ter contribuído com suas percepções, ajudando a delinear uma boa recomendação do comitê a respeito da posição teológica dos judaizantes, sem ter que resistir a personalidades em disputa .

Além disso, Paulo, precisamos manter a união entre os que professam a fé em Cristo. Os judaizantes, pelo menos, permanecem conosco na confrontação do paganismo e do humanismo à nossa volta e prevalecente na cultura do Império Romano atual. Os judaizantes são nossos aliados na luta contra o aborto, a homossexualidade, a tirania no governo etc. Não podemos permitir que diferenças sobre minúcias doutrinárias obscureçam esse fator importante.

Também devo mencionar que o conteúdo de suas cartas tem sido questionado, bem como seu estilo. O comitê questiona a propriedade da estrutura doutrinária de sua carta. É sábio importunar jovens cristãos, como os gálatas, com questões teológicas tão pesadas? Por exemplo, em vários lugares, você alude à doutrina da eleição. Você também entra numa longa discussão a respeito da lei. Talvez você poderia ter provado seu caso de outra forma, sem mencionar esses pontos complexos e controversos do cristianismo. Sua carta é excessivamente doutrinária, e provavelmente servirá apenas para polarizar as diferentes facções nas igrejas. Novamente, precisamos enfatizar a unidade, em vez de assuntos controvertidos, que acentuarão as divisões entre nós .

Em outro lugar, você escreveu: “Ouçam bem o que eu , Paulo, lhes digo: Caso se deixem circuncidar, Cristo de nada lhes servirá” (5:2, NVI). Paulo, você tem a tendência de descrever as coisas estritamente em termos de preto-e-branco, como se não houvesse áreas acinzentadas.

Você precisa usar expressões mais equilibradas, para não se tornar exclusivista. De outra forma, seu ponto de vista afastará muitas pessoas, e fará com que os visitantes não se sintam bem-vindos. O crescimento da igreja não é promovido tomando-se essa linha dura e permanecendo inflexível.Lembre-se, Paulo, não existe uma igreja perfeita. Precisamos tolerar muitas imperfeições na igreja, porque não podemos esperar ter todas as coisas ao mesmo tempo. Se você simplesmente pensar sobre sua experiência, você se lembrará de quanto fez mal à igreja no tempo da ignorância. Ao refletir sobre seu passado, você pode tomar uma atitude mais simpática para com os judaizantes. Seja paciente, e lhes dê algum tempo para chegar a um entendimento melhor. Enquanto isso, regozije-se pelo fato de todos compartilharmos a profissão de fé em Cristo, pois todos fomos batizados no nome dele.

Sinceramente,

Charles Phinney
Coordenador do Comitê de Missões

95 Testes para Igreja de Hoje!!!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

1 - Reafirmamos a supremacia das Escrituras Sagradas sobre quaisquer visões, sonhos ou novas revelações que possam aparecer. (Mc 13.31)

2 - Entendemos que todas as doutrinas, idéias, projetos ou ministérios devem passar pelo crivo da Palavra de Deus, levando-se em conta sua total revelação em Cristo e no Novo Testamento do Seu sangue. (Hb 1.1-2)

3 - Repudiamos toda e qualquer tentativa de utilização do texto sagrado visando a manipulação e domínio do povo que, sinceramente, deseja seguir a Deus. (2 Pe 1.20)

4 - Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e que contém TODA a revelação que Deus julgou necessária para todos os povos, em todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores, sejam essas revelações trazidas por anjos, profetas ou quaisquer outras pessoas. (2 Tm 3.16)

5 - Que o ensino coerente das Escrituras volte a ocupar lugar de honra em nossas igrejas. Que haja integridade e fidelidade no conhecimento da Palavra tanto por parte daqueles que a estudam como, principalmente, por parte daqueles que a ensinam. (Rm 12.7; 2 Tm 2.15)

6 - Que princípios relevantes da Palavra de Deus sejam reafirmados sempre: a soberania de Deus, a suficiência da graça, o sacrifício perfeito de Cristo e Sua divindade, o fim do peso da lei, a revelação plena das Escrituras na pessoa de Cristo, etc. (At 2.42)

7 - Cremos que o mundo jaz no maligno, conforme nos garantem as Escrituras, não significando, porém, que Satanás domine este mundo, pois "do Senhor é a Terra e sua Plenitude, o mundo e os que nele habitam". (1 Jo 5.19; Sl 24.1)

8 - Cremos que a vitória de Jesus sobre Satanás foi efetivada na cruz, onde Cristo "expôs publicamente os principados e potestades à vergonha, triunfando sobre eles" e que essa vitória teve como prova final a ressurreição, onde o último trunfo do diabo, a saber, a morte, também foi vencido. (Cl 2.15; 1 Co 15.20-26)

9 - Acreditamos que o cristão verdadeiro, uma vez liberto do império das trevas e trazido para o Reino do Filho do amor de Deus, conhecendo a verdade e liberto por ela, não necessita de sessões contínuas de libertação, pois isso seria uma afronta à Cruz de Cristo. (Cl 1.13; Jo 8.32,36)

10 - Cremos que o diabo existe, como ser espiritual, mas que está subjugado pelo poder da cruz de Cristo, onde ele, o diabo, foi vencido. Portanto, não há a necessidade de se "amarrar" todo o mal antes dos cultos, até porque o grande Vencedor se faz presente. (1 Co 15.57; Mt 18.20)

11 - Declaramos que nós, cristãos, estamos sujeitos à doenças, males físicos, problemas relativos à saúde, e que não há nenhuma obrigação da parte de Deus em curar-nos, e que isso de forma alguma altera o seu caráter de Pai amoroso e Deus fiel. (Jo 16.33; 1 Tm 5.23)

12 - Entendemos que a prosperidade financeira pode ser uma benção na vida de um cristão, mas que isso não é uma regra. Deus não tem nenhum compromisso de enriquecer e fazer prosperar um cristão. (Fp 4.10-12)

13 - Reconhecemos que somos peregrinos nesta terra. Não temos, portanto, ambições materiais de conquistar esta terra, pois "nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos a vinda do nosso salvador, Jesus Cristo". (1 Pe 2.11)

14 - Nossas petições devem sempre sujeitar-se à vontade de Deus. "Determinar", "reivindicar", "ordenar" e outros verbos autoritários não encontram eco nas Escrituras Sagradas. (Lc 22.42)

15 - Afirmamos que a frase "Pare de sofrer", exposta em muitas igrejas, não reflete a verdade bíblica. Em toda a Palavra de Deus fica clara a idéia de que o cristão passa por sofrimentos, às vezes cruéis, mas ele nunca está sozinho em seu sofrer. (Rm 8.35-37)

16 - Reafirmamos que, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, sendo os mesmos livres de quaisquer maldições passadas, conhecidas ou não, pelo poder da cruz e do sangue de Cristo, que nos livra de todo o pecado e encerra em si mesmo toda a maldição que antes estava sobre nós. (Rm 8.1)

17 - Entendemos que a natureza criada participa das dores, angústias e conseqüências da queda do homem, e que aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. O que não significa que nós, cristãos, tenhamos que ser negligentes com a natureza e o meio-ambiente, uma vez que Deus não apenas criou tudo, mas também "viu que era bom" (Rm 8.19-23; Gn 1.31)

18 - Reconhecemos a suficiência e plenitude da graça de Cristo, não necessitando assim, de quaisquer sacrifícios ou barganhas para se alcançar a salvação e favores de Deus. (Ef 2.8-9)

19 - Reconhecemos também a suficiência da graça em TODOS os aspectos da vida cristã, dizendo com isso que não há nada que possamos fazer para "merecermos" a atenção de Deus. (Rm 3.23; 2 Co 12.9)

20 - Que nossos cultos sejam mais revestidos de elementos de nossa cultura. Que a brasilidade latente em nossas veias também sirva como elemento de adoração e liturgia ao nosso Deus. (1 Co 7.20)

21 - Que entendamos que vivemos num "país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza". Portanto, que não seja mais "obrigatório" aos pastores e líderes o uso de trajes mais adequados ao clima frio ou extremamente formais. Que celebremos nossa tropicalidade com graça e alegria diante de Deus e dos homens. (1 Co 9.19-23)

Origens do nosso nome "COMUNIDADE SHALOM"!

Os primeiros cristãos sabiam que o Senhor Jesus era Deus, a igreja primitiva nos primeiros séculos do cristianismo temerosos das perseguições que sofriam deixavam sua marca para mostrar que ali havia uma comunidade cristã. O peixe é ІХΘΥΣ. Cada uma das letras desta palavra formam as seguinte:

“І” para Iησους que é Jesus
“X” para Xριστός que é Cristo
“Θ” para Θεός que é Deus
“Υ” para Υιός que é Filho
“Σ” para Σωτήρ que é Salvador

Em outras palavras, o peixe ΙΧΘΥΣ, é Ιησοϋς Χριστòς Θεòς Yιòς Σωτήρ (Iesous Christós Théos Huiós Sotér). “ JESUS CRISTO DEUS FILHO SALVADOR”.

Ichthys = Peixe

É interessante também falar que o nosso símbolo e nome, fazem menção das três línguas usadas em todos os tempos pela teologia, e pela Igreja:

SHALOM: NO HEBRAICO PAZ ABSOLUTA, TAMBÉM UMA DAS LÍNGUAS USADAS NA BÍBLIA ( VELHO TESTAMENTO);

O PEIXE COMO JÁ VIMOS É NA LÍNGUA GREGA QUE FOI USADA NO NOVO TESTAMENTO.

SOLA SCRIPTURA, É EM LATIM..SOMENTE AS ESCRITURAS LEMA DOS REFORMADORES, E TAMBÉM ATRADUÇÃO FEITA POR JERÔNIMO VULGATA.



SHALOM! PARA A COMUNIDADE SHALOM QUE LUTA PELA FÉ!

Onde esta a Bíblia?

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Não é onde está uma boa religião ou um bom pastor, ou um bom grupo de louvor, ou um bom músico.

Onde está a Bíblia?

Ela está em muitas religiões e até em muitos terreiros, mas não é praticada, as vezes é lida, estudada, mas pouco exercitada. Para muitos ela é apenas um meio de marketing para atrair pessoas, bons fluídos, boas companhias, boas coletas, bons depósitos, boa audiência para o camelódromo virtual de cds, livros com fórmulas milagrosas de bem viver.... O que vemos não é o que a Bíblia diz.

Observamos é uma exibicionice esvairada de poder para curar, desmantelar, tirar encostos, mandar embora diabo, pisá-lo.......

Onde está a Bíblia?

Os pisadores de sal grosso não apenas estupram a Palavra como também pisam-na. Muitos estão passando debaixo do portal da benção mas longe de estarem debaixo da autoridade da Palavra.

Onde está a Bíblia?

Para muitos ela é usada para manipular pessoas que são vistas apenas como números pagantes de um show, manipulados como marionetes, pessoas essas que são enganadas por manipuladores da Bíblia apenas para intimidá-los com maldições hereditárias e invencionices de maldições, pessoas essas que são manipuladas sob autoridades inventadas, autoridades delegadas por um título falsificado, imposto, um título conferido por carteirinha, um título que nunca vem de Deus e sim de homens inescrupulosos que deveriam usar a Bíblia como a Palavra de Deus, como único meio de se conhecer a Deus por meio de Jesus Cristo sob a pregação do genuíno Evangelho, poder de Deus para salvação de todo aquele que crê.

Onde está a Bíblia?

Empoeirada nas igrejas, nos púlpitos que outrora foram feitos para que a Palavra estivesse acima de tudo, esses mesmos púlpitos foram assaltados pelos palcos onde a estrela é um títere de satanás, inimigo mor da Palavra.

Onde está a Bíblia?

Em um mundo onde as pessoas dizem amar a Deus, mas aborrecem sua Palavra; em um mundo onde quem deveria ser conhecedor dela, a desconhece; um mundo onde se espera que pelo menos aqueles que se denominam pastores(as), bispos(as), apóstolos(as) a conheçam, praticando-a e ensinando-a.

Onde está a Bíblia?

Em um mundo onde os pregadores fazem de conta que pregam e o povo faz de conta que é edificado. E pregadores e povo saem enganados.

Onde está a Bíblia?

Vemos a cada dia um crescimento numérico de “gospels” analfabetos de Bíblia. Sabem de tudo: sabem como cantar, como dançar, como pular, como sair do chão e levantar as mãos como se fossem para brisas de carro. Sabem de tudo, até como fazer células e ainda dizem:

“Plantamos igrejas por meio de células”, mas o que vemos é que estão:

“Plantando células através de igrejas”.

Aliás, nunca vi alguém começar a tal de célula sozinho, é sempre usando uma igreja já estabelecida para limentá-las e depois ainda dizem que a igreja denominacional é que não funciona.
O fato é que esse número vem crescendo a cada dia sob várias fórmulas, MENOS A BÍBLICA:

ARREPENDEI-VOS E CONVERTEI-VOS. Pergunto novamente:

ONDE ESTÁ A BÍBLIA?

Procure saber onde está a Bíblia em tua vida, em tua casa, em tua igreja?
No lugar em que voce congrega pergunte, quem a ministra tem vida?
Tem autoridade do céu?
Ou está debaixo de uma autoridade conferida por uma carteirinha da net?
Ou por uma autoridade conferida a um maluco por um grupo de descontentes que dentre eles fazem um 'mestre'?

Querem dominar tudo, mas infelizmente, não dominam nem a si próprios e menos ainda a Palavra de Deus. Onde está a Bíblia? Para honra e glória do Nome de Jesus ela ainda está em muitas vidas de homens e mulheres que sinceramente sofrem pela Palavra, se afadigam por ela. Ela ainda está em muitos lugares de estudos, de pessoas ávidas pelo conhecimento, onde ainda acontecem reuniões de estudos bíblicos e de orações, e o crescimento espiritual dessas vidas se faz notório.

Onde está tua Bíblia?

Onde está a Bíblia em tua denominação?
Que lugar ela ocupa?
Quanto tempo ocupa? Se em tua denominação ela não tem a primazia, não é a regra de fé e prática, aconselho-te:

“saia daí antes que te levem no curso cego desse mundo mesquinho onde a moda é brincar de igreja brincar de dominar, de determinar, de fazer apenas coreografias malabarísticas para prenderem a atenção de crianças espirituais enquanto a cada dia se distanciam de Deus”.

"Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!" - Salmos 119:97

2 Timóteo 4:3 “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;”

1 Timóteo 4:1 “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios,”

Judas 4 “Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo.”

"Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!" - Salmos 119:97

As opções de minha alma

terça-feira, 23 de junho de 2009

Não pretendo fazer teologia com verdades “puras”, abstraídas da Bíblia a partir do pressuposto de que uma correta dissecação do texto garante a verdade. Preocupo-me com problemas éticos e práticos da pastoral. Lido com pessoas reais, que vivem problemas reais, que fazem perguntas reais.

Não pretendo fazer teologia a partir de afirmações teóricas descoladas das questões “duras” que intrigam a minha alma. Quero ser realista. Entendo por realismo, o esforço de aproximar coração e mente da existência. Acredito que o Logos, o Verbo, se fez carne e habitou entre nós; vimos, tocamos e cheiramos a verdade. O conhecimento do Logos não se restringe à racionalidade, mas transborda para o compromisso, para a comunhão, para a solidariedade e para a busca da justiça. A obediência da fé tem mais possibilidade de compreender os mistérios de Deus que o estéril exercício da racionalidade.

Não pretendo fazer teologia a partir da letra do texto, que mata. Entendo que certas verdades só são captadas pelo espírito. É preciso nascer, nadar, voar, absorver-se, divagar no Espírito para fragilmente intuir o Mistério. As cataratas espirituais caem dos olhos; as vestes puídas são despidas; os vícios categoriais, abandonados, mas só molhamos o calcanhar no rio eterno.

Não pretendo fazer teologia a partir do sucesso. Entendo que o carreirismo eclesiástico deságua em perversidade. Sacerdotes mataram o Nazareno. Teólogos acenderam fogueiras na Idade Média. Presbíteros sustentaram o aparthaid sul-africano. A verdade não se reduz à mecânica, ao ato de funcionar. Prefiro ostracismo ao aplauso dos pelegos da fé; exílio, aos holofotes do espetáculo religioso; abandono, ao adesismo interesseiro.

Não pretendo fazer teologia a partir das lógicas ensimesmadas. Reconheço que apesar de pequenos percalços, levo uma vida bem confortável. Procuro não permitir que vantagens, amparos, privilégios, me roubem da compaixão. Admito que é muito fácil abstrair sobre o sofrimento universal de dentro de zonas de segurança. Entendo o grande projeto de Deus para a humanidade: trocar corações de pedra por corações de carne. Assim, preciso molhar meus textos com lágrimas, impregnar meus discursos com misericórdia, calcar minha história com ternura.

Caminho ao sabor do vento. Navego, impreciso. Trabalho constrangido pelo amor. Vivo pela graça. Espero joeirar da fragilidade a bem-aventurança da mansidão. E com ela herdar a terra.

Soli Deo Gloria.

Elogio à beleza

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O belo se esconde no evidente. Imiscui-se por toda a parte. Tinge a textura do cotidiano. Muitas vezes camuflado no óbvio, pega o coração de surpresa. Olhos displicentes podem não captar a formosura, que permeia a vida. Alma abatida não reconhece o inefável, que está por aí. Basta um instante, um hiato, um risco no céu e lá se foi o encantador, perdido para sempre. Alguma lindeza esquecida espera ser descoberta no fundo do pântano, na escarpa da rocha, no rosto crispado da viúva, no riso frouxo do adolescente.
As alvoradas despertam sede de beleza. O orvalho aguça o desejo de alimentar a alma com os muitos matizes do verde das matas. De repente, sempre de repente, desabrocha o anelo pela nuança semântica que tranfigura o texto em recado divino. A música calma deixa o coração estranhamente sorumbático. Mas, na mesma hora, uma excitação sobrenatural converte o lamento em vontade de pular de alegria. A beleza torna a vida irresistível.
O belo tem poder. Fascinante, inspira o poeta. Trasforma o leigo em criador fecundo. Incorpora contentamento no triste. Sensibiliza o bruto. Muda o apático em trovador. Incentiva o tosco a bailar no ritmo de melodias imponderáveis. Dá sensibilidade ao cético para perceber a eternidade na realidade crua.

O belo é divino.

Soli Deo Gloria
Site Ricardo Gondim

A vida

A vida é emoção. Apaixonados, lutamos contra os dias que escorrem como água entre os dedos. Imprecisa, não-evidente, enviesada, carente de construção, a vida espera ser talhada por artesãos. No caldo da angústia universal, confia que alquimistas transformarão atrevimento em circunspeção. Quer converter Valquírias em Marias, bárbaros em samaritanos.

A vida é mistério. De onde vem o sentimento de beleza? Por que entesouramos os instantes delicados do passado? Por que a morte desfigura e esfumaça os olhos? Para onde se expande a margem extrema do universo? Que mecanismo impede a mente de ressentir dores? Por que nos vemos como outra pessoa nos sonhos, mas sempre sendo nós?Infelizmente começamos com afirmações e esquecemos as perguntas. Não transformamos os pontos de interrogação em lupas. Presunçosos, não carregamos o pente fino da dúvida no bolso do colete. Cegos, temos medo das aporias. Desistimos dos porquês infantis e ficamos com as certezas que nos entorpecem.

A vida é triste. Agonizamos com a lama burocrática que encobre o vilarejo pobre. Impotentes, tentamos resistir o mal sistêmico que prescinde das pessoas. Não entendemos como as elites conseguiram inventara o motor-contínuo para energizar a máquina da injustiça. Perdidos, procuramos fazer com que bondade e misericórdia não desapareçam do vocabulário religioso. Abatidos, vemos a sordidez sentar na cadeira da polidez. A implacabilidade ganhar da bondade. A ambigüidade moral amordaçar a solidariedade.

A vida é bela - e sempre desejável, dizia o poeta. O dilúvio não descolore a aquarela que se refrata na neblina. Homens e mulheres continuam a esperar por um novo céu e uma nova terra, onde crianças brincam com serpentes. Percebemos o divino no bailar da folha enamorada do vento. Celebramos a formosura de viver no ancião que planta uma árvore, na mãe que ensina a filha surda a falar com as mãos, no menino que, na capoeira, faz da luta uma dança.

A vida é trágica. Subimos no palco sem roteiro. Não passamos de atores sem texto para decorar. Personagens que atuam sem noção do instante que as cortinas descerão. Contracenamos com gente que acabamos de encontrar. Vez por outra escutamos apupos e procuramos as máscaras sorridentes, que disfarçam os constrangimentos. Sem coxia, não temos para onde correr. Assumimos diferentes papeis mesmo sabendo que a tragédia é inevitável. Sofremos. Quando nos acostumamos com os holofotes, o diretor grita: acabou o espetáculo.
Soli Deo Gloria
Site Ricardo Gondim

Batismo do dia 030509

terça-feira, 9 de junho de 2009

Indo para no onibus para o Batismo

Pastor Rubiel

Dirigentes Anderson e Marcia

Irmão Nilton
Chegada ao Local

Batizandos do dia

Cerimonial

Deslocamento as Aguas

Em reverência














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Comunidade Evangelica Shalom RS

Tempo!!